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terça-feira, 20 de abril de 2010

POLÍTICOS SEM HORIZONTES


Pedro Esmeraldo

Eis ai um título sombrio. Mas por que sombrio? Perguntava um jovem ingénuo que não compreendia esse significado. Bem, ao nosso ver, assim respondíamos: é por que não notamos interesses desses políticos em trabalhar pelo beneficio do povo. Atualmente, vemos um Crato esquecido, desprezado pela massa governamental. Agora mesmo, uma horda de beócio impede o desenvolvimento desta cidade.

Não suportamos mais esse descaso político. Observamos que alguns dele usam a prática de idiotices cometidos constantemente pelos subalternos, obedecendo fielmente ao seu grupo. Permanecem inconsequentes e são comandados por um bando de malfeitores que andam ao seu rumo dentro de uma esfera bajulatória .

Não queremos comentar fatos desagradáveis, mas desejamos retirar do nosso meio essas figuras dilacerantes, já que não reagem aos insultos provocativos e consideramos como sendo amigos de nossa terra. Isso nós não aceitamos de bom gosto porque notamos falsidade no seu procedimento.

Nesse momento, observamos alguns que permanecem na estaca zero, sem lutar e andam sem coragem não procuram solucionar os problemas agudos com expressão automática.Ocorre porém que a maioria desses homens exercem cargo político somente para usufruir das suas benesses e ocupam cargos relevantes que só satisfazem aos seus interesses.

Necessitamos de homens sérios, competentes, equilibrados e que tragam resultados com trabalhos eficientes que permeiam com forças de homens dignos, empurrando o barco no caminho do desenvolvimento. Olhem senhores, o Crato, desde há muito tempo, antes de aparecerem essas figuras incontroláveis e inconseqüentes no caminho da política, vem sofrendo amarguras, comendo o pão que o diabo amassou. Almejamos que essas pessoas assumam o comando, orientem a juventude para seguir o caminho que traga o limite da interseção desenvolvimentista da região.

Infelizmente, hoje não vivemos de bom grado com essa massa governamental que anda perambulando à toa, sem energia, dentro de um princípio democrático o que vive mergulhado numa lama putrificada, provocado pelos descases de certos políticos que não visam o povo e só visam a si mesmo, enriquecimento ilícito e impedem a permanência de pessoas dignas e convenientes de exercerem a profissão política.

Vivem pensando errado, sem nada produzirem. Quiséramos que dessem apoio a outras pessoas mais dignas e mais capacitadas para o trabalho.

Talvez não temos tanta inteligência como desejamos para exercer o comando de ordem administrativa e, por sua vez, pudéssemos substituir essa velharia arcaica por uma camada de jovem inteligentes e ao mesmo tempo, segurar o barco com força, a fim de evitar a decreptude com intuito de obtermos forças para transformar o ambiente num grau de vivacidade e de equilíbrio moral.

Cratenses, fujam dessa tortura imensa, procurem equilibrar-se permanecendo num ponto coesivo para que possam viver com equilíbrio estável e com coragem, igualar aos tempos modernos.

Somos revoltados porque somos desequilibrados moralmente. Temos que reagir, temos que lutar, pois avisamos que, até pouco tempo, o cariri seria uma maneira pensante, pois tudo que viesse para a região, o Crato seria bem favorecido porque era o equilíbrio percussor do desenvolvimento. Hoje, meu Deus, não somos mais bem aprimorados, já que, para se ter uma ideia, o regionalismo de hoje só é concentrado na cidade de Juazeiro do Norte. Por isso, temos de reagir, já que nos alegam que têm representação, isso é um descalabro, um desvio de força depressiva, um abalo moral, um desprezo ás outras cidades.

Ah! Assim dizem eles: É porque temos representação e por isso temos mais merecimento; Consideramos esta representação somente digna para ele, pois esses ditos representantes, que se dizem merecidos, vão buscar votos em outras cidades, prometendo loas mas não cumprem com suas palavras durante a sua campanha eleitoral.

Cratenses, tomem cuidado, temos forças para reagirmos, deixem de lado o comodismo e evitem que o Crato caia na mão desses carcarás que consideramos como sendo persona non grata para nós pois seu objetivo é dilacerar o Crato e nada mais.

Senhores políticos orientem a juventude façam-na entrar na política por que ela virá com mais coragem e disposição para o trabalho.

Crato, 19 de abril de 2010

Pensamento para o Dia 20/04/2010



“Quem destina sua riqueza, força, inteligência e dedicação para a promoção da humanidade é digno de reverência. São aqueles que nascem com um propósito nobre. Eles observam o voto sagrado do serviço, que não é manchado pelo pensamento em si mesmo. Esse ideal de serviço e a necessidade de praticá-lo constituem o cerne da educação. Isso é puro amor em sua manifestação principal. Deus ama as pessoas que empreendem atividades em benefício de outras pessoas como sendo seus filhos queridos. Esses são os irmãos e irmãs ideais como compatriotas.”
Sathya Sai Baba

Ainda haverei de ver! (?) - Por Jorge Carvalho

Concluído e revitalizado o estádio Virgílio Távora (O Mirandão). As ruas da minha cidade limpas, calçadas arborizadas, depósitos para a coleta seletiva do lixo. Praças revitalizadas e propícias ao lazer de crianças, jovens e idosos (os que as abandonaram criminosamente punidos pelo Ministério Público). As serestas retornaram a da Sé. Ainda haverei de ver! Os bairros do meu sofrido Crato sendo respeitados, seus moradores com direito fundamental de andar por ruas limpas, saneamento básico presente. Ainda haverei de ver O Sport Club do Crato, o querido rubro-negro da cidade, sendo o nosso representante no Campeonato Cearense (1ª ou 2ª Divisão). Ainda haverei de ver (ouvir) em uma emissora de rádio educativa ou universitária, instalada em minha cidade, a música de Abidoral, Pachelly, Salatiel, Leninha, João do Crato, Correinha, Eduardo Júnior, Aécio Ramos; Reisado do Mestre Aldenir, Côco das mulheres da Batateira, Reisado Dedé de Luna, Maneiro Pau do Mestre Cirilo, a poesia de Luciano Carneiro. Olival Honor, Bastinha, Josenir Lacerda, as crônica de Emerson Monteiro, Dr. José Flávio, Roberto Jamacaru, os artigos educativos de Alexandre Lucas. Ainda haverei de ver minha cidade possuir um sistema de transporte coletivo que atenda dignamente as crianças, adolescentes e trabalhadores que, confortavelmente se desloquem ao seu ambiente de trabalho ou seu local de estudo. Retornando da mesma maneira aos seus lares. Ainda haverei de ver as nossas escolas de samba retornarem à avenida iluminada (Dr. João Pessoa, Praça da Sé) num trabalho sério de resgate desta manifestação popular (o carnaval). Ainda haverei de ver as nossas festas tradicionais, cívicas, comemorativas (dia de reis, carnaval, dia do município, festas juninas, festa da padroeira, semana do folclore, malhação do Judas, natal... ) calendarizadas, discutidas com a população e não realizadas “em cima da hora” com intuito político eleitoreiro. Ainda haverei de ver o secretário(a) de cultura sendo eleito pelo voto popular. Ainda haverei de ver os nomes do saudoso Eloi Teles, do inesquecível e injustiçado Correinha sendo lembrados para “darem” denominação a alguns futuros logradouros que por casualidade a atual administração venha a construir (ainda haverei de ver?). Ainda haverei de ver na entrada da minha cidade, via bairro São Miguel, uma bela placa, bem iluminada com a frase: “BEM VINDO, AQUI NASCEU CEGO ADERALDO”. Outra, no bairro Batateira, com a frase: “VEM VINDO, AQUI NASCEU SÁ RORIZ – HERÓI DA SEGUNDA GRANDE GUERRA”. Ainda haverei de ver?

Jorge Carvalho
Abril/2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

ARTE, MÍDIA E ESPIRITUALIDADE: O NOVO PARADIGMA ESPIRITUAL (CHICO XAVIER)


Bernardo Melgaço da Silva
De tempo em tempo um novo paradigma surge para substituir, complementar ou transcender um outro fenômeno coletivo indutor, condutor e orientador. Na maioria das vezes os paradigmas estão superpostos ao longo do tempo, semelhante as fases de energia no campo do eletromagnetismo. De um modo geral, uma das fases (paradigma) se sobressai e domina um grupo, nação ou contexto histórico mais amplo. As outras fases continuam no ritmo natural de suas naturezas vibratórias.

A arte sempre esteve presente nas formas de representação da realidade ou na construção ou formatação do imaginário na base dos paradigmas. A música, o teatro, o artesanato, a pintura e outras formas de manifestação foram utilizadas e aperfeiçoadas pela humanidade. Assim, o homem evolui num processo criativo de aperfeiçoamento de seus instrumentos de representação bem como incorpora novas percepções decorrentes dessas experiências e descobertas. Nesse sentido, a identidade humana se entrelaça e se confunde com os instrumentos e objetos psíquicos, biológicos e metafísicos intrínsecos à realidade vivida. A força da criação está no poder de elevar a compreensão do homem: do ser fazendo e fazer sendo.

Nesse contexto, nos defrontamos com um paradoxo histórico. Pois, todo homem é ser antes de fazer, mas também é antes de tudo criador fazendo-se a si mesmo nas diversas circunstâncias em que as leis da natureza chama-o para um novo salto da consciência: autotranscendência. Ele é tanto a escultura quanto o próprio escultor de si mesmo! As expressões latinas EDUCARE e EDUCERE (educar de dentro para fora e educar de fora para dentro), nos faz compreender muito bem o duplo movimento da educação.

Assim sendo, fazemos e somos a realidade que desejamos e vivemos. Não há como fugir dessa verdade! Recentemente o cinema lançou um filme que já virou sucesso de bilheteria. O filme Chico Xavier! A arte se prestando a mostrar a realidade vivida por um homem comum numa cidadezinha do interior de Minas Gerais. Chico é um exemplo marcante da vontade humana que em sua humilde e pobre condição sócio-econômica mostrou para milhões que vale a pena aprender fazendo e fazer criando - e descobrindo! - a verdade mais profunda e universal de todos os tempos: a disciplina interior!

O caráter é, portanto, a alma esculpida com disciplina. Foi o que nos mostrou Chico Xavier. Chico não era apenas um médium dotado de uma capacidade rara de percepção do invisível. Ele é uma referência brasileira de caráter, integridade, honestidade, caridade, bondade e amor. Chico era um artista da alma humana. Ele esculpiu, pintou, representou e ensinou a ciência ou arte do ser-fazer-ser. No mundo caótico e escuro em que vivemos, ele se mostra com humildade como luz e exemplo de valores notáveis a serem seguidos. Por isso mesmo, o seu esforço e disciplina impecável coloca-o no topo dos grandes mestres da humanidade, ao lado de Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, São Francisco de Assis, Irmã Dulce etc.

O filme mostra um Chico humano com uma imensa espiritualidade-humanidade. O Chico-mito ou Chico-santo ele mesmo não desejava para si (segundo seus amigos mais próximos). Ele era simples, alegre, amigo, caridoso, hospitaleiro e consciente de suas fraquezas e deficiências humanas. O cinema religioso-espiritual brasileiro está de parabéns com esse lançamento. O próximo lançamento parece prometer sucesso também: o filme NOSSO LAR (baseado no livro psicografado por Chico Xavier). E para concluir vou citar uma frase de um pensador do século passado: “o próximo século será espiritual, ou, então, não será!”.

Bernardo Melgaço da Silva

A Semana que Passou - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Qual o resumo dos eventos internacionais da semana passada?

No início da semana

O Presidente dos EUA, antes fazendo alguns acertos com a Rússia, a segunda maior potência nuclear, convocou uma reunião com alguns países importantes do mundo. Para dizer o quê?

Qual seria a sua política nuclear e as repercussões dela em todo o mundo. E qual a do Irã nisso?

Nada, não tem coisa alguma, é apenas o sparring do big boxer do mundo. Dizendo para todo mundo que o Império ainda não caiu e que cada presidente, a seu bel prazer, decide como usar a Bomba sobre os outros. Antes o método Bush de agir, agora o de Obama.

Do meio para o fim

Quatro países com grandes extensões territoriais e grandes populações (o Canadá é apenas um Dândi que faz chá de caridade) se reuniram no Brasil e procuraram definir um plano de ação conjunta. Não caíram no jogo do Big Boxer de falar em armamento, simplesmente demonstraram que não usarão o Irã como sparring e partiram para coisas “piores” que a bomba.

Por exemplo: excluir os dólares das suas transações correntes; criar mecanismos de financiamento de suas trocas comerciais, ajudas estratégicas em vários setores de desenvolvimento.

Realmente a chamada crise está mudando o cenário mundial! Vejamos o que acontecerá nos próximos anos, tanto no calor do cotidiano pleno de reviravoltas, quanto no arco maior das grandes mudanças. Aliás, além de monitorar as reviravoltas, o mais importante é a grande mudança.

E o vulcão da Islândia?

Como tudo que é humano, está sujeito a saber-se onde o evento mais encolhe o sapato já apertado do sujeito com calos. Por exemplo, todo mundo enxerga o caos aéreo (isso é uma invenção da mídia brasileira em luta pela privatização da INFRAERO). Muitos aeroportos europeus amanheceram parados por conta da nuvem de poeira de um vulcão na Islândia. Então é isso o que significa o vulcão, para os viajantes, aviões no pátio e a impossibilidade de ir para determinado lugar. De outra forma já se sabe o que acontece: não saem do lugar. De castigo, ali mesmo.

Mas tem o pessoal do meio ambiente. O gelo da Islândia diminuiu, o solo ficou mais leve e os vulcões estão vomitando o magma da terra. Que dizer não irrompia antes, pois estava arrolhado pelo gelo.

Esta é a verdadeira e principal demonstração da dialética Hegeliano: o gelo e o fogo. O pessoal só não deve criar medo onde o horror já existe, o efeito é outro. Como a propaganda contra as drogas, apenas amedrontando onde existe tanto “barato”, como diria Geraldo Vandré: pelos campos há delírios, em tantos tormentos.

domingo, 18 de abril de 2010

Pensamento para o Dia 18/04/2010



“O trabalho feito sem interesse ou desejo pelo seu lucro, puramente a partir do amor ou de um sentido de dever, é Yoga. Tal trabalho destrói sua natureza animal e o transformará em um Ser Divino. Sirva a outros visualizando-os como Almas Divinas. Isso ajudará seu progresso e o salvará de cair do estágio espiritual que você alcançou. O serviço é muito mais salutar que votos e adoração. O serviço desintegra o egoísmo latente em você e alarga seu coração. Ele faz seu coração desabrochar.”
Sathya Sai Baba

No Metrô do Cariri - Carlos Eduardo Esmeraldo

Em 1977, em Reunião do Rotary Clube do Crato, um grupo de rotarianos defendia a retirada da Estação Ferroviária do centro da cidade, para instalá-la no Muriti. Esse grupo alegava que a ferrovia fechava sete ruas do centro da cidade. Opus-me a essa idéia porque em todas as grandes cidades brasileiras, as estações ferroviárias situavam-se no centro e os trilhos poderiam servir futuramente à implantação de um metrô de superfície ligando o Crato ao Juazeiro do Norte. No dia seguinte, um colega engenheiro da Coelce ouvia no noticiário do radialista Antônio Vicelmo, um resumo do que fora discutido na reunião do Rotary Clube do Crato do dia anterior. Então ele espalhou entre os demais colegas de trabalho que eu havia apresentado um projeto para instalação de um metrô no Crato. Por isso, fui vítima de muitas chacotas dos demais colegas da Coelce de Fortaleza.
Hoje faço esse registro. Eu andei no metrô do Cariri! Uma realidade que estaria ainda distante, ou possivelmente inviável se aquela idéia dos rotarianos cratenses tivesse sido posta em prática.
Espero que aquele meu colega da Coelce, a quem convidarei para ler este texto, tome conhecimento da realidade em que se tornou aquele meu palpite.
E que retorne o trem de passageiros de Fortaleza ao Crato.


Estação do São José, onde eu e Magali descemos procedentes do Crato!
(Nesta estação os dois trens se encontram na metade do percurso)
Fotos: Magali

Por Carlos Eduardo Esmeraldo.

sábado, 17 de abril de 2010

Um certo Padre Gomes - por Everardo Norões


Um certo Padre Gomes

Everardo Norões


Dez horas da manhã.
Na sala de aula, duas altas janelas cortam
o claro dos céus em pedaços.
O professor profere a chamada.
O verbo é ‘proferir’; ele nunca chama: ordena.
Ele é padre, mas nada tem a ver com seus pares.
Basta ver o corte da batina, a faixa à cintura
que mais parece um obi de samurai.
Postura de quem está sempre à espreita,
aguarda o ataque.
Pronuncia os nomes, não os repete; olha a cara de cada um,
baixa a vista para o livro de anotações, escreve.
O que contam esses registros?
Depois, se não aprova o nominado,
ele o dispensa antes do início da classe.


(Comenta-se que presa à faixa não há uma katana,
o sabre japonês, mas um Smith&Wesson .38 duplo.
Única concessão que faz ao império do Tio Sam.)



Assim fala a fotografia:
cinzento é o ginásio na sua arquitetura cansativamente simétrica,
corredores de piso de mosaico, campainha para retinir recreios,
sanitários malcheirosos a lançarem seus eflúvios
sobre o amplo pátio.
O pátio:
um quadrado de terra vermelha,
onde nenhuma grama cresce, como no chão de Átila.
Às 5h30 da manhã, e durante uma hora a fio,
os alunos, na aula de educação física, aqui são tratados
como cabos de guerra pelo sargento do Tiro.
A cor da argila designa o bairro do Barro Vermelho,
lugar onde foi fuzilado Pinto Madeira, pertinho daqui.
Ainda se busca a mancha de sangue, o buraco da bala,
o sopro da última palavra.
Inútil:
tudo aqui foi destruído:
a rua de azulejos portugueses,
a calçada dos morféticos,
o piano que ressoava na rua
as lembranças de Branca Bilhar.


(A cidade conspurca com crueldade seus espectros.)



Ao lado do retângulo vermelho, a dita sala, igual a vinte outras,
com seus trinta alunos sentados em carteiras de madeira de lei.
Numa delas, as duas iniciais de um nome;
em outra, um signo-salomão, uma meia-lua ou um ferro de gado.
Nada de sugestões pornográficas ou insinuações subversivas.
Ninguém se iluda:
neste reduto da diocese não apenas se aprendem
as matérias do currículo:
aqui também se é iniciado no exercício da delação.


A aula começa.
O professor comenta a diferença entre os homens do interior
e os que ficaram pelos litorais,
a arranharem a terra como caranguejos,
dixit Frei Vicente do Salvador, ou Vicente Rodrigues Palha,
nome laico do jesuíta baiano que descreveu a vida na Colônia.
A linha de pensamento do mestre se insinua
pelos meandros do rio São Francisco.
É regida pelas observações do mais brilhante historiador
de seu tempo, Capistrano de Abreu, ateu e, para seu desgosto,
pai de uma freira que se refugiou no claustro
e fez voto de silêncio.



O curso do pensamento do professor acompanha
o do Grande Rio, desemboca no Riacho da Brígida.
Busca um Ulisses,
entre preadores de índios da Missão do Miranda, ex-Itaytera.
Um Ulisses capaz de conservar engastado o rochedo
sob os pés da Virgem da Penha,
para impedir que a Serpente não o rompa
e sejamos arrastados pela Grande Água.
Na brecha dos mitos, ele, o padre, professor, pesquisador,
vasculha nomes carreados de Sergipe, Pernambuco, Bahia,
catapultados pela Casa da Torre,
perdidos nos brejos, ribanceiras, serranias.
Onde estará nossa Ítaca?



(Como discernir na partitura do tempo o que se tornou usura da história?
Todo texto é ficção, dizem.
Nenhuma sessão da memória se repete com a fidelidade do cinema.
Apenas o cenário pode permanecer imutável.
Remontagens arqueológicas sedimentam nossos delírios e
as ruínas refeitas guardam detritos que suscitam apontamentos bizarros,
registros em cadernos esquecidos.
Pois a história, escreve José Honório Rodrigues, “não é só fato:
é também emoção, o sentimento, o pensamento dos que viveram
– a parte mais difícil dos negócios humanos”.)



Voltemos ao Padre, seu outro lado,
seu silêncio martirizado no quarto de estudos,
onde dormir é privilégio.
Aí doma seus fantasmas, suas letras.
Não tem com quem conversar, aprofundar argumentos,
buscar o verme que contamina o miolo de seu fruto,
o fruto vermelho da História.
Busca nos alfarrábios, cruza garatujas de batistérios.
E sempre Nascimento e Morte de permeio,
desmontados em árvores desenhadas em páginas coladas,
para chegar ao mais idiota descendente
de um coronel qualquer da Guarda Nacional.



O Álbvm do Seminário do Crato, de 1925
– álbvm com ‘v’, para imitar o latim da Santa Igreja –,
registra o aluno na página 202; o clérigo, na 207.
A fotografia da página 189, carcomida pela traça, revela:
batina, barrete, mas sem a capa romana
que o acompanharia durante tantos anos,
tremulante e negra sob o sol dos Cariris.
Pois assim reza o artigo 12
do capítulo III do Regulamento do Seminário Maior:
“Uma modéstia sem afetação e um porte digno
resaltem do seu todo, mormente nos actos religiosos
e quando estiverem recebendo instrucção” (sic).



É necessário lupa para recompor feições e formas.
Segundo da segunda fila, da direita para a esquerda.
A cabeça encoberta inclinada à direita;
deixa-se ver o relógio de algibeira,
quem sabe um Patek Philippe.
O rosto é magro; o nariz, aquilino, mouro;
as orelhas não se deixam passar despercebidas.
Não mira a objetiva do fotógrafo.
É uma visão para o largo,
um ar que o distingue da bonomia do grupo.
Tem um ar triste, inquieto.
Escreverá mais tarde:



“A zona é percorrida por rios secos e serranias de altura medíocre,
de platôs e faldas férteis, abrindo-se em depressões
vulgarmente conhecidas por boqueirões.
Florestas e serras de altura de mil metros, mais ou menos,
e as margens de rios, águas em lagoas, olhos d’água e cacimbas,
barreiros salgados, forragens substanciosas,
campos mimosos e agrestes ao lado de catingas,
carrascais e ilhas de cacto,
eis outra face da fisionomia natural da terra,
tudo conforme acentuou Capistrano de Abreu”.



Sempre Capistrano, o grande Mestre.
E, já assimilada, a leitura de Euclides.


Um homem sozinho atravessa a cidade:
batina negra, capa romana, faixa à cintura.
Segue o trajeto que vai da igreja da Sé ao Ginásio.
Quantas vezes terá feito esse percurso?
Saúda Tandô, sentado no meio-fio da praça.
“Em que pensa esse padre, com jeito de homem”,
se pergunta o anão?
Aqui tudo é vigiado.
A cada janela há um olho à espreita.
O padre caminha sem prestar atenção a quem passa,
nem atentar para quem se furta por detrás das gelosias.
Anda rápido para dar tempo à chamada do refeitório e,
logo depois, recomeçar reflexões e leituras.
Abrirá a porta de vidro da estante de cedro
com a chave escondida dentro do sapato, enrolada na meia.
Lembrança do regulamento, de quando era regente:
“Só poderão fazer leituras extra-programma mediante prévia
autorização do Padre Prefeito” (sic).
(As duas maiúsculas encerram o assunto.)


Equivoca-se quem pensa que sua busca tem como finalidade
cruzar ramos de famílias, desvendar mancebias,
revestir de letras de nobreza alguns filhos da terra.
Sua história tem dupla leitura:
de um lado, parece agradar a quem procura na veia
mínima gota de sangue caramuru.
Mas a outra vertente é a que mais lhe importa:
seguir os rastros do autor
de Caminhos do povoamento,
contrapor aos heróis oficiais de guerras subalternas
a saga dos anônimos.
Ou seja: catar os detritos da história,
cônscio de que o passado nunca fica para trás:
continua a vicejar entre os vivos,
como as bactérias nos corpos em putrefação.



Em 9 de janeiro de 1941, Padre Gomes,
nos Cariris, longe de tudo, ensina, pesquisa, escreve,
elabora e medita, sozinho.
Nesse mesmo dia,
sob a França ocupada e 5 dias
após a morte de Henri Bergson,
Paul Valéry pronuncia na Academia Francesa
o belíssimo elogio fúnebre ao filósofo,
de uma simplicidade que surpreende quem está familiarizado
com a escrita carregada de erudição e de refinamento do poeta.
Diz da alta figura de homem pensante que foi Bergson,
talvez um dos últimos, segundo Valéry, que teriam exclusivamente
e profundamente pensado, num mundo
em que se pensa cada vez menos:
“enquanto a miséria, as angústias, as limitações de toda espécie
deprimem ou desencorajam os empreendimentos do espírito”.
Observações sobre um homem pensante:
aplicam-se perfeitamente ao padre de Brejo Santo.


Passa o Padre Gomes e Tandô, o anão, se pergunta:
“Em que diabo está pensando esse homem?”
Somente hoje é possível compreender
o porquê daqueles passos apressados,
daquela inquietação permanente,
de sua genialidade e equívocos.



A fotografia:
não é mais necessário lupa para recompor as feições.
Não mira a objetiva do fotógrafo.
É uma visão para o largo,
um ar que o distingue do resto.
Tem um ar triste, inquieto.
Pensa num mundo mais largo, sem cadeias,
distante do jugo das genealogias,
longe de um sol que é o mesmo sol de todos os dias,
segundo Machado de Assis,
onde nada existe que seja novo,
onde tudo cansa, tudo exaure...

por Everardo Norões

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Acordos e desacordos na Mídia Televisiva - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Pedreiro joga duas filhas da ponte

E não foi a ponte que caiu, mas valeria o trocadilho. Inconformado com a separação da família e com a ordem judicial que o proibia de chegar perto das filhas, um pedreiro, na cidade de Serra, jogou as duas filhas pequenas de cima de uma ponte. A cena foi vista por testemunhas e os bombeiros procuravam os corpos.

E a cara de asco dos apresentadores de televisão da rede nacional? É que esqueceram o espetáculo que foi o noticiário da investigação, indiciamento e condenação do casal Nardoni. Didaticamente ensinando pais a jogar filhos indefesos do alto.

Propaganda dos ruralistas contra o MST

A Confederação Nacional da Agricultura - CNA, diga-se a Senadora Kátia Abreu do Democrata, pagou em cadeia nacional, no caríssimo Jornal Nacional, uma propaganda contra o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST. Como todo bom disfarce da propaganda, elogia os hectares da Reforma Agrária. Não é esta a vocação da CNA.

Na verdade a luta de duas organizações: a dos Proprietários contra a dos Não Proprietários querendo propriedade. Ao invés dos versos “como o céu é do Condor”. Mas é a contradição do capitalismo proprietário: todos a querem. Pelo meio da tarde de ontem, correu a denúncia que a CNA queria que o Jornal Nacional divulgasse um vídeo feito por ela, com pessoas sendo supostamente torturadas por integrantes do MST, como se fosse um fato jornalístico. A matéria caiu, mas seria fatal se tivesse sido veiculada no mesmo dia da propaganda.

Chuvas matam pessoas por deslizamento. Em Salvador!

Na semana passada, escudada por um relatório do Tribunal de Contas da União, o Jornal Nacional, no calor da tragédia das chuvas no Rio de Janeiro, acusou o governo federal de só ter beneficiado a Bahia com verbas. Era uma pequena parcela das verbas federais com financiamento de obras que podem conter enchentes.

Ontem Salvador sofreu o impacto das chuvas. Morreram pessoas em deslizamentos. Áreas forma alagadas. Sergipe também sofreu. As verbas federais, em conjunto com recursos do Estado e do Município ajudaram muito em várias áreas.

O Jornal Nacional, no plano profundo da cultura, levantou o velho preconceito contra o Nordeste. Não é por menos que no final deste ano conversando com um subsecretário da fazenda de Santa Catarina, ele se queixava que a tragédia das chuvas por lá, tinha uma causa nas despesas federais com os pobres nordestinos. Trazia, na maior como se não estivesse conversando com um nordestino, a mesma lenga-lenga da direitista Liga Norte Italiana, querendo empurrar o Sul da Itália, simbolicamente, para as costas da África.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Programa Compositores do Brasil com Pedro Caetano

Por Zé Nilton


A ginga das músicas desse paulista e excelente compositor brasileiro, chamado Pedro Walde Caetano, é tipicamente carioca. Chegou muito novo ao Rio de Janeiro e, a partir da década de 1940, inicia, como muitos, a vida de compositor no Rio de janeiro, centro por excelência das artes no Brasil.

Pedro Caetano passa para a História da MPB como um compositor de estilo simples, mas de composições em que realçam valores melódicos e harmônicos, resultando em contribuições à renovação da nossa música popular. O detalhe é que não teria vivido economicamente somente da música, fez mais de 400. Nunca abandonou o ofício de Calçadista, e morreu pobre, igualmente a muitos e grandes compositores brasileiros.

No Rio de Janeiro, Pedro Caetano se fez compositor e teve muitos parceiros, como Wilson Batista, Evaldo Gouveia, Guilherme Brito etc., sendo um deles – Claudionor Cruz – também paulista, seu parceiro predileto.

Remeto o leitor interessado em conhecer mais da vida e da obra do compositor Pedro Caetano para os sites informativos sobre a Música Popular Brasileira.

Enquanto isso, esperamos contar com a audiência do ouvinte, nesta quinta-feira, no Programa Compositores do Brasil, quando estaremos rendendo homenagens a Pedro Caetano, apresentando algumas de suas mais belas composições, como:

- Disse me disse de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, com Carlos Galhardo, gravação de 1945;
- Haja carnaval ou não- Francisco Alves (Pedro Caetano e Claudionor Cruz, com Francisco Alves, gravação de 1945;
- O que se leva dessa vida, de Pedro Caetano, com Ciro Monteiro, gravação de 1946;
- É com esse que eu vou, de Pedro Caetano, com Elis Regina, gravação de 1972;
- O Samba agora vai, de Pedro Caetano, com Quatro Ases e um Coringa, gravação de 1946;
- Eu brinco, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, com Francisco Alves, gravação de 1946;
- Botões de laranjeira, de Pedro Caetano, com Cyro Monteiro, gravação de 1942;
- A Dama de vermelho, de Pedro Caetano e Alcy Pires Vermelho, com Francisco Alves, gravação de 1942;
- Foi uma pedra que rolou, de Pedro Caetano, com Joel e Gaúcho, gravação de 1940;
- Onde estão os tamborins, de Pedro Caetano, com Quatro Ases e Um Coringa, gravação de 1947;
- Um juramento falso, de Pedro Caetano, com Pedro Caetano, gravação de 1964.
- Nova ilusão, Pedro Caetano, com Paulinho da Viola, gravação de 1972.

Quem ouvir, verá!

Programa: COMPOSITORES DO BRASIL
Rádio Educadora do Cariri
Todas às quinta-feiras, às 14 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Apoio: Centro Cultural Banco do Nordeste.

O Programa Bolsa Família e a Educação - por José do Vale Pinheiro Feitosa

E o Bolsa Família? Demonizado por alguns setores como um programa demagógico, que “vicia o cidadão”, não tem uma porta de saída e apenas serve como esmola. O Bolsa Família vai muito além do “preconceito”, do ódio partidário e do desprezo a quem vivia no limite da vida sob os pés da irresponsabilidade social, econômica e política de uma sociedade egoísta.

O Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (CIP-CI) do PNUD, órgão das Nações Unidas, em parceria com o Governo Brasileiro, examinou o Bolsa Família. Do ponto de vista inclusivo, ou seja, analisando os desdobramentos históricos do Programa e apontando a porta de saída para o mesmo. O melhor ponto de corte é a educação, aquele valor que todos, à direita e à esquerda, consideram universal para o progresso das pessoas e das famílias.

A primeira indicação é de que este programa de transferência de renda combate os dois empecilhos principais para o acesso à escola: a) o trabalho infantil e, b) custos diretos com educação como uniforme, livros e mensalidades. E para deleite dos dois principais partidos em luta eleitoral este ano, PT e PSDB, o estudo começa em 1998, ainda com o Bolsa Escola, e foi até 2005.

Usando indicadores da educação, o estudo conclui que nas escolas públicas em que havia alunos beneficiados pelo Programa, a taxa de matrículas cresceu em todo o ciclo do ensino fundamental (5% da 1ª a 4ª e 6,5% da 5ª a 8ª), houve redução da taxa de abandono e aumentou a taxa de aprovação. E tem um efeito mais importante ainda, resolve o problema da equidade, ao impactar mais sobre as populações mais desiguais e sendo assim as taxas de matrículas que mais cresceram foram: negros, pardos e índios.

Após um ano de programa, o aumento das matriculas foi 2,8% na média das escolas, mas chegou a 13% nas escolas que atendem populações mais predominantemente negras. Vale salientar que estes percentuais que podem fazer alguém torcer o bigode por achá-lo baixo, considere que este foi o crescimento na população escolar como um todo, considerando as crianças que não recebem os benefícios do programa. No entanto, quando se observa o impacto apenas sobre o segmento mais pobre da população, onde estão os beneficiários do programa, se viu um aumento de 18% na taxa de matrícula, de 2% na taxa de aprovação e redução de 1,5% na evasão escolar.

Agora algo para se refletir muito bem. A municipalização se mostra cada vez mais virtuosa para o progresso da população brasileira. Programas de Previdência Social, Transferência de Renda, Educação, Saúde e Saneamento, entre outros, não teriam a mesma eficiência sem a flagrante intervenção municipal. Pode dar desvio, isso acontece, perseguições eleitorais etc., mas nada é mais eficiente em termos de políticas públicas.

Enfim: a sociedade precisa ser menos egoísta, mais inclusiva e muito menos arrogante quando pensa apenas com o fígado das disputas eleitorais. Toda sociedade possui valores que vão além desta disputa. Bandeiras que unem a todos.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A fé – Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

A fé é um dom gratuito de Deus que além de deixar os nossos corações purificados, nos salva. Através da oração, ela pode ser aumentada. Quem tem fé faz a diferença e supera dificuldades que parecem impossíveis, pois ela nos dá um melhor discernimento para solucionar nossos próprios problemas. A pessoa que tem fé, além de acreditar na existência de Deus, faz-se necessário que acolha o seu projeto, fazendo a vontade Dele. A fé em Deus deve estar em primeiro lugar do que a confiança em qualquer coisa. Se buscarmos a fé, Deus a fortalece.

A fé não nos desliga da realidade, ao contrário, ela nos impulsiona a participar da vida das pessoas na comunidade. Ela exige que tenhamos coerência de vida: na política, nos negócios, no lazer, na profissão, na família e na própria religião. A fé está ligada a esperança e ao amor e não aliena as pessoas, pois fé e vida andam juntas. Com os olhos da fé podemos enxergar melhor e termos consciência dos problemas dos nossos semelhantes. Por isso além de louvar a Deus, temos que ajudar na transformação do mundo procurando torná-lo melhor.

Quem tem fé confia que o plano de Deus está se realizando em seu íntimo, apesar das forças do mal, das incompreensões dos outros, das dificuldades e da demora nas transformações interiores.

O Evangelho de João nos traz a memória do apóstolo Tomé, que só acreditou em Jesus ressuscitado quando o viu. Esse fato nos faz compreender que as testemunhas oculares são tão importantes, quanto às pessoas que não estiveram perto de Jesus ressuscitado. Apesar de Tomé ter estado com Jesus antes da paixão, ele impõe uma condição para crer: “Se eu não vir as marcas dos pregos nas mãos de Jesus, se eu não colocar o meu dedo na marca dos pregos, e se eu não colocar a minha mão no lado dele, eu não acreditarei”.(Jo 20,25). Quantos de nós não somos como Tomé e exigimos provas para acreditar?

Jesus se apresenta diante de Tomé não de modo particular, mas na comunidade, juntos dos discípulos. Pois desta maneira, é que as futuras gerações acreditarão na ressurreição. Como? Participando de uma comunidade e, fazendo uma adesão a Jesus Cristo, graças ao testemunho dos outros.

No evangelho de João quando Tomé responde a Jesus “Meu Senhor e Meu Deus,” (Jo 20,29) ele está realizando a maior profissão de fé, reconhecendo Jesus como Deus.

Tomé simboliza aqueles que não acreditam no testemunho da comunidade. Atualmente observamos que muitas pessoas são como Tomé, teimosas, que só podem crer no que vêem e tocam. É também uma época em que se sofre por falta de fé. Algumas vezes, existe em nós um Tomé, com dificuldades para enfrentar os problemas da vida, sentindo-se medroso diante da fé, quando esta parece enfraquecida. Entretanto, Jesus transforma o medo em alegria e deseja paz para todos. A paz, que é um dom de Deus, é uma conquista humana, que só se adquire superando o medo, assumindo os riscos e, abrindo as portas para o mundo.

A fé autêntica deve vir acompanhada de atos concretos. Tiago em suas cartas diz que a fé sem obras é morta: “Meus irmãos, se alguém diz que tem fé, mas não tem obras, que adianta isso? Por acaso a fé poderá salvá-lo? Por exemplo: um irmão ou uma irmã não tem o que vestir e lhes falta o pão de cada dia. Então alguém de vocês diz para eles: “Vão em paz, se aqueçam e comam bastante”; no entanto, não lhes dá o necessário para o corpo. Que adianta isso? Assim também é a fé: sem obras, ela está completamente morta.” (Tg 2, 14-17).

A fé não é só sentimento interior ou algo abstrato, é compromisso manifestado por gestos e atitudes visíveis. Essa prática vai expressar a fé de cada pessoa. Quem tem fé não pode pensar só em si, tem que se preocupar com o irmão necessitado.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

segunda-feira, 12 de abril de 2010


Tarde Caririense - Por José Newton Alves de Sousa



Esse ouro que desce e, trêmulo, envolve a serra, essa luz liquefeita, óleo fulvo que alaga, esse claror em adeus, esse final de tarde...
Aqui o monte cisma, o gesto é de silêncio e os olhos, de todas as belezas saciados, bebem o sol, a paisagem, o infinito.
Oh luz do Cariri! Oh clara tarde! Oh sol!
O bater de asas sobre o vale em claridade!
Oh poentes de aurora!
A guerra não existe. O ódio eliminou-se.
Um do outro é irmão...


Por José Newton Alves de Sousa

A mulher nos tempos bíblicos – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Na época em que Jesus viveu, os homens judeus iniciavam suas orações diárias no muro das lamentações, agradecendo a Deus por não terem nascido mulher: “Bendito Aquele que não me fez pagão, que não me fez mulher e não me fez lavrador.” Por esta oração, vemos que três classes eram completamente inferiorizadas e discriminadas: os não judeus, a quem eles denominavam pagãos, as mulheres e os trabalhadores do campo. A mulher era totalmente subjugada ao homem, numa quase escravidão, praticamente sem nenhum direito. Não podia deixar os cabelos à mostra, nem ensinar ou dar testemunho. Era considerada impura quando menstruada. Ao dar à luz um menino se tornava impura durante sete dias. E deveria aguardar a purificação do seu sangue durante trinta e três dias, não podendo freqüentar o santuário ou tocar em qualquer objeto sagrado. Se a criança fosse uma menina esse tempo duplicava. (Lv 12; 1-5). Era também proibido a uma mulher estar sozinha com um homem. “Qualquer um que fale muito com uma mulher é causa de mal para si mesmo, descuida da Lei e termina na Geena”, sentenciava o Talmude em um de seus tratados, o “Pirqe Aboth”, o “livro das sentenças dos sábios”.

Ao homem era permitido repudiar sua mulher por um motivo qualquer e lhe dar uma carta de divórcio. (Dt 24,1). À mulher era-lhe negado até o direito de escolher seu próprio marido. E geralmente as mulheres judias casavam com esposos escolhidos pelos pais e que muitas vezes somente os conheciam no dia do casamento.

O matrimonio judeu de então era realizado em duas etapas: o "esponsal", cerimônia na qual os nubentes eram declarados marido e mulher. Nessa fase a moça estava com doze anos de idade e o rapaz com dezoito anos. Após essa cerimônia, cada um dos noivos voltava para a casa de seus pais. Decorrido um ano, realizavam-se as "núpcias", e então, marido e mulher passavam a ter vida em comum.

Se por acaso, uma mulher fosse flagrada em adultério durante essas duas fases do matrimônio deveria ser apedrejada. Se o adultério fosse após as núpcias ela seria estrangulada. Já o homem, somente cometeria adultério se a mulher com a qual mantivesse relação sexual fora do casamento fosse judia e casada. Portanto o homem poderia se relacionar com todas as mulheres solteiras e pagãs, desde que não judias.

A mulher declarada adúltera que os fariseus apresentaram a Jesus para que ele ditasse a sentença de apedrejamento foi uma dessas meninas vivendo entre as duas fases do seu casamento. Era uma armadilha que os fariseus prepararam para acusar Jesus. E ele escrevendo na areia, talvez, quem sabe, os inúmeros pecados cometidos por aqueles acusadores, respondeu: “Quem entre vós não tiver pecado, atire nela a primeira pedra.” “E todos se retiraram um a um, começando pelos mais velhos.” (Jo 8,7). E esses mais velhos que o evangelista cita, não são os velhos em idade, mas os presbíteros, entre eles escribas e fariseus que apesar do prestigio e do direito de julgar, se fragilizavam a qualquer ameaça de serem desmascarados.

Alguns trechos do Antigo Testamento nos revelam o preconceito contra a mulher naquela época. No livro do Eclesiástico ou Sirácida, lemos as seguintes referências: “Nenhuma ferida é como a do coração, e maldade nenhuma é como a da mulher!” (Sr 24,12). “Prefiro morar com um leão ou dragão a morar com uma mulher maldosa. A maldade de uma mulher transforma seu aspecto e seu rosto sombrio lhe dá o ar de um urso.” (Sr 24; 15-16). “A mulher está na origem do pecado e é por causa dela que todos nós morremos.”(Sr 25; 24).

O nascimento de uma mulher era considerado uma grande desgraça para a família judia. E quando já existiam duas filhas mulheres, a terceira deveria ser abandonada fora das vilas e cidades. Se por acaso, a recém-nascida sobrevivesse aos lobos e animais carnívoros, era recolhida pelos mercadores de escravos que, de manhã cedo, percorriam as periferias das cidades e das vilas à procura dessas meninas, para criá-las como escravas e destiná-las à prostituição.

Em todos os relatos dos Evangelhos em que Jesus é confrontado com uma mulher, convidado a condená-la, ele que veio para salvar através de sua prática, denunciou as inúmeras injustiças contra a mulher, libertando-a da condenação arquitetada pelos doutores da lei.

Atualmente, apesar das leis de muitos países considerarem direitos iguais para homens e mulheres, a mulher continua sendo discriminada pelo arraigado machismo que nos impregna. Quer em relação ao trabalho, ou ao nível salarial, ou quando se submete a qualquer cargo público, a mulher geralmente não é bem vista. E quem de nós ao ver uma mulher cometendo pequena barbeiragem no trânsito não exclamou ainda: “Só podia ser uma mulher!”?

A força da mulher que trabalha, cuida dos filhos, executa e administra os serviços domésticos e ainda dá atenção ao marido fortalece a família. Nós nem imaginamos como ser possível assumir essas múltiplas tarefas depois de um longo dia de trabalhos e preocupações.

A valorização da mulher e sua participação na vida social e política é de fundamental importância para o crescimento das relações sociais. Dosando a sensibilidade e a delicadeza próprias da mulher com a racionalidade e firmeza do homem, viver se tornará mais fácil e agradável. Nós, os homens, devemos valorizar a mulher, pois sem ela a humanidade não existiria.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Show da Banda de Lata Os Cabinha em Vamos Nessa Cariri pela TV Cultura

Não esqueçam: é amanhã


Horário: 12 abril 2010 às 23:45 a 13 abril 2010 às 12:30
Local: TV Cultura
Organizado por: Kaika Luiz


Descrição do evento:

Rock 'n' roll tocado por bateria de lata de goiabada, guitarra e contrabaixo de madeira colorida. Os intérpretes: artistas de 9 a 11 anos. Quer mais surpresas? É só ficar ligado na TV Cultura nesta segunda, dia 12, e conferir o show da banda de lata Os Cabinha.

São cinco meninos da Fundação Casa Grande - entidade gerida por crianças e adolescentes de Nova Olinda, cidade do sertão cearense do Cariri. Os cabinha, como são chamados os meninos no sertão, produzem seus instrumentos, compõem e gravam suas músicas no estúdio da Fundação. O quinteto viaja o mundo e já dividiu o palco com Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro e Lobão. Para saber mais, acesse o MySpace da bandinha de lata.

A apresentação faz parte da série de shows Rumos da Música, edição 2007-2009, e vai ao ar pela TV Cultura às 23h40, logo após o programa Roda Viva.

Enviado por Kaika Luiz

domingo, 11 de abril de 2010

A virtude da contradição - por José do Vale Pinheiro Feitosa

As instituições milenares sofrem, na atualidade, contradições tremendas. Especialmente a matriz institucional das religiões. A abordagem histórica de tais contradições é freqüente e existe uma vasta literatura sobre tal coisa.

De modo geral, desde o fim das tribos, dos poderes arraigados na posse da terra e, a partir do predomínio dos burgos, que se instalou uma confusão tremenda nos pilares temporais das instituições que se julgavam atemporais. O primeiro sinal disso foi a percepção do arcaísmo de suas manifestações mais evidentes. Ao por tais manifestações na égide do antiquado, fatalmente seus pilares se viram como marcas do tempo.

Valores morais das regras centrais se oxidaram como tudo que se expõe à “poeira” do tempo. Isso não se deu de repente, a evidência do poder temporal, em transformação histórica, já estava na raiz da Reforma, em Henrique VIII e na “neo-inquisição” da Península Ibérica na era do mercantilismo. Inquisição assentada no poder dos comerciantes, da fidalguia e do rei. A igreja de cada país é mais extensão para os poderes locais do que matriz da política que a envolvia.

Tal qual como no Budismo, Hinduísmo, Xintoísmo e Islamismo. Na escala da própria história dos povos sob influência de cada uma delas. A matriz da transformação atual é maior e diferente de tudo o mais do passado. E muito mais se apresentará ao longo dos próximos anos e séculos.

Se tomarmos os conceitos como referência, próprio conteúdo dos substantivos, em si mesmo, se encontra sob enorme pressão de mudança. Os substantivos que tantas acepções, inclusive de sentido figurativo, já lhes fora ajuntada, passaram até a sofrer mudanças de dentro para fora.

Tomando como exemplo o catolicismo, cujo esteio maior, de ordem moral, se encontra no substantivo virtude. Que, aliás, é feminino e já fora adensado desde a civilização grega, tanto no aristotelismo, como no epicurismo e no cristianismo agostinista compreendendo que a virtude da essência humana era a disposição para o amor.

Tomemos esta virtude em rápida transformação de dentro para fora, até mostrar as crostas da ferrugem ou o zinabre na superfície. A virtude da proteção à criança, do cuidado a sua integridade física e psíquica. E tome a questão da pedofilia no interior da igreja católica. Onde se encontra a virtude? Em algo maleável, adaptado à proteção do patrimônio material da instituição e ao cinto de segurança do corporativismo institucional.

Qual a virtude do então cardeal Ratzinger ao proteger o Padre Stephen Kiesle, da Diocese de Oakland, acusado de amarrar e molestar dois meninos na casa paroquial? A virtude em diluição: escudar o “bem da igreja” como alternativa ou a virtude da misericórdia tão cara ao próprio cristianismo de modo em geral?

Os católicos há muito, no mínimo desde a Encíclica Rerum Novarum de Leão XIII e da Mater et Magistra de João XXIII, sabem que o mundo se encontra em transformação e que a Igreja se tornou parte do momento histórico como ente político. Quando o Papa Bento XVI foi à África e condenou o sexo fora do casamento e por tabela o uso do preservativo, muito mais do que uma virtude moral, pôs o dedo sobre uma virtude cultural e de saúde pública. Faltamente o substantivo virtude estava sobre a contradição de forças sociais e, portanto, política.

sábado, 10 de abril de 2010

Ali Kamel Tratorando a Serviço Eleitoral - por José do Vale PInheiro Feitosa

Ali Kamel é o diretor da Central Globo de Jornalismo. Há alguns anos defendeu um decreto estadual que proibia obras e políticas públicas em favelas. A definição básica de favela é toda ocupação urbana cujos ocupantes não têm a posse da terra. Acontece que a lógica do tempo de ocupação já tornou todas as favelas do Rio de Janeiro, historicamente legítimas do ponto de vista da posse da terra. Não é legal, mas aí o problema é da lei e não das pessoas.

À frente desta Central, aproveitou-se da tragédia das chuvas que barafundeou a Região Metropolitana do Rio para atacar os partidos políticos que defendem políticas públicas para as favelas. Por tabela, no clima da perplexidade e da revolta, descer a encosta de risco da consciência humana sobre os pobres e favelados. Na boa manipulação, parecendo que Fátima Bernades e Bonner estão indignados com o desamparo aos pobres.

Esta inversão é clássica na propaganda política e quem melhor a desvendou foi George Orwel no seu “big brother” do romance “1984”. Algumas manipulações que evidenciam a trama: a) a tragédia atingiu várias cidades, mas o trato ao prefeito Eduardo Paes, que aplica remoção aos favelados, é diferente daquele ao prefeito Jorge Roberto de Niterói e do PDT; b) a principal palavra de ordem é a remoção, relembrando a política única de Carlos Lacerda; c) esconderam que o Lixão de Niterói foi posto daquele modo na gestão do prefeito Moreira Franco o qual a Globo manipulou numa artimanha contra as eleições para governador em 1982; d) não denunciam a situação de “lixões” iguais em milhares de cidades pelo Brasil; e) quando o problema é em São Paulo a leitura dos fatos é intempérie da natureza, a não ser que surja uma oportunidade para acusar os pobres das “ocupações irregulares”.

Além do mais, trouxeram o relatório do TCU para fazer propaganda para o candidato de oposição à atual situação brasileira. O TCU não é tão independente assim, está pleno de ex-deputados e “assessores” de políticos, todos a serviço de determinados projetos políticos. Por isso a matéria sobre uma pequena parcela das verbas federais para melhorar a situação de habitação dos mais pobres é tão manipuladora. A má fé é literalmente semântica: nos orçamentos toda verba tem nome e esta, tinha nome de prevenção de desastres, não sendo a única verba federal que tem este efeito. No clima da calamidade pública, trouxeram a matéria como se a culpa da situação do Rio de Janeiro fosse essa nesga de verbas. O pior de tudo: bastaram as chuvas passar sobre Salvador para que as barreiras e inundações ocorressem e foi contra isso que o TCU se insurgiu? No dia seguinte o “relator da matéria” ficou doente e não deu entrevista.

São estas retro escavadeiras da política menor que levam à desgraça popular. A tese do Kamel é muito bem costurada. Puseram o Jorge Roberto a falar das obras para a população que foi soterrada. Ora, Jorge e todo o poder decisório e quem sabe até técnico da prefeitura erraram em não denunciar o lixão, não remover as casas que estavam lá, mas erraram no limite daquela comunidade. Não erram quando fazem políticas públicas, inclusive de contenção de morros e escoamento das partes baixas da cidade. O povo precisa é de mais recurso para melhorar sua situação, no local em que vivem e como decidiram viver.

Não existe diferente entre este tipo de jornalismo e aquele que justificou a invasão do Iraque por armas de destruição em massa que não existiam.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

NOTA DO PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO MEMORIAL PADRE CÍCERO

A forte chuva da madrugada deste dia 9 provocou o agravamento das condições do teto da Fundação Memorial Padre Cícero, com repercussões sobre os seus espaços de auditório, museu e área administrativa. Em dias passados, leve neblina já denunciara a gravidade do problema, determinando a queda de uma pequena área do forro do auditório, cerca de 1 metro quadrado. A restauração foi feita pronta e emergencialmente pela SEINE, antecipando-se à anunciada reforma de toda a área física da Instituição, há mais de década reclamada. Mesmo sem detalhar aqui esta última gravidade, estamos determinando a todo o seu corpo pessoal o imediato fechamento das atividades do Memorial, até que sejam providenciados os reparos necessários, desde que não mais sejam paliativos.

Contando com a compreensão do povo de Juazeiro do Norte e por extensão a todo o povo da nação romeira, envidaremos todos os esforços para restabelecer a normalidade de seu funcionamento.

Renato Casimiro - Presidente da Fundação Memorial Padre Cícero

Dilma Roussef passará 2ª feira em Juazeiro do Norte, mas não vem a Crato





Fonte: Jornal O POVO

"2 dias de visita
Sai agenda de Dilma no Ceará

Na próxima segunda-feira, ela aterrissará ao meio-dia em Juazeiro do Norte

Saiu a agenda que a ex-ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, cumprirá no Ceará durante dois dias de visita.

Na próxima segunda-feira, ela aterrissará ao meio-dia em Juazeiro do Norte (Região do Cariri), com direito a visita à estátua do Padre Cícero. Juazeiro é administrada pelo PT e o padrinho político do prefeito Doutor Santana é o deputado federal José Guimarães (PT). Partiu do petista, que coordena a bancada cearense no Congresso Nacional, o convite para que Dilma passasse por esse município.

“Será uma visita de grande importância para os cearenses. A presença da ex-ministra Dilma reforça ainda mais a sua preocupação com o Nordeste brasileiro”, disse nesta quinta-feira, o deputado José Guimarães.

Em Juazeiro do Norte, Dilma dará entrevista coletiva, no auditório da Urca, e ainda participará de uma plenária sobre “PAC 2 e Desenvolvimento Regional” com lideranças políticas do Cariri.

Na noite do dia 12, Dilma receerá, em Fortaleza, o título de Cidadã de Fortaleza, na Câmara Municipal. Com ela, a prefeita Luizianne Lins, presidente regional petista.

AGENDA DE DILMA NO CEARÁ

12 de abril (segunda-feira)

12 horas – Chegada da ex-Ministra Dilma ao Aeroporto Regional Orlando Bezerra – Juazeiro do Norte

12h30min – Coletiva para a imprensa, no auditório da URCA, na Avenida Leão Sampaio, Juazeiro do Norte.

14h30min – Visita ao horto do Padre Cícero

15h30min – Conferência sobre o PAC e o Desenvolvimento do Cariri – Local: Quadra do Colégio Salesiano-Juazeiro do Norte.

17h30min – Embarque para Fortaleza

19h30min – Dilma recebe Título de Cidadã Fortalezense, na Câmara Municipal.

13 de abril (terça-feira)

9 horas – Atividades com a prefeita Luiziane e visita ao governador Cid Gomes.