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quinta-feira, 11 de março de 2010

Fevereiro mais seco em 21 anos


Choveu no Ceará apenas 33 milímetros em fevereiro deste ano, 78,2% abaixo da média histórica


Thiago Mendes (Especial para O POVO)

Fevereiro de 2010 foi o mais seco no Ceará nos últimos 21 anos. Em média, choveu no Estado apenas 33 milímetros em fevereiro deste ano, 78,2% abaixo da média histórica. Em Fortaleza, foi registrada a maior temperatura para este mês desde 2005: 34º Celsius.

No Sertão Central, região onde choveu menos, foram apenas 20,8 milímetros de chuvas no mês, quando o esperado seria de 139,9 mm. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Segundo o órgão, o quadro de escassez de chuvas deve continuar em março, abril e maio deste ano, período em que há 45% de chances de chover abaixo da média histórica no Ceará.

A meteorologista da Funceme, Gláucia Barbiere, afirma que três fatores explicam a falta de chuvas: o fenômeno ”El Niño” (aquecimento das águas do Pacífico), que influi nas condições do clima em escala mundial, a não atuação da Zona de Convergência Intertropical, e as altas temperaturas registradas no Estado, com máximas que variam entre 30º C e 33º C.

“Não houve alteração desse quadro de janeiro para cá. Se não houver mudança da atuação do ‘El Niño’, a chegada da chuva se complica”. Ela acrescenta, porém, que o principal fator para que as chuvas de fato comecem é a descida da Zona de Convergência Intertropical.

“Hoje ela está a cerca de 3º acima da linha do Equador, porque as águas do Atlântico Norte estão mais quentes. Em consequência disso, o principal sistema de formação de chuvas no Nordeste (a zona de convergência) não está atuando”.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraerce), Moisés Braz Ricardo, classifica a situação da escassez de chuvas como “altamente preocupante e emergencial”. Segundo ele, a perda do plantio de feijão e milho e o acesso a água potável já afetam comunidades rurais de municípios das regiões Norte, do Sertão Central e do Sertão dos Inhamuns.

“Na situação que estamos hoje, mesmo que venha a chover, só se recupera o plantio da Ibiapaba e do Cariri, o que representa uma pequena parcela do que já foi plantado. No resto do Estado, a perda é de 100%”.

O secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado, Antônio Amorim, minimiza as perdas de plantio já no começo de março. “Na nossa compreensão o inverno ainda não começou. A gente trabalha com a probabilidade de termos o início das chuvas na segunda quinzena de março”, diz ele, baseado na Funceme.

O secretário afirma ainda que não tem conhecimento de agricultor que tenha plantado a propriedade inteira. “A área plantada é percentualmente pequena se você observar a área total do Estado. Mas quem já iniciou o plantio, se confiando nas primeiras chuvas, fez isso de fato se arriscando”, adverte.

MÉDIA DE CHUVAS NO MÊS DE FEVEREIRO - ANO: MILÍMETROS (Fonte: Funceme)
1990: 127,6
1991: 113,9
1992: 174,6
1993: 76,3
1994: 164,6
1995: 164,8
1996: 133,2
1997: 70,6
1998: 58,2
1999: 107,2
2000: 183.3
2001: 88.7
2002: 59.1
2003: 199.6
2004: 274.4
2005: 61.2
2006: 136.3
2007: 247.0
2008: 100.9
2009: 164.9
2010: 33,0
Fonte: O Povo OnLine

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