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domingo, 25 de outubro de 2009

Entrevista com José Alencar - UMA LIÇÃO DE VIDA PARA TODOS NÓS.‏

Para reflexão!!!!

"A humildade não está na pobreza, não está na indigência, na penúria, na necessidade, na nudez e nem na fome".
Chico Xavier.

Entrevista do Vice presidente José Alencar (Texto da Internet).

Na semana passada, o vice-presidente da República, José Alencar, de 77 anos, deu início a mais uma batalha contra o câncer. É o 11º tratamento ao qual se
submete:
>
> *Desde quando o senhor sabe que, do ponto de vista médico, sua doença é
> incurável?
> Os médicos chegaram a essa conclusão há uns dois anos e logo me contaram. E
> não poderia ser diferente, pois sempre pedi para estar plenamente informado.
> A informação me tranquiliza. Ela me dá armas para lutar. Sinto a obrigação
> de ser absolutamente transparente quando me refiro à doença em público ?
> ninguém tem nada a ver com o câncer do José Alencar, mas com o câncer do
> vice-presidente, sim. Um homem público com cargo eletivo não se pertence.
>
> *O senhor costuma usar o futebol como metáfora para explicar a sua luta
> contra a doença. Certa vez, disse que estava ganhando de 1 a 0. De outra,
> que estava empatado. E, agora, qual é o placar?
> Olha, depois de todas as cirurgias pelas quais passei nos últimos anos,
> agora me sinto debilitado para viver o momento mais prazeroso de uma
> partida: vibrar quando faço um gol. Não tenho mais forças para subir no
> alambrado e festejar.
>
> *Como a doença alterou a sua rotina?
> Mineiro costuma avaliar uma determinada situação dizendo que "o trem está
> bom ou ruim". O trem está ficando feio para o meu lado. Minha vida começou a
> mudar nos últimos meses. Ando cansado.
> O tratamento que eu fiz nos Estados
> Unidos me deu essa canseira. Ando um pouco e já me canso. Outro fato que
> mudou drasticamente minha rotina foi a colostomia* (desvio do intestino para
> uma saída aberta na lateral da barriga, onde são colocadas bolsas
> plásticas), herança da última cirurgia, em julho. Faço o máximo de esforço
> para trabalhar normalmente. O trabalho me dá a sensação de cumprir com meu
> dever. Mas, às vezes, preciso de ajuda. Tenho a minha mulher, Mariza, e a
> Jaciara* (enfermeira da Presidência da República)* para me auxiliarem com a
> colostomia. Quando, por algum motivo, elas não podem me acompanhar, recorro
> a outros dois enfermeiros, o Márcio e o Dirceu. Sou atendido por eles no
> próprio gabinete. Se estou em uma reunião, por exemplo, digo que vou ao
> banheiro, chamo um deles e o que tem de ser feito é feito e pronto. Sem
> drama nenhum.
>
> *O senhor não passa por momentos de angústia?
> Você deveria me perguntar se eu sei o que é angústia. Eu lhe responderia o
> seguinte: desconheço esse sentimento. Nunca tive isso. Desde pequeno sou
> assim, e não é a doença que vai mudar isso..
>
> *O agravamento da doença lhe trouxe algum tipo de reflexão?
> A doença me ensinou a ser mais humilde. Especialmente, depois da colostomia.
> A todo momento, peço a Deus para me conceder a graça da humildade. E Ele tem
> sido generoso comigo. Eu precisava disso em minha vida.
> Sempre fui um atrevido. Se não o fosse, não teria construído o que construí
> e não teria entrado na política.
>
> *É penoso para o senhor praticar a humildade?
> Não, porque a humildade se desenvolve naturalmente no sofrimento. Sou
> obrigado a me adaptar a uma realidade em que dependo de outras pessoas para
> executar tarefas básicas. Pouco adianta eu ficar nervoso com determinadas
> limitações. Uma das lições da humildade foi perceber que existem pessoas
> muito mais elevadas do que eu, como os profissionais de saúde que cuidam de
> mim. Isso vale tanto para os médicos Paulo Hoff, Roberto Kalil, Raul Cutait
> e Miguel Srougi quanto para os enfermeiros e auxiliares de enfermagem
> anônimos que me assistem. Cheguei à conclusão de que o que eu faço
> profissionalmente tem menos importância do que o que eles fazem. Isso porque
> meu trabalho quase não tem efeito direto sobre o próximo. Pensando bem, o
> sofrimento é enriquecedor.
>
> *Essa sua consideração não seria uma forma de se preparar para a morte?
> Provavelmente, sim. Quando eu era menino, tinha uma professora que repetia a
> seguinte oração: "Livrai-nos da morte repentina". O que significa isso?
> Significa que a morte consciente é melhor do que a repentina. Ela nos dá a
> oportunidade de refletir.
>
> *O senhor tem medo da morte?
> Estou preparado para a morte como nunca estive nos últimos tempos.
> A morte para mim hoje seria um prêmio. Tornei-me uma pessoa muito melhor.
> Isso não significa que tenha desistido de lutar pela vida. A luta é um
> princípio cristão, inclusive. Vivo dia após dia de forma plena. Até porque
> nem o melhor médico do mundo é capaz de prever o dia da morte de seu
> paciente..
> Isso cabe a Deus, exclusivamente.
>
>
> *Se recebesse a notícia de que foi curado, o que faria primeiro?
> Abraçaria minha esposa , Mariza e diria: "Muito obrigado por ter cuidado tão
> bem de mim".

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