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quarta-feira, 11 de junho de 2008

A bandeira do Ceará - por Armando Lopes Rafael

Bandeira do Ceará

Bandeira do Brasil Império
Após o golpe militar de 15 de novembro de 1889 – que nos impôs o regime republicano – foi criada uma nova bandeira para o Brasil. Esta, se constituía numa imitação barata da norte-americana. Era composta de listas horizontais verdes e amarelas, e um quadrado azul – na parte esquerda de cima – com estrelas brancas a representar os Estados, antigas Províncias. A reação – a esta nova bandeira republicana – foi tão negativa junto à população do Rio de Janeiro, que as novas autoridades, quatro dias depois, voltaram atrás. Resolveram manter a bandeira do Brasil Monárquico, substituindo apenas o belíssimo escudo imperial por uma esfera azul, cortada com a frase positivista “Ordem e Progresso”.

Vale o registro: a bandeira do Brasil Império foi criada por inspiração do Imperador Dom Pedro I. Este escolheu o verde (cor da Casa Real dos Bragança) e o amarelo (cor da Casa dos Habsburgo, da Imperatriz Leopoldina). Coube ao pintor Debret fazer o desenho da bela bandeira verde-ouro, que continua a ser o nosso maior símbolo, apesar das modificações citadas acima.

Dos atuais pavilhões dos estados brasileiros, o único a lembrar a Bandeira da Monarquia é o do Ceará. Ela surgiu assim: o comerciante fortalezense João Tibúrcio Albano tinha por hábito – no início do século passado – hastear, nas datas importantes, a bandeira do Maranhão, terra da sua esposa. Como cearense João Tibúrcio Albano ficava frustrado, pois seu torrão natal ainda não possuía um pavilhão. Um dia teve a idéia de adaptar às armas do Ceará numa bandeira brasileira. Para isso, mudou a cor da esfera. Saiu a azul com estrelas substituída pela esfera de cor branca. Consta no Anuário do Ceará: “por muito tempo a bandeira idealizada por João Tibúrcio Albano serviu de modelo a muitas outras que tremularam nas sacadas dos nossos educandários. Só em 1922 o Presidente Justiniano de Serpa assinava decreto instituindo o pavilhão cearense, determinando fosse este formado do retângulo verde e o losango amarelo da bandeira nacional, tendo ao centro um circulo branco em meio do qual deveria situar-se o escudo do Ceará”. Em 1967 o Governador Plácido Castelo assinou a Lei 8.889 que definia a composição da bandeira do Ceará.

A história do Estado tem desses fatos interessantes! A exemplo da Consagração do Ceará ao Coração de Jesus, feita por iniciativa do nosso primeiro bispo, Dom Luiz Antônio dos Santos, com anuência das mais altas autoridades civis e militares da província, em 15 de setembro de 1878. Talvez por isso, apesar da insânia e violência dos dias atuais, o Ceará – terra de gente religiosa e pacífica – continua a trilhar os caminhos da civilização cristã.

2 comentários:

evandro disse...

"continua a trilhar os caminhos da civilização cristã" ... em plena harmonia com a igreja universal, inácio arruda, luziane lins, homossexualismo, divorcio, aborto, corrupção e etc. etc.

Pétrig disse...

Boa tarde, sou Pedro Trigueiro, graduado em história pela UFC, nunca fui ao Cariri, pretendo estudar a criação de institutos de educação de relevância no ceará do inicio do séc XX, numa tentativa de ingressar no programa de pós-graduação da UFPB, li um texto on-line de sua autoria, Armando Lopes Rafael, sobre o instituto Dom Quintino, a criação da diocese do Crato, Catholicae Ecclesiae etc.. Seria possível um contato? Uma ajuda? De toda forma agradeço, parabéns pelo blog. Pedrotmesquita@yahoo.com.br