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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ringo Starr chega ao Brasil com festa pop

Ex-Beatle fez show de 1h50 para 6,5 mil em Porto Alegre.
Músicos que acompanham Ringo têm estrela própria.

Alexandre de Santi
Especial para o G1, em Porto Alegre

Uma competente banda de canções de pop e rock animou cerca de 6,5 mil pagantes no ginásio do Gigantinho na noite desta quinta-feira (10), em Porto Alegre. Mas não se tratava de um conjunto cover qualquer. Nos vocais e na bateria, havia um ex-integrante dos Beatles: Ringo Starr.

O baterista da banda mais famosa de todos os tempos estreou no Brasil trazendo o mesmo repertório - sem nenhuma margem para surpresas - dos shows pela América Latina - antes de chegar a Porto Alegre, o músico inglês passou por Buenos Aires, Santiago e Cidade do México.

A apresentação de Ringo e de sua All Starr Band não ficou devendo em animação, precisão e diversão para o público gaúcho. Em 1h50min, o set list de 21 músicas alternou entre canções dos Beatles eternizadas na voz de Ringo e músicas dos integrantes da banda que acompanham o baterista.

Ringo Starr inicia turnê brasileira em Porto Alegre, no RS. Como tradicionalmente, ex-beatle abriu o show com 'It don’t come easy'.
(Foto: Tárlis Schneider / Acurácia Fotojornalismo / AE)

Se falta unidade para o repertório, os músicos compensam com muita simpatia e competência.

Depois de passar pela capital gaúcha, o ex-beatle ainda faz mais seis shows pelo Brasil: São Paulo (12 e 13), Rio de Janeiro (15), Belo Horizonte (16), Brasília (18) e Recife (20).

Ringo surgiu ao palco com cinco minutos de atraso sorridente e saltitante, em forma invejável para os seus 71 anos. Abriu o show cantando “It don´t come easy” dançando de pé, microfone na mão, revelando passos desajeitados que combinam com a personalidade adorável e um tanto boba que ajudou a diferenciar Ringo dos companheiros de Beatles.

A segunda música foi o clássico “Honey don´t” e foi seguida por “Choose love”, quando o cantor deu lugar ao baterista no meio da canção e levou o público ao delírio.

Ringo segue cantando e balançando a cabeça no comando das baquetas, sentando no alto da plataforma que eleva a bateria do palco, exatamente como no tempo de Liverpool.

Comparações com turnê de Paul McCartney - Como se trata de uma apresentação de um ex-integrante do mítico quarteto de Liverpool, o show de Ringo não escapa das comparações com a turnê de Paul McCartney. Há um ano, em 7 de novembro, o baixista tocou para 50 mil pessoas no estádio Beira-Rio, a poucos metros do Gigantinho, que estava apenas parcialmente lotado com o público de 6,5 mil pessoas. McCartney veio ao Brasil com dois grandes telões de alta definição e efeitos pirotécnicos.

Em Porto Alegre, o show do baterista não tinha telões ou qualquer efeito que costuma fazer parte das grandes turnês da atualidade. O palco era decorado apenas com um painel onde uma grande estrela e algumas flores se destacavam.

As diferenças também atingem o repertório. Depois de “Choose love”, Ringo voltou a apresentar uma música da época dos Beatles somente na sétima canção, com “I wanna be your man”. No intervalo, abriu espaço para seus companheiros de banda brilharem - exatamente como fazia nos Beatles.

Paul McCartney conta com um time de primeira linha, mas os músicos que acompanham Ringo têm estrela própria e já haviam construído uma carreira antes de integrar a All Starr Band. É o caso de Rick Derringer, guitarrista que fez parte da banda The McCoys e que cantou o hit “Hang os sloopy”, a quarta música da noite - conhecida no Brasil pela versão em português, “Pobre menina”, de Leno e Lilian.

O multi-instrumentista Edgar Winter, dono de uma bem sucedida carreira solo na década de 70, interpretou duas músicas suas: “Free ride” e o tema instrumental “Frankestein”, um funk com toques psicodélicos e experimentais, canções que atingiram grande sucesso comercial no início dos anos 70.

A All Star Band ainda tem Wally Pallmar, (guitarrista ex-integrante dos The Romantics), Gary Wright (tecladista ex-integrante do Spooky Tooth), Richard Page (baixista e ex-Mr. Mister), Mark Rivera (saxofone e percussão) e Gregg Bissonette (bateria).

A junção de talentos no palco permite que a banda transite entre baladas e rocks com total desenvoltura. Embora o público não conheça grande parte das 10 músicas dos colegas de Ringo, os gaúchos tiveram boa vontade com o desfile de canções e aceitaram a proposta do anfitrião de transformar o Gigantinho em uma festa de celebração à boa música, mesmo que o astro principal fique esquecido em alguns momentos.

A plateia de Porto Alegre se deixou contagiar principalmente pelo carisma de Wally Palmar, que cantou “Talking in your sleep” e “What I like about you”.

Quando os companheiros assumem o microfone principal, Ringo vai para bateria e toca com facilidade, confortável na posição de coadjuvante - um papel que aceita muito bem desde a década de 60.

Mas, ainda assim, a grande estrela era Ringo e a plateia reagia com reverência a cada aceno com os dedos em forma de “V”, símbolo do movimento paz e amor.

O baterista brincou com o público a todo momento, mas evitou frases de efeito sobre o Brasil ou Porto Alegre. Preferiu se declarar ao público e fazer piadas com a própria idolatria. Em certo momento, perguntou duas vezes “Qual o meu nome?” e ouviu o público responder “Ringo!” em coro. E completou “Eu amo isso”.

Em “Yellow submarine”, balões amarelos tomaram conta do ginásio. O baterista ainda levantou o Gigantinho com as duas últimas músicas, “Act naturally” e o medley “With a little help from my friends / Give peace a chance”. Não houve bis, detalhe que pareceu não incomodar uma plateia que se sentia satisfeita por poder aplaudir ao vivo dois integrantes dos Beatles num período de um ano.

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