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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
SHOW BAILE SOLIDARIEDADE SOS BATISTA
Com Batista e Banda (Participação de artistas convidados)
DIA 12 DE FEVEREIRO (SÁBADO), A partir das 20 horas
Local: Crato Tênis Clube
Promoção: Professores e funcionários da URCA, artistas amigos de Batista
Venda antecipada de ingresso na Farmácia Gentil (Rua Senador Pompeu)
Preço: R$ 10,00
QUEBRA-CABEÇA DO NORDESTINO
O cidadão nordestino observa com ansiedade a natureza. De vez em quando, principalmente no final do ano, ou mesmo durante os meses de janeiro a março, vive com os olhos fixos no firmamento examinando-o com minúcias o conjunto de seres que formam o universo. Apodera-se atentamente, observando se há algum sinal favorável que forma as ocorrências de chuva.
Constantemente, no fim do ano, apresenta um olhar perspicaz que enche de alegria e às vezes de tristeza, quando o tempo lhe for favorável ou não. Há uma ação simultânea em seu pensamento duvidoso, tentando adivinhar se lhe aparece algum sinal que lhe traga alegria com chuvas para o ano seguinte.
Para isto, costuma-se fazer pesquisas meteorológicas com o chamado projeto referente a natureza, que examina com atenção a posição dos astros que vêm refletir na sua inteligência miraculosa dependendo da situação, formando fantasia em cada rosto do homem agricultor nordestino. Isto vem provar a perspicácia da filosofia matuta que muitas vezes acerta com naturalidade os acontecimentos pluviais e as ocorrências d as chuvas abundantes.
Crê-se que esses homens, de aspecto rude, baseado na adivinhação, hoje em dia, nos tempos modernos, tornam-se obsoletos provocados pelo nordestino fica difícil prever o comportamento da natureza, pois devido à mudança climática, não há mais aviso dos sinais meteorológicos e o homem tem que se contentar com serviços de meteorologia técnica que através de aparelhos vem confirmando as previsões de chuvas ou de seca. Por esse motivo, é difícil o homem acertar o comportamento da natureza que não lhe dá mais aviso.
A situação do nordestino é precária e áspera, visto que sempre se baseia na agricultura rudimentar, sem meios de possuir lucros para sua subsistência, visto que permanece desde épocas imemoriais trabalhando para o atraso, sem consistência de possuir uma agricultura de qualidade que mal dá para servir e transpor o ano com mantimentos agrícolas que poderiam minorar o seu comportamento de pessoa levada de sobriedade e tenacidade no seu trabalho.
É preciso mudar o comportamento do homem, mas só muda através da educação e da tecnologia. Há necessidade de criar escolas (e nunca fechá-las) estimulando o aluno para adquirir uma boa aprendizagem. Pedimos a todos que olham para o campo e portam-se com dignidade, tragam luz a fim de abrir a mente do nosso homem, estimulando-o para enfrentar o trabalho, evitando sair de suas raízes, que é a sua terra.
Crato, 09 de fevereiro de 2011.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
ÚLTIMAS NOTÍCIAS - O Que que ficou decidido após a visita dos parlamentares ao Crato

O prefeito do Crato, Samuel Araripe, esteve acompanhando, durante a manhã de hoje ( 9 ), a Comissão das Enchentes, formada por sete deputados estaduais. Os parlamentares vieram ao município avaliar os prejuízos causados pelas enchentes, registrados com maior intensidade no último dia 28 de janeiro, numa chuva de 162 milímetros, que inundou parte do centro da cidade e atingiu a área comercial. O prefeito, na segunda-feira, esteve em Brasília, participando de audiência, com o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, no intuito de solicitar recursos para reconstrução do Canal do Rio Grangeiro. Foi solicitado, inicialmente, até como forma preventiva, um plano emergencial, que até a próxima semana, segundo Samuel Araripe, estará pronto.
=> O prefeito destacou a disponibilidade do governo federal em auxiliar nesse momento, até que um plano definitivo seja desenvolvido, para que a cidade não venha vivenciar problemas relacionados às cheias do canal e enchentes no futuro. A comissão visitou, além de Crato, outros municípios da região, como Juazeiro do Norte, Lavras da Mangabeira e Icó.
Prefeito destaca a importância da união dos líderes locais
Samuel Araripe destacou a importância de todos os parlamentares e líderes locais se unirem em defesa do Crato. O deputado Ely Aguiar disse que a principal motivação para que a comissão fosse formada partiu da situação de catástrofe enfrentada pelo Crato. Já o deputado Nelson Martins, integrante da Comissão, disse que de todas as cidades visitadas o Crato é o município que se encontra numa situação mais difícil, pelos estragos causados. O deputado Francisco Pinheiro afirma que o relatório será apresentado na Assembléia e ao Governador do estado, Cid Gomes. O objetivo, conforme o presidente da Comissão, Ely Aguiar, é sugerir que sejam liberados recursos de forma urgente para as cidades atingidas.
“Não adianta apanhar o leite derramado”, diz o prefeito em relação aos equívocos da obra do canal
O prefeito do Crato ressaltou o trabalho conjunto que deve ser feito em favor do Crato, com a parceria da Câmara de Vereadores, Assembléia Legislativa e Congresso Nacional e o poder executivo, nas três instâncias, que nesse momento, conforme Samuel, precisam de muita calma, tranqüilidade e também profissionalismo. “O problema é grave e quem está em risco é a população do Crato e precisamos urgentemente dar as mãos e fazer a coisa como manda o figurino”, alerta. Ele diz que a responsabilidade com a obra do canal vem há mais de cinqüenta anos, desde que foi iniciada de forma equivocada na cidade, sem os cálculos devidos que a engenharia requer. “Não adianta apanhar o leite derramado. É dar as mãos, os poderes constituídos, e ir atrás dos recursos para a prática e é isso que queremos”, completa. O prefeito entregou ao presidente da Comissão, Ely Aguiar e todos os deputados, um relatório sobre os danos causados e projeto do canal. O município se encontra em situação de emergência.

Na reunião como o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, também participaram, além do prefeito do Crato, o presidente da SAAEC, Procópio da Silveira, os deputados federais, Arnon Bezerra e Raimundo Macedo, além do vice-governador, Domingos Filho, deputado Sineval Roque, e o secretário das Cidades, Camilo Santana. O prefeito afirmou que o ministro se propôs a ajudar a cidade, inicialmente, com o plano de emergência, e também numa obra definitiva do canal. Para isso, segundo Samuel, estão sendo realizados levantamentos para a concretização de um plano emergencial até a próxima semana.
Relatório será apresentado a Cid Gomes com sugestão de investimentos imediatos
O relator da comissão, deputado Francisco Pinheiro, disse que logo que o governador Cid Gomes, retorne de sua viagem ao exterior, a comissão fará uma apresentação do que pôde verificar nos locais das tragédias, para que ações emergenciais sejam iniciadas o mais rápido possível e sejam liberados recursos para esses serviços. Ele afirma que, antes disso, será feita apresentação do relatório na Assembléia Legislativa, do que foi visto nos municípios visitados. O deputado estadual Nelson Martins, destacou a importância do trabalho da comissão e disse que a situação, principalmente do município do Crato, é muito pior, com muitos estragos e situação iminente de desabamento. O relator afirma que a finalidade, além de avaliar ‘in loco’, é fazer um relato circunstanciado da situação dos quatro municípios e tentar junto aos governos estadual e federal, apressar a vinda de técnicos e verbas para recuperar a situação de emergência das cidades. “Na verdade, o governo já está agindo nessas áreas e vamos somar mais ainda”, diz ele, ao acrescentar os serviços que vêm sendo desenvolvido por meio do DER, nas áreas atingidas.
O Crato é a cidade mais afetada da região, e segundo o presidente da Comissão, deputado estadual Ely Aguiar, motivou a criação da comissão. A cidade prepara um plano emergencial para minimizar os principais problemas e sirva de medida preventiva de outras catástrofes, até que seja realizado o projeto definitivo do Canal do Rio Grangeiro.
Equipe termina visita com apresentação de relatório sobre danos na Prefeitura Municipal
A equipe também esteve acompanhada de secretários de governo e técnicos do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), Defesa Civil do Estado e Municípios e integrantes do Corpo de Bombeiros. Em Crato, a principal área visitada foi a parte mais atingida do Canal do Rio Grangeiro, concluindo os trabalhos com uma reunião na Pprefeitura Municipal do Crato. No local, foi apresentado pelo Secretário de Meio Ambiente da cidade, Nivaldo Soares ( na foto acima ), várias lâminas com fotografias sobre as principais áreas atingidas pelas cheias do canal. O presidente da Comissão, Ely Aguiar afirma que, após a elaboração do relatório com a colaboração de órgãos técnicos e as administrações municipais, será sugerido no próprio documento a liberação urgente de recursos, pelo menos para a situação emergencial.
Com Informações da PMC
ÚLTIMAS NOTÍCIAS - Comitiva de Deputados, Vereadores, Prefeito e Secretários visita o Canal do Rio Grangeiro nesta manhã
Hoje pela manhã ( 9 ), uma comitiva formada por 7 deputados estaduais, vereadores e o poder executivo municipal fizeram uma visita percorrendo grande parte da área afetada do canal do Rio Grangeiro. Logo após, foi realizada uma reunião, com a participação da imprensa local na Prefeitura do Crato, onde o prefeito e os deputados manifestaram solidariedade e um desejo de UNIÃO PELO CRATO, com perspectivas reais de alocação de verbas para reconstruir o Canal. Após uma explanação do secretário de meio-ambiente e controle urbano, Nivaldo Soares, mostrando através de fotos e gráficos de como se deu a enxurrada do dia 28 de Janeiro, os parlamentares se comprometeram, cada um, a seu modo e em conjunto, a buscar recursos para a reconstrução do canal do Rio grangeiro.
O Blog do Crato realizou inúmeras entrevistas com os Deputados, com o Prefeito Samuel Araripe, e com o Secretário de Meio-Ambiente, Nivaldo Soares, que serão publicadas posteriormente. Por enquanto é necessário trazer a público que todos os esforços estão sendo feitos no sentido de sanar os problemas mais urgentes. As famílias foram retiradas das áreas de risco, foi instituído um Aluguel Social de 140 reais para que as famílias afetadas possam alugar casas enquanto se resolve a questão do canal, e segundo o Secretário Nivaldo Soares, é dever do estado arcar com a reconstrução de grande parte do que foi perdido, além de explanar detalhadamente os projetos e a vinda de uma comissão de engenheiros e especialistas para elaborar o novo projeto para o Canal.
Um dos problemas cruciais a ser debatido, é como trabalhar no leito do canal ainda no período da quadra invernosa, pois a qualquer momento, se está sujeito a novas enxurradas, e como disse Dr. Nivaldo Soares, "não sabemos que consequências isso trará para as ruínas do Canal do Rio grangeiro".
Dihelson Mendonça
COBERTURA FOTOGRÁFICA:
Deputados, vereadores, e governo municipal visitam as áreas afetadas:
Logo após, aconteceu reunião na prefeitura para discutir a questão:
Fotos: Dihelson Mendonça e Wilson Bernardo
Show Baile SOS BATISTA
Luiz Carlos Salatiel
Aurora (CE), Origens do núcleo urbano

Transcrição do Livro: Aurora História e Folclore do escritor Aurorense Amarílio Gonçalves Tavares-IOCE, 1993 P 12, 13,14.
Em meio aos historiadores, existe certa controvérsia sobre a fundação e o fundador da cidade cearense de Aurora. A povoação que deu origem à cidade propriamente dita e que, primitivamente, se chamou “venda”, teve origem na antiga fazenda “logradouro”, do Padre Antonio Leite de Oliveira, a qual por sua morte ficou pertencendo aos herdeiros, Alferes João Luiz Tavares e Davi Cardoso dos Santos. Segundo a tradição, o arraial teria sido fundado por Francisco Xavier de Souza, cearense de Aracati, que, tendo chegado à região por volta de 1831, casou-se com Maria dos Santos Xavier...
A denominação de “Venda” prende-se ao fato de que, precisamente no local da Aurora Velha, existia antigamente uma taberna de comestíveis e bebidas, cuja proprietária teria sido uma mulher Chamada Aurora. A Venda era estratégica para pousada e reabastecimento, colocada à beira da estrada que do Icó demandava o Cariri...
“Quando a “Comissão Científica de Exploração de Exploração” por ali passou, em 1859, integravam o povoado a capela de São Benedito e as casas adjacentes, ou seja, a” Aurora Velha. Da referida capela, que se erguia entre o rio e a estrada, restam o sino, que se encontra na igreja Matriz, e duas imagens: Uma do Senhor e outra de Nossa Senhora dos Remédios, estando à primeira na igreja matriz e a segunda numa sala do Hospital de Aurora.
Quando ao padroeiro Menino Deus, da matriz de Aurora, a primeira imagem era de gesso e veio da França. A Atual, que se acha no altar – mor, é de madeira e foi esculpida em 1954, por um escultor português, de nome Joaquim de Souza, residente no Rio de Janeiro.
Próximo da Igreja Matriz, pelo lado esquerdo, ainda existe o sobradinho que o Cel. Xavier mandou edificar em 1831, no qual residiu até mudar-se para o Crato, onde faleceu em 1847. Quando ao sobradinho – Primeiro prédio ali construído – é curioso observar o seguinte: As linhas, caibros e ripas são de cedro, e os pinos com que pregavam as ripas são de pau darco. As tábuas do soalho, medindo 19 palmos de comprimento e meio de largura, também são de cedro, tendo sido essa madeira tirada nas proximidades, entre o cemitério e o rio, numa evidência de que era sobremodo rica a flora da região.
Transcrição feita por Luiz Domingos de Luna. Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora – Ceará.
CRATO INUNDADA PELAS ÁGUAS. CADÊ OS PARAQUEDISTAS?
Crato sofreu grande comoção interna motivada pela forte chuva caída durante a madrugada do dia 28/01/2011. As águas que desceram do Rio Grangeiro que banha a cidade causaram inundações, cometendo os maiores estragos nas residências e no comércio local. Grande parte da população ficou apavorada e deslumbrada com a avalanche das águas.
Todas as pessoas que sofreram perdas de bens suportaram o prejuízo com dignidade.
A população cratense ficou desanimada com o desprezo de alguns deputados paraquedistas que vieram buscar votos na última eleição, a fim de se completarem eleitoralmente, para depois esquecerem a cidade na hora de sua precisão, tornando-se indiferentes ao problema da terra.
Nota-se que, de vez em quando há conflitos com essas pessoas maldosas, buscando votos e que vieram abocanhar esses votos aqui, e tornam-se indiferentes aos problemas cotidianos.
Também culpamos o próprio povo, já que não obedece aos critérios da natureza, pois destroe-na com o fito de abandonar os rios, dando desprezo total, atirando lixo e entulho no leito desses rios. A natureza responde com dureza (mostrando que os seus rigores têm que ser obedecidos).
Criticamos ainda a falta de apoio das autoridades do estado, que isolam o Crato e não olham pra esses contratempos que sempre aparecem nos tempos certos, nas ocasiões incertas.
Afirmamos também que o problema é proveniente da falta de educação do povo, visto que as autoridades não estimulam o homem para seguir o caminho prático da aprendizagem, com o trabalho envolvido e sem contratempo, mostrando que para desenvolver uma comunidade, é preciso educar, a fim de melhorar os métodos de trabalho e o aperfeiçoamento da tecnologia, com investimento de infra-estrutura, já que facilitaria a obtenção de riquezas que lhes sejam o caminho da prosperidade e da satisfação e da obtenção do equilíbrio moral e social.
Por isso, mais uma vez estamos lutando, tentando acertar os passos pra que o homem saiba dirigir os destinos de sua cidade. Dê o Crato para os cratenses, não entregue o Crato aos forasteiros inimigos que só vêm atrás de votos sem nenhum compromisso e confirmamos: “os cratenses (legítimos e adotivos) devem dirigir a cidade, visto que trabalham com mais afinco e mais amor à terra comum.
Precisamos permanecer de sobreaviso, e ao mesmo tempo, alertar os seguidores dos políticos paraquedistas que o desejo de cobrar com gritos ensurdecedores reclamando a falta de apoio que eles nos prometeram durante a campanha eleitoral e até agora, ainda não caminharam com as promessas, pois com toda certeza, não vieram solidarizar-se com sua presença diante da catástrofe meteorológica que desenganou seus habitantes.
Ontem mesmo, estávamos pensando: por que não procuramos cobrar o apoio desses políticos que se lembram do Crato durante o período eleitoral?
Por que esquecem o Crato e não se lembram das promessas, não se dedicam com interesse de resolver os problemas desta cidade, que lhe deu apoio eleitoral? Por que o Crato permanece no anonimato, sem notícias na imprensa do sul do país e quando acabar ninguém se movimenta para divulgar o nome do Crato por esse Brasil afora?
Por isso somos insistentes. Vamos cobrar mais luta e empenho em defesa do Crato.
Se não se movimentarem a favor do Crato, devemos dar o troco com chutes e safanões. É o que eles merecem e nada mais.
04 de fevereiro de 2010.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
CALDAS FEST leva MPB ao Carnaval de Barbalha, na região do Cariri (CE)
Fonte: DÉGAGÉ - Assessoria de Comunicação
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA: Eugênia Nogueira
85-3252.5401 / 9989.3913
R$ 703 MIL PARA ADAPTAÇÃO DE LIVRO...
Padre Ágio comemorou 93 Anos - Por: Armando Rafael
O Blog do Crato registra com muita satisfação o 93º aniversário natalício de Monsenhor Ágio Augusto Moreira, um homem cuja longa existência foi pautada no bem, na construção do Reino de Cristo em terras do Sul do Ceará.
Por: Armando Lopes Rafael
A Política excludente de editais da (des)Secult
Por Alexandre Lucas*
As políticas públicas para fomento a produção estética, artística e cientifica no âmbito das instituições governamentais é uma conquista que vem possibilitando a descentralização e democratização dos recursos públicos no país, bem como dando visibilidade e condições estruturais para continuidades, experimentações, circulações e promoção dos trabalhos desenvolvidos pelos feitores da arte, pesquisadores e produtores culturais.
A política de editais é uma forma de barrar o clientelismo e possibilitar formas mais acessíveis para garantir o acesso aos recursos públicos. A partir da década de oitenta do século passado diversas Secretarias Estaduais e Municipais e o Ministério da Cultura vem adotando deste artifício para atender as demandas de solicitação de recursos financeiros.
Como não existe uma legislação nacional, cada localidade vem adotando uma forma particular de conceber as suas políticas de editais, a partir de conveniências e compreensões políticas e de gestão.
No Estado do Ceará esse trabalho teve início no Governo do Tasso Jereissati com a Lei de Incentivo Fiscal para investimento do setor privado na Cultura que ficou conhecida como Lei Jereissati (1995), a lei criou também o Fundo Estadual de Cultura e o Mecenato Estadual, apesar da legislação representar um avanço significativo, ela apontava alguns empecilhos como: dependência do setor privado, somente as empresas de grande arrecadação poderiam “Investir”, isso também criou situações que somente as empresas da capital poderiam participar da Lei por conta da alta arrecadação de ICMS. Ficando dificultosa a inclusão das propostas oriundas das regiões do Estado do Ceará. Sem contar a burocracia para conseguir finalizar um projeto.
Venho analisado, nos últimos anos, que a partir do atual Governo Estadual, vem ocorrendo um processo de aumento da burocracia na política de editais do Estado do Ceará, fator que é contraditório a política desencadeada a nível nacional pelo Ministério da Cultura - MinC e as instituições vinculadas. Enquanto o MinC tem aprofundado a desburocratização na maioria dos editais a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará faz o papel inverso. O MinC analisa em primeiro caso o conteúdo/forma e sustentabilidade das propostas enviadas e por ultimo após aprovação da proposta é que analisada os aspectos jurídicos. Já a Secult dispensa conteúdo/forma e sustentabilidade da proposta enviada para analisar em primeiro plano os aspectos jurídicos como elemento de classificação.
Essa pratica tem gerado uma inversão de lógica e excluído um grande número de feitores de arte e produtores culturais, privilegiando o que poderíamos denominar de “elite dos projetos culturais” normalmente constituída por especialistas na área de gestão e contabilidade. Isso gera alguns complicadores que dizem respeito a tornar a Política de Editais “um bom negócio” como era encarada as políticas públicas para a cultura na época do Governo Neoliberal de Fernando Henrique Cardoso.
Nos diversos fóruns e nas conferências municipais e estadual da Cultura, uma das questões presentes é a desburocratização das política de editais. Porém, a gestão da Secult tratar as reivindicações e as resoluções das instâncias de participação popular a exemplo da Conferência Estadual da Cultura como amontoado de palavras sem nexo.
Isso é grave, pois representa um despeito a indicação popular de direcionamento das políticas públicas para a cultura. Caso o direito constitucional de indicar, propor e manifestar a discordância, viabilizados pelos mecanismos de consulta a população, como fóruns, plebiscitos e conferencias não tenha importância política e mobilizativa, eles não seriam realizados. Vale ressaltar que hoje temos esses instrumentos consultivos por conta da insistência organizada dos movimentos sociais, notadamente constituído por forças progressistas e em muitos casos ligadas as compreensões políticas das esquerdas.
Certa vez escutei de um “técnico” da Secult em um dos encontros no Cariri a seguinte afirmativa “para desburocratizar teria que mudar legislação”. Essa afirmação é falsa e irresponsável, basta analisar as políticas de editais realizadas pelos Centros Culturais do Banco do Nordeste e pela Fundação Nacional da Arte – Funarte que prossegue a cada ano simplificando as formas de recebimento de proposta e viabilizando que qualquer artista e produtor possa encaminhar seus proposições sem ter que ser “um especialista da área de projetos”. Essas instituições servem como exemplo para citar apenas algumas ligadas ao Governo Federal que utilizam de formas parecidas, a simplificação.
Um avanço tímido e insuficiente ocorreu na descentralização de recursos para as políticas de editais na gestão do Auto Filho a frente da Secult, quando estabeleceu 50% dos recursos para capital e 50% para as demais cidades do Ceará. Isso ainda é insignificante comparado a quantidade de cidades do Estado, mas é um avanço. Porém descentralizar e manter uma visão equivocada, excludente, elitista e despeitosa as indicações, sugestões e reivindicações dos diversos segmentos das artes e da cultura é estabelecer a política de “ouvido de mercador”, ou seja, é não considerar os reclamos de quem produz, conhece, dissemina e sobrevive da produção da arte e da cultura no Estado do Ceará.
Esse discurso pode parecer exagerado, mas é compatível com o que vem acontecendo e reflete questões que não se resumem exclusivamente a política de editais, mas a estrutura que se encontra a Secult, com vários problemas a serem solucionados, que dizem respeito a gestão e ao norte político, é preciso ampliar o quadro de funcionários desta Secretaria através de concurso público e rever as práticas administrativas. São gritantes as reclamações neste sentido recentemente tomei conhecimento de um caso atípico: um proponente teve um projeto aprovado, entretanto não recebeu os recursos para execução e ficou impedido de concorrer a outros projetos. Sabe por quer? Porque, o seu nome constava como inadimplente por não ter prestado contas de um recurso que não recebeu. Esse proponente deverá acionar a justiça contra esse “equivocozinho”.
Acredito que o debate não termina aqui, nem poderia, temos muita lutar para travar e muita gente ainda tem que dizer de que lado samba.

*Coordenador do Coletivo Camaradas, integrante do Conselho Municipal de Cultura do Crato e artista/educador. Comentar esse texto pelo email: alexandrelucas65@hotmail.com
domingo, 6 de fevereiro de 2011
800.000 REAIS POR CABEÇA... QUEM DÁ MAIS?
Foto: Cacá Araújo (2009) |
Foto: Lucas Carvalho |
Ilusões de um cachorro - Emerson Monteiro
Indagado qual a razão de o cachorro ser o melhor amigo do homem, com propriedade um sábio respondeu: - Porque ainda não conhece o dinheiro. Ah! Os bens materiais, quantas cogitações equivocadas podem ocasionar no bloco das vaidades humanas. Tal vê, também, os comportamentos animais, acho que nas fases de preparação de outras vivências da natureza. Sei não, pois há tantos mistérios a desvendar, da terra ao céu, que causa ânsias e vertigem.
O cachorro da minha casa, por exemplo, este apresenta manias bem típicas dos bichos da espécie, com o agravante das arrogâncias dos cachorros de raça, valentões, pretensiosos, dos que olham de cima as pessoas. Sempre que abro a porta para sair na varanda, ali está ele, o verdadeiro dono do pedaço. A segunda coisa que faz depois de balançar o toco do rabo, trazido assim mutilado, segundo explicaram, para manter o padrão da raça, a segunda coisa, mostrar a língua e lamber o focinho, tomando gosto, qual abríssemos a porta toda vez só para lhe levar alimento.
Acha-se o dono absoluto de toda a extensão territorial da casa e do muro que a cerca. Mija por todo canto, costume estudado pelos especialistas caninos que adotam para demarcar o espaço das suas pertenças. Nesse ponto, mora o título deste comentário, o motivo das ilusões dos cachorros, por pensarem possuir o mundo inteiro onde mijam descaradamente. Caso consiga escapar até a rua, sai mijando tudo que aparece à frente, semelhante ao que providencia cada vez que chego com o carro, renovando mijadas nos pneus, parachoques, lataria, reforçando o instinto que alimenta de proprietário exclusivo do transporte que adquirimos com relativa dificuldade. Ele nem de longe imagina o que de antipatia isso acarreta no dono, essa pretensão de garantir só para si um direito que corresponde à família inteira.
Os passarinhos que pastam pelas imediações em volta da casa, a seu modo, sofrem na pele essa inclinação possessiva do cão alienado em constante vigilância. Corre e late desesperado quando sanhaços, sabiás, anuns, garrinchas, griguilins, pardais, vinvins, lavandeiras, aventuram catar insetos e sementes no chão. Vez em quando aparece pássaro morto na varanda, prática parecida com a dos humanos, únicos animais que matam e abandonam a vítima. Os outros assassinam apenas no propósito da sobrevivência.
As ilusões do cachorro chegam ao domínio de causar mais constrangimento aos seus donos. Caso saia a telefonar na varanda, quem aparece, ele, atento na escuta de toda a conversar, quebrando qualquer sigilo, semelhante aos agentes secretos deste mundo. Até hoje, porém, não descobrir de como se beneficia da escuta privilegiada.
Sua agressividade patrimonial, no entanto, restringe as visitas que de raro recebemos, seleção prévia que ele mesmo estabelece. Resultado, alguém bate no portão e eu corro apressado a prender dito chefe provincial, o que deixa a impressão do tanto de analogia dos bichos com os humanos, tão cheios de ilusões de honras e posses, durante a curta jornada desta vida, surpreendidos, inevitáveis, nas folhas que, secas, voam dos calendários.
Fabrício Skinny – Ativista da palavra rimada e politizada

Ex-integrante do Grupo Relatores, Fabrício Skinny é um dos MCs da Região do Cariri que tem contribuído para a difusão do Rap e incluído novas roupagens ao estilo musical. Acadêmico do Curso de Artes Visuais e integrante do Coletivo Camaradas, Fabrício acredita que uma das funções da arte é politizar a população.
Alexandre Lucas - Quem é Fabrício skinny ?
Fabrício Skinny - Um cara tranqüilo que gosta de coisas simples, que respeita a vida e tenta aproveitar as melhores coisas que ela proporciona, Mc e filho de Deus.
Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?
Fabrício Skinny - Acho que com uns cinco anos de idade, em vez de brincar com os brinquedos de plástico, preferia fazer uns personagens animados com aquelas massinhas de modelar,naquela época nem sabia o que era arte nem pra quer servia,apenas criava e me divertia,nessa idade também desenhava constantemente inspirado pelos cavaleiros do zodíaco...rsrs um grande clássico da minha geração quem já assistiu sabe do que eu estou falando.
Alexandre Lucas - O que despertou seu interesse pelo Hip-hop?
Fabrício Skinny - Quando eu tinha uns dez anos de idade assistia a aqueles filmes americanos que contava histórias sobre os guetos e a trilha sonora sempre era Rap, mas eu nem sabia do que se tratava e nem entendia nada do que aqueles caras estavam cantando, mas gostava da batida e tentava imitá-los,aí quando eu estava cursando o primeiro ano do ensino médio no Colégio Polivalente de Juazeiro do Norte,aconteceu um evento escolar relacionado a cultura onde se apresentou um grupo de rap da cidade,quando eu vi,escutei e entendi o que aqueles caras estavam cantando eu fiquei pasmo com a força que essa música tem,ela passa uma energia e idéias livres que é difícil encontrar em outro gênero musical,é muito forte desde esse dia inventei de escrever rap.
Alexandre Lucas - Como foi os seus primeiros trabalhos como MC?
Fabrício Skinny - Péssimos... rsrs,minhas primeiras letras eram horríveis eram tão horríveis que eu escrevia pra mim mesmo pois tinha vergonha de mostrar para outras pessoas,a minha sorte foi que eu não parei de escrever e me apaixonei pela cultura e fui buscando o conhecimento e escutando outros tipos de música,me interessei pela leitura e comecei a ter um pensamento “revolucionário” parei de assistir bobagens,aí a evolução aconteceu naturalmente,entrei em um grupo chamado Coringas mc’s e fiz uma participação em uma faixa do segundo cd do Relatores onde fui convidado a fazer parte do grupo,onde foi minha verdadeira escola, aprendi técnicas de rimas,métrica,flow e postura de palco,devo uma boa parte do que sei a essas pessoas que passaram na minha vida e fortaleceram minha caminhada,e no final deste ano resolvi me afastar do grupo mas mantenho contato e a amizade com todos .
Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?
Fabrício Skinny - Fora do rap: Tom Zé,Caetano Veloso,Jackson do pandeiro, Seu Lunga,Chico Science, Seu Madruga,Planet Hemp,Chris Rock,Will Smith ,Patativa do Assaré,Os Simpsons,Cartola e Bruce Lee e dentro do rap são Black Alien,Quinto andar, Oficina da Rima,SP Funk,Rza,Valete,Crioulo Doido,Inquilinus,Jay-z,Cachaça Crew e Shawlin.
Alexandre Lucas - No Cariri vem crescendo a quantidade de grupos de RAP?
Fabrício Skinny - Sim vem crescendo, mas ainda é muito pouco, ter um grupo de rap é difícil, pois você tem quem investir em equipamentos caros como picapes, e investir em você também. Sem contar que o rap é boicotado na rádio, TV e na mídia em geral, mas os grupos são fortes, é como diz uma frase “Se fosse fácil num era rap”.bola pra frente!
Alexandre Lucas - Existe uma tendência no Cariri de incluir nas letras e nas músicas questões relacionadas a cultura popular?
Fabrício Skinny - Sim, e essa tendência é muito importante tanto para o rap quanto para a região do Cariri,pois esse estilo de rap, base,rima,e assunto só existe aqui. É uma coisa natural é a identidade do nosso rap, o sotaque as gírias, os samples, o estilo dos beat makers são totalmente autênticos,nós não precisamos imitar ninguém,cada lugar tem sua característica e ela deve ser preservada mas sempre com verdade,não adianta também fingir que sou “cabra da peste” sem ser,se for mesmo tá beleza eu considero,é preciso ter verdade acima de tudo.
Alexandre Lucas - O movimento Hip-hop sofre discriminações?
Fabrício Skinny - Sim, a primeira discriminação vem de casa, lembro que quando comecei a escrever rap e ensaiar em casa, minha mãe falava que era música de bandido, com o tempo ela percebeu que não era bem assim,existe uma distorção muito grande até pelos próprios artistas, tem pessoas que pensam que pra você poder ser um rapper você tem que ser negro,morar numa favela e ter antecedentes criminais,movidos por estereótipos e o pior é que muitos mc’s aceitam isso,o Hip Hop sofre discriminação porque ele vem mostrar para as pessoas o que elas não querem ouvir.
Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?
Fabrício Skinny - A política é nosso alvo e a arte é a nossa flecha,mesmo não gostando de política devemos ser politizados e saber o que está acontecendo senão vamos ser manipulados novamente,e com a arte podemos politizar a população.
Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?
Fabrício Skinny - Eu tenho a intenção de despertar as pessoas para algumas coisas que existe e elas não enxergam, falar de um assunto sério de forma divertida para que a mensagem possa chegar a elas de forma agradável.
Alexandre Lucas - O que é RAP para você?
Fabrício Skinny - Rap pra mim é um estilo de vida, uma ideologia, uma cultura, um tratamento, um vício, é a minha doença e a minha cura para os dias insanos, é minha religião, meu castigo e meu abrigo.
Alexandre Lucas - Quais seus próximos trabalhos?
Fabrício Skinny - Estou começando a gravar algumas faixas para um EP que pretendo lançar e estou com alguns projetos paralelos com alguns Mc’s e Beat makers,vai ter grandes novidades esse ano.
Alexandre Lucas - Como você ver a atuação do Coletivo Camaradas junto ao movimento Hip-hop?
Fabrício Skinny - Acho bastante importante pelo fato do Coletivo ver o hip hop como uma arte em movimento e dá espaço para esta manifestação,não somos só artistas somos ativistas,o povo unido tem o poder. Parabéns ao Coletivo Camaradas pela coragem de manter a cultura viva!
sábado, 5 de fevereiro de 2011
SEGUNDA-FEIRA: PÁSSARO DE VOO CURTO NO SESC CRATO
CRÔNICA DA PROFESSORA JOSÉLIA SALATIEL
Foto: Cacá Araújo |
Pelas fibras da alma - Emerson Monteiro
Essas tardes cinzentas que emolduram o tempo chuvoso mexem com a gente. Mexem por dentro da gente feitas brocas revirando as entranhas onde transitam escondidos pensamentos de querer ver coisas diferentes acontecerem invés de algumas outras que sacudiram os derradeiros dias, na semana anterior. Entortar os acontecimentos, eis o tal desejo principal desses bichos vivos mexendo por dentro, a querer dominar a natureza, uma espécie de coisa animada impacientando as outras coisas vivas que moram nas entranhas da pessoa. Ondas de coisas vivas invisíveis, imateriais até, digamos assim, sem ter medo de errar, são o que, por que quiséssemos dominar os momentos fugitivos, a gente, parece perseguir, como quem corre atrás de sombras, e não consegue agarrar, que vai embora na correnteza barrenta; e o velho costume de procurar fantasmas apressados nas lamas escorregadias do passado; ou mesmo estirar o pescoço, pretendendo enxergar lá adiante, depois da linha do horizonte; longe; muito longe para obter o menor sucesso. Isto é, esquecer o momento especial do presente, único ser acontecimento que, na verdade, tem valor, nos interessaria com certeza, perante todas as demais frioleiras deste mundo de passados mortos e futuros ainda de vez, na semente.
Caso haja boa vontade para concentrar esforços no presente, acham-se todos os demais fatores que empurram a manada para o curral, nas jornadas individuais ou coletivas dos rebanhos. Ninguém permanece no passado, nem pisará o futuro por conta própria antes da hora. O minuto seguinte já ficou atrás quando virou presente. Essas intenções desesperadas dos ledores da sorte habitam só as casas de jogos, nas travessas da ilusão. Quem, não fossem os filmes, garantirá, um instante depois, o placar final do jogo, deixando de lado o polvo alemão da Copa do Mundo. Quem garantirá com a absoluta segurança isso de depois?
Apertar o cinto do agora, no entanto, qualquer cidadão pode, fora de cair da cama ou botar burros na água. Reger a valsa do instante torna-se, pois, a profissão universal do senso do realismo, nas empresas produtivas.
Diga-se bem isso tudo, quando perguntarem pelo pai da criança em face das tragédias da história. Alguém houvesse de sair na dianteira e as coisas mostrariam outra cara. Pisar maneiro, ordenhar as vacas na hora certa; fechar as portas e janelas antes do pior acontecer; saber escolher as opções ideais; bater na bola da vez; substituir peças e cuidar da revisão no prazo; essas ações inevitáveis aos bons resultados servem de aviso, nos casos posteriores.
Aprender, por isso, as lições, às vezes de preços elevados, porém ainda com os pés no caminho e no tempo do presente, oferece os braços aos estudantes atenciosos. Dias melhores virão, no suor da reconstrução. E a casa pertencerá sempre aos que souberem dela utilizar as oportunidades da milenar sabedoria.
A PROFECIA ECOLÓGICA-ESPIRITUAL DA MINHA AMIGA IEDA
QUANDO É QUE FINALMENTE ADMITIREMOS QUE TUDO ESTÁ INTERLIGADO: O SOCIAL, O NATURAL-ECOLÓGICO E O ESPIRITUAL?
Os recentes acontecimentos
em diversos Estados me fez reprisar esse texto que criei já faz algum tempo.
No início da década de 80 decidi sair da casa de meu pai para ir morar sozinho. Um ano após da minha saída, por questões econômicas, mudei de endereço no mesmo bairro do Flamengo. O Flamengo é um bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro. Os aluguéis lá eram e ainda são caros. Então, encontrei uma saída econômica que era morar num quarto alugado próximo à praia. E a moradora, uma gaucha de uns 40 anos de idade, me sub-alocou um pequeno quarto confortável para mim e meu irmão mais velho. Ieda era (ou é ainda (?)) uma mulher de convicções firmes e muito simpática. Sempre sorridente, Ieda cativava a todos com sua coragem , força de vontade e fé no processo de superação de uma doença raríssima no mundo. Era muito comum vê-la dopada para suportar as dores dos pequenos nódulos que surgiam por todo o seu corpo.
Num belo dia ela me contou como ficou sabendo, com bastante antecedência, o caminho de sofrimento que teria que passar nessa vida terrena. Contou-me ela que seu avô havia planejado ir à praia (no Rio Grande do Sul onde ela morava quando pequena) com ela e um garotinho. E assim aconteceu. Saíram cedo com o objetivo de voltar um pouco mais tarde. Em dada hora, o avô percebendo que precisava fazer o lanche que levara forrou a areia com um pano e retirou da sacola uma melancia para repartir entre eles. Buscou na sacola uma faca e foi aí que percebeu que havia esquecido a mesma em casa. Por um instante ficou confuso com o fato de ter esquecido a faca. Tentou encontrar uma maneira de executar a ação. Foi aí que de repente surgiu do nada uma figura humana de um velhinho vestido todo de branco. Seus cabelos eram brancos e possuía uma grande barba branca também. O velhinho se aproximou disposto a ajudá-los. Ele fez um sinal da cruz sobre a melancia, e a melancia se repartiu milagrosamente em quatro pedaços. Após esse feito ele se apresentou como sendo Jesus Cristo. E em seguida orientou o avô dela para que não continuasse mais batendo na esposa. E quanto a ela, disse: “Você terá uma doença muito rara no mundo. Mas, não se preocupe porque é para seu próprio bem devido aos karmas adquiridos em outras vidas”. Após essa fala ele profetizou o que iria acontecer com o ser humano devido a sua ação destruidora da natureza. Ele afirmou: “Tudo o que o homem toma ou interfere na natureza provocará uma ação contrária fazendo com que surjam tempestades e todo tipo de catástrofes que envolvem a natureza. A natureza vai querer tudo de volta!”. E segundo minha amiga Ieda ele mencionou algumas cidades onde ocorreriam essas catástrofes (p.ex.: Santa Catarina, Rio de Janeiro etc).
E a partir dessa história contada por Ieda fiquei atento aos desastres naturais. E toda vez que acontece um desastre “natural” lembro-me de Ieda e do velhinho espiritual.
Quando é que finalmente admitiremos que tudo está interligado: o social, o natural e o espiritual? Hoje, se discute quanto tempo temos (se é que temos) ainda para consertar os erros do passado e do presente. O mundo vive apreensivo sobre o destino da humanidade caso ações concretas não sejam realizadas a tempo para mudar o rumo da intervenção desastrosa da vida humana na Terra. Tudo será afetado: água, solo, subsolo, ar, florestas, cidades etc.: “O Sertão virará mar, e o mar virará Sertão” diz a música sertaneja. A conta desses desastres será paga por todos, principalmente os mais pobres e carentes de recursos. No COP-15, em Copenhague, se discutiu um acordo de como repartir as responsabilidades, ônus e bônus. Mas, não houve consenso de quanto cada um deverá investir e doar de si para salvar o planeta. Enquanto isso, continuamos poluindo, desmatando e destruindo o que resta ainda de original e sagrado ao nosso redor.
Bernardo Melgaço da Silva
Pensamento para o Dia 05/02/2011
“Não há necessidade de procurar a Verdade em qualquer outro lugar. Procure-a dentro de você: você é o milagre dos milagres. Tudo o que não está dentro de você não pode ser encontrado em qualquer lugar fora de você. O que é visível exteriormente a você é apenas um reflexo aproximado do que realmente está dentro de você! A crença antiga era a de que Deus (Easwara) governou o Mundo, estando fora dele. Os investigadores indianos puseram isso à prova através do Sadhana (disciplina espiritual) e revelaram que Deus estava e está no mundo e é dele. Essa é a primeira contribuição dos indianos para o mundo espiritual, de que Deus não é exterior ao homem, mas é a sua essência interior. Eles declararam que é impossível removê-Lo do coração onde Ele mesmo se instalou. Ele é o mesmo Atma do nosso Atma, a alma da nossa alma. Ele é a Realidade interna de cada um de nós!”
Sathya Sai Baba