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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Estados Unidos da América - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Este não é um blog que se façam postagem de poesia. Mas esta, de 26 de maio de 2002, parecia mais um desabafo que uma advinhação. Poderia ser apenas uma canção tão fácil de cantar, menos algo como um canto profético:

Se olhares e o mundo já não for o mesmo,
Desespere-se se for o “mesmo” a tua matéria,
Pois o teu desafio diário continua em regra,
E no entanto todo o globo estar a desregrar-se.

Teu futuro aplicado num fundo de pensões,
Teus bens valorizados pela força da tua moeda,
Feito padrão internacional às expensas das armadas,
E o fast-food diário já não mais parece possível.

Mais do que a vitória do teu estilo,
O mundo se constrói em forças que te corroem,
Seja a Al Qaeda ou os denegridos Talebans,
Quem sabe a bomba atômica na fronteira da Caxemira.

Como foi acontecer no ano 29,
Tudo de repente pode mudar e o crack se realizar,
Não apenas dos ativos financeiros,
Mas os estilos que fazem a vida tua.

Teu senso de liberdade que já não mais liberta,
Tua volúpia que te faz ser, rumo ao fim precoce,
Como tuas torres a pulverizar-se quando antes tão sólidas,
Teu mundo parece abatido por um adolescente de tiros ermos.

E teu senso aberrante é o desmonte do que te foi comum,
Pois nada mais virulento que as máfias e grupos armados,
Que atravessam a sociedade como uma borracha apagando o Estado,
Os bancos lavando os dólares originais das drogas que inativam os teus.

O teu mal não se resume ao que fizestes aos outros,
O teu grande mal é o que fizestes a ti mesmo,
Pois ao largo corria um mar de desgraçados,
E não te preparastes para a desgraça.

Como o Afeganistão em chamas,
Os abutres a bicarem os restos dos despojos,
Sentirás na própria pele a revolta das tuas entranhas,
Tão celerada como os outros a quem condenastes.

E o pior é que nós, os desgraçados, nem nos alegramos com isso

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