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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E agora José? – por Pedro Esmeraldo

(observação: este artigo foi escrito em 5 de dezembro de 2008)

Faz quase dois anos que a Escolinha Maria Amélia, localizada no Sítio São José foi fechada. Considero isto um crime da história escolar do Crato. Pois fecharam esta dita escola em localidade densamente povoada, prejudicando o bom desempenho escolar das crianças daquela localidade.

Hoje mesmo, encontramos com mães dessas crianças que lamentaram a evasão delas para Juazeiro do Norte. Consideramos tudo isso medidas caturras, vez que o Secretário de Educação de Crato praticou um ato danoso ao aprendizado dessas crianças. Já fizemos todo o possível para contornar esse impasse, possibilitando a reabertura destas escola, dotando-a de estruturas dignas e modernas, melhorando o nível no aprendizado daquela unidade escolar.

Não temos mais para quem apelar, mas a nossa decisão é lutar até o fim contra o fechamento da escola. Cremos que nosso objetivo será alcançado, qual seja vermos a escola novamente funcionando, dotada de qualidades técnicas dentro dos parâmetros estabelecidos pelo MEC – Ministério da Educação e Cultura. Por isso, decidimos avançar e nunca recuar neste nosso intento. Continuaremos na luta, sem esmorecimento, custe o que custar, mas lutaremos até o fim. Utilizamos esse dito popular: “nem que a porca torça o rabo”, mas não recuaremos um instante sequer.

Não nos esquecemos jamais das promessas dos políticos dizendo que vão cuidar bem da educação. Agora, dada a oportunidade, lembramos a conhecida poesia de Carlos Drummond de Andrade:

E agora José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
(...)

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Por isso perguntamos aos secretários que vieram de fora, dizendo que iriam solucionar o problema, mas não cumpriram a promessa: Para onde vamos, José?

Ah, Crato velho sofredor...

Texto de Pedro Esmeraldo

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