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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Comentário a respeito de Zé Nilton – Por Armando Lopes Rafael*



Desde que li o livro do prof. José Nilton de Figueiredo: “A (Con) sagração da vida–Formação das Comunidade de Pequenos Agricultores da Chapada do Araripe”, passei a concordar com o prof. Peter Schröder (faz tempo que não escrevia um trema, banido que foi este aristocrata acento da língua portuguesa, por conta da última reforma ortográfica)... sim, mas como ia dizendo, concordo plenamente com o prof. Peter Schröder quando ele escreveu: “A Chapada do Araripe é um mundo singular”.

Zenilton não somente se fez Mestre (literalmente) na Antropologia e Sociologia dos habitantes da Chapada do Araripe. Ele se apaixonou por aquele mundo singular.

Não somente se familiarizou com a cultura do homem araripano, mas até comprou um sitiozinho por lá – mais precisamente na Minguiriba – e dele fez seu refúgio, quando quer fugir da monotonia da agitação da cidade (e também dessa sociedade consumista, hipócrita e decadente que se tornou a conturbação Crajubar).

Zenilton é um homem feliz!

Nos últimos seis anos, fui duas vezes a Minguiriba. E pretendo voltar ainda lá, para desfrutar daquele clima ameno, dos papos com Pedro Honório e, principalmente, assistir às Renovações ao Sagrado Coração de Jesus que Zenilton promove uma vez por ano, e que termina num supimpa banquete, oferecido pelo anfitrião e sua esposa, onde se come galinha caipira transformada em cabidela, leitão assado no rolo, baião-de-dois com pequi e paçoca pilada com cebola roxa. Tudo regado com uma cerveja geladíssima ou um trago de uma caninha amarela.

Mas o melhor de tudo é ouvir a velha senhora que “tira” e a Renovação do Santo. Ela é fidelíssima ao texto religioso. Basta dizer que começa a reza lendo assim o texto: “Nihil Obsta. Publique-se. Assinado Dom Francisco de Assis Pires, bispo do Crato– Monsenhor Antônio Feitosa, Censor Diocesano, Ad Hoc, Crato 08 de dezembro de 1955”.

Um ambiente desse é de fazer inveja aos ricaços, os quais, deixando suas mansardas, vão aos decadentes clubes sociais do supedâneo da Chapada, e se entufam de uísque 12 anos, em meio às fofocas sobre a roubalheira de Palocci e lamúrias sobre a máquina voraz do governo na cobrança dos impostos?

Viva a Minguiriba!

Vivaaaa....

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* Esta postagem é na verdade um comentário de Armando Rafael sobre um artigo de José Nilton publicado no blog Cariricaturas. Como não tinha título, eu coloquei este. Espero que Armando aprove.


A foto mostra eu, Armando e o professor Chico Cunha na varanda da casa de Zé Nilton na Minguiriba, Serra do Araripe, por ocasião de uma das renovações que se realiza  anualmente no local.

(Carlos Rafael)

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