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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ícone do rock progressivo, o grupo inglês Pink Floyd acaba de ter sua discografia relançada. Na linha de outros grandes nomes da música pop, a banda reedita seus principais trabalhos em versões especiais, com novos projetos gráficos e material inédito. O álbum clássico "Dark Side of The Moon"(1973) é o primeiro desta tiragem luxuosa, que ainda terá "The Wall" (1979)

As experiências de sucesso comercial (e mobilização de massas) do rock entre os anos 1950 e 1960 ensinaram a indústria fonográfica que a música era, sempre, mais do que música. Os fãs de Elvis Presley eram, também, os consumidores de seus filmes; os fãs das bandas inglesas que tomaram o mundo nos anos 1960, sobretudo os Beatles, queriam não apenas discos e compactos, mas ainda revistas e toda sorte de trabalha que estampasse seus ídolos.

Contudo, esta mesma indústria parecia ter esquecido esta lição quando se viu confrontada por uma nova maneira de consumir música, quando muita gente abdica do suporte físico da música (os LPs, CDs, fitas) em troca de arquivos digitais, pelos quase nem sempre se paga. Quando perceberam que o processo era inversível, as grandes gravadoras se apressaram em disponibilizar seus catálogos em sites de venda de música digital. Com isso, atenderam a apenas um segmento de seu público consumidor.

Agora, a indústria parece ter despertado para a outra parcela de seus clientes. Aqueles que consumem música na perspectiva de um produto completo, rico material e visualmente. É para eles que a EMI lança sua nova reedição da obra do Pink Floyd.

Clássicos estendidos - O Pink Floyd foi um dos gigantes do rock inglês e um dos maiores vendedores de disco do rock. Segundo sua gravadora, o grupo já vendeu mais de 200 milhões de discos. Seu álbum "The Dark Side of the Moon", lançado em 1973, ficou 731 semanas ininterruptas (cerca de 15 anos) na lista dos mais vendidos da revista Billboard.

Então, como tornar viável um produto que já vendeu tanto? A EMI montou o projeto "Why Pink Floyd...?", nele tenta conquistar novos fãs, com o relançamento de toda a discografia da banda, remasterizada e com novos projetos gráficos; para os convertidos (ou para os neófitos que se empolgarem mais do que o normal), a gravadora criou versões especiais dos principais álbuns da banda - o já citado "The Dark Side of the Moon", "Wish You Were Here" (1975) e "The Wall" (1979).

Estes serão lançados em três versões. Uma simples, com o disco remasterizado e novo projeto gráfico; a versão Experience, com um disco extra (em "The Wall" serão dois) com registros ao vivo das turnês de divulgação dos respectivos álbuns; e a Immersion - um exagero que deve deixar os fãs hardcore da bandas tendo espasmos de felicidade. Cada uma delas vem com pelo menos cinco discos, com demos, versões alternativas, faixas ao vivo, livro com fotos, ...

A ideia é atender exatamente aquele tipo de fã de música que ainda tem o fetiche pelo material gráfico e que se interessa por tudo que seu artista produz. É o mesmo que fuça sites e blogs, não em busca dos trabalhos da discografia oficial mas das rapas e restos que interessam - e faixas raras, gravações caseiras, demos, matéria gravado em estúdio mas não aproveitado, gravações piratas de shows ao vivo.

A EMI já botou nas lojas 14 álbuns de sua coleção remasterizado do Floyd e as versões especiais de "The Dark Side of The Moon". Esta semana, será a vez do disco "Wish you were here" e, em fevereiro do próximo ano, "The Wall".

Os formatos de luxo, aliás, são uma tendência em alta no mercado fonográfico. Banda como Rolling Stones e U2 resolveram abrir o baú em versões barrocas de seus principais trabalhos. Do catálogo da EMI, Megadeth e Jethro Tull também ganharam novas versões caprichadas.

O espelho - A edição Experience de "The Dark Side of the Moon" proporciona uma experiência circular com a música da banda. O disco extra traz uma versão ao vivo do álbum, gravada em um show de 1974. Contrapondo-a ao original, nota-se que o álbum foi pensado para ser uma espécie de opera, para soar ao vivo, grandiosamente. Ao mesmo tempo, no palco, a banda se esforça para reproduzir, à perfeição, o complexo trabalho criado em estúdio.

O disco é uma boa introdução à música do Pink Floyd. É uma daquelas obras que, dificilmente, permite que se fique em cima do muro. Uns ou já caíram ou vão cair de amores por ela. Outros, vão detestá-la. Para estes, a salvação é voltar no tempo e buscar os dois primeiros discos da banda, "The Piper at the Gates of Dawn" (1967) e "A Saucerful of Secrets" (1968). Neles, o grupo aparece liderado pelo fundador Syd Barrett (1946 - 2006), investindo num outro ramo da psicodelia - mais elétrica e menos viajante.

Criado ainda à época dos LPs, quando era preciso trocar o lado disco para ouvir o restante das músicas, "The Dark Side of The Moon" é um álbum que ganhou com a conversão para o CD. Como nos demais trabalhos do Pink Floyd gravados nos anos 1970, trata-se de um disco para se ouvir de uma tacada só. Desta maneira, a passagem de uma música a outra é algo que se dá sem uma ruptura drásticas. Ecos líricos e sonoros atravessam todo o disco. O álbum traz alguns dos principais clássicos da banda - que entraram, definitivamente, para o set list ao vivo do grupo. É o caso de "Time" e "Money", canções que, apesar das longas introduções floydianas, conseguem agradar mesmo aqueles mais resistentes ao som criado por Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright..

Edições de luxo

The Dark Side of the Moon (Experience)- EMI Musci, 20 faixas (CD duplo), R$ 54,90

The Dark Side of the Moon (Imersion) - EMI Music, 3 CDs, 2 DVDs e 1 Blu-Ray, R$ 500

Coleção "why Pink Floyd?" - 14 álbuns de estúdio da banda, lançados entre 1967e 1994, remasterizados. R$ 39,90 (cada)

Fonte: Diário do Nordeste (7/11/11)

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