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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Lixo ambiental é transformado em energia


Poda de árvores é triturada e levada para os fornos.
O proprietário da Cerâmica CGM, Ronaldo Gomes de Mattos, mostra o processo.
A finalidade é reduzir o consumo de lenha

Uma empresa de cerâmica no Crato está transformando lixo em energia, dando prova de sustentabilidade

A lição de economia, ecologia e rendimento estão no terreiro de casa. A Cerâmica Gomes de Matos (CGM), localizada no Sítio Lagoinha, está transformando bagaço de cana, casca de babaçu, pó de serra e restos de poda de árvores em energia. "O resultado foi surpreendente. Além de agregar valores a um material que era jogado fora, diminuímos a mão-de-obra e economizamos 80% na compra de lenha que vinha da Caatinga", comemora o proprietário da cerâmica, Ronaldo Gomes de Matos. Disse que firmou convênio com a Prefeitura do Crato e com empresas que podam árvores, como a Coelce, e as companhias telefônicas que deixam as árvores cortadas no pátio da indústria.

No caso das serrarias, o material, que ia para o lixo, agora é comprado. Na cerâmica, este é triturado numa máquina e transportado para os fornos onde são queimados os tijolos e telhas. A pouca lenha que entra, vem de um plano de manejo autorizado pelos órgãos ambientais. Com a ajuda de exaustores e a utilização de apenas um operário, o processo de fabricação dos produtos cerâmicos é concluído.

Outro aspecto positivo da inovação é a inclusão da indústria no programa de crédito de gás carbono, certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE). Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivale a um crédito de carbono e este pode ser negociado no mercado internacional.

A redução da emissão de outros gases, que também contribuem para o efeito estufa, ainda podem ser convertidos em créditos de carbono, utilizando o conceito de Carbono Equivalente. Estes créditos já renderam à CGM mais de R$ 1 milhão. Mas esta não é a principal vantagem do sistema. Ronaldo diz que mais importante é a eficiência energética que, além de reduzir os custos, mostra que a preservação do meio ambiente é compatível com o desenvolvimento.

Uso sustentável
"Sabendo usar não vai faltar". Com esta proposta, ambientalistas, ecologistas e representantes de órgãos ligados à preservação da natureza se reuniram no Crato, com o objetivo de chamar a atenção dos poderes públicos, entidades ambientais e dos agentes de desenvolvimento da região do Araripe sobre as alternativas de uso sustentável dos recursos ambientais.

O Seminário Regional sobre o Manejo Sustentável focalizou os recursos naturais da Serra do Araripe. Os produtos oriundos da região foram expostos onde se realizavam as palestras.

MAIS INFORMAÇÕES
Cerâmica Gomes de Matos (CGM)
(88) 3521.1718/ (88) 3521.6580
Fundação Araripe: (88) 3523.1605
www.fundacaoararipe.org.br

MANEJO SUSTENTÁVEL

Alternativas de convivência

É com a preocupação de preservação ambiental e, ao mesmo tempo, de sobrevivência do homem, que o Seminário Regional sobre o Manejo Sustentável tenta oferecer alternativas para esta convivência no semiárido. O engenheiro florestal, Francisco Barreto Campello, orienta que o reflorestamento deve ser feito dentro do conceito de florestas econômicas consorciadas com outras atividades agropecuárias, com corredores ecológicos e recondicionamento das matas ciliares.

O secretário da Fundação Araripe, uma das entidades promotoras do evento, Stephenson Ramalho, informou que, a partir deste ano, o óleo de pequi, antes fabricado de forma artesanal, será produzido em escala industrial. Ele espera a fabricação de três mil litros este ano.

Campello afirma que a Caatinga, com vegetação de rara biodiversidade, vem sustentando a economia do Nordeste, ao longo dos anos, por meio de duas vertentes: o fornecimento de energia, oriunda da lenha, que representa 33% da matriz energética da região; e o fornecimento de uma série de produtos não madeireiros como pasto para o gado, produção de mel, plantas medicinais e também uma variedade de artesanatos e cerâmicas.

Antônio Vicelmo
Repórter


Fonte: site do jornal Diário do Nordeste

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