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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ÁRVORE DO CENTENÁRIO - Mudas de Juazeiro para fiéis

Elizângela Santos (Jornal Diário do Nordeste)

ROMEIROS receberam mudas da árvore Juazeiro ontem, como parte da programação da Festa das Candeias

Tornar o sertão "uma mata só" era o conselho ecológico do Padre Cícero, como incentivo à arborização do campo

Juazeiro do Norte. Começa a arrancada, neste município, para a distribuição de um milhão de mudas da árvore Juazeiro, em todo o Nordeste brasileiro. A planta símbolo da terra do Padre Cícero está sendo distribuída por meio do Projeto Árvore do Centenário e a meta é cumprir com a distribuição total até julho de 2011. Nesta primeira etapa, foram distribuídas 3 mil mudas entre os romeiros.

Uma equipe esteve na Praça Padre Cícero e na sala de informações da Paróquia, preenchendo os cadastros dos romeiros que pegaram as mudas. A ideia é já fazer um acompanhamento a partir da próxima romaria para verificar como está sendo o desenvolvimento das plantas. Junto com a muda, os fiéis do Padre Cícero também levam um cartão com os 10 preceitos ecológicos do Padre Cícero. Um deles aconselha o plantio a cada dia de uma árvore de algaroba, caju, de sabiá ou de qualquer outra árvore, até que o sertão todo seja "uma mata só".

O trabalho tem o acompanhamento de técnicos e está sob a responsabilidade da Fundação Mussambê, de Juazeiro do Norte. A parceria se estende às secretarias de Turismo e Romaria, Meio Ambiente, Banco do Nordeste e Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA). Segundo o coordenador de Núcleo Agrário da Fundação, Erisvaldo Figueiredo, foram investidos, nessas primeiras mudas, cerca de R$ 50 mil, com recursos da SDA. As próximas mudas terão incentivo do Banco do Nordeste, que repassará mais R$ 50 mil para a aquisição das novas mudas.

A ideia inicial era fazer a entrega das mudas em tubetes biodegradáveis, mas, segundo o coordenador, o projeto acabou ficando inviável. O valor ficou alto, em torno de R$ 800 mil. Nessa primeira etapa da entrega, conforme Erisvaldo, estão sendo repassadas poucas mudas, mas na próxima grande romaria a perspectiva é distribuir 200 mil ou até 300 mil mudas. O mês de maio é o mais propício para a coleta de sementes.

Condições de plantio

As primeiras mudas estão com três meses. Mesmo aparentemente pequenas, o coordenador de Núcleo Agrário afirma já estarem em condições boas para o plantio. "Já tem acima de seis folhas e isso facilita a sobrevivência da planta, típica do semiárido", diz ele. A árvore do Juazeiro, com o nome científico de Ziziphus joazeiro, é a única planta que fica verde no verão. Serve como pasto apícola, oferece boas condições de sombreamento e garante pasto para os animais de pequeno porte no sertão, como ovinos e caprinos.

No início da terra do Padre Cícero, eram três pés de Juazeiro, uma capela e a pequena vila. A árvore tem um significado histórico para a cidade. Segundo o historiador Daniel Walker, da Comissão do Centenário, o objetivo do projeto é arborizar o Nordeste, e que os romeiros tenham no seu quintal ou na sua cidade, a árvore símbolo de Juazeiro do Norte.

Daniel lembra dos preceitos ecológicos do Padre Cícero, e diz que, durante as missas que ele celebrava, sempre levava as mensagens ecológicas para os fiéis. "Foi o precursor da ecologia no Cariri", ressalta o estudioso, lembrando os conselhos do sacerdote para preservar as manifestações de vida na natureza.

No Nordeste, a árvore de Juazeiro também é chamada de "Juá". Para a romeira alagoana, Laura Pedro de Sousa, é uma bênção poder ter um pé de Juá em sua porta. "Um santo remédio. É uma bênção de Deus".

Para Erisvaldo Figueiredo, a distribuição das mudas tem uma simbologia diferenciada, por ser uma recordação viva da terra do Padre Cícero. Ele explica que daqui a cinco ou oito anos a planta já estará adulta. "É a planta que deu origem a nossa cidade e que vai perdurar por muitos anos", completa.

O Projeto Árvore do Centenário foi inspirado numa romeira. O depoimento ouvido pela irmã Annete Dumoullin foi inspirador para criar o projeto de arborização, disseminando o símbolo de Juazeiro do Padre Cícero. Dos caroços das frutas da "terra do Padim", consumidas pelos romeiros, novas plantas surgiam em suas cidades. Na igreja, ao meio dia de ontem, as mudas receberam as bênçãos na hora da despedida do romeiro. Uma planta sagrada para os fiéis, e símbolo da terra que já é considerada santa por grande parte dos nordestinos. Uma consciência de ecologia incentivada, a partir dos preceitos do Padre Cícero.

ENQUETE

O que o Sr. (a) acha da distribuição das mudas?

LAURA PEDRO DE SOUSA
67 ANOS
Dona-de-casa
Essa planta é uma bênção de Deus. Serve de remédio para ferimentos, para lavar os cabelos e escovar os dentes

GENILDA SILVA DE MORAIS
57 ANOS
Aposentada
É uma boa ideia, importante para a natureza e as pessoas terem consciência ecológica. Vou cuidar bem dessa planta

SEVERINO SANTOS SILVA
81 ANOS
Aposentado
É uma novidade aqui em Juazeiro. Vou levar a muda e pedir autorização ao padre para plantar de frente à igreja

MAIS INFORMAÇÕES
Secretaria de Turismo e Romaria, Praça do Cinquentenário, S/N
Socorro, Juazeiro do Norte
(88) 3511. 4040

Fonte: Diário do Nordeste (edição de 3 de fevereiro de 2010)

Um comentário:

SOS DIREITOS HUMANOS disse...

DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...




"As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
têm direito inalienável à Verdade, Memória,
História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado




O MASSACRE APAGADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA


No município de CRATO, interior do CEARÁ, BRASIL, houve um crime idêntico ao do “Araguaia”, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará em 10.05.1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato "JOSÉ LOURENÇO", paraibano de Pilões de Dentro, seguidor do padre Cícero Romão Batista, encarados como “socialistas periculosos”.



O CRIME DE LESA HUMANIDADE


O crime iniciou-se com um bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como metralhadoras, fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram na “MATA CAVALOS”, SERRA DO CRUZEIRO, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como juízes e algozes. Meses após, JOSÉ GERALDO DA CRUZ, ex-prefeito de Juazeiro do Norte, encontrou num local da Chapada do Araripe, 16 crânios de crianças.


A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS


Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará É de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO é IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira e pelos Acordos e Convenções internacionais, por isto a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - CE, ajuizou em 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que: a) seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) sejam os restos mortais exumados e identificados através de DNA e enterrados com dignidade, c) os documentos do massacre sejam liberados para o público e o crime seja incluído nos livros de história, d) os descendentes das vítimas e sobreviventes sejam indenizados no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos



A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO


A Ação Civil Pública foi distribuída para o Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, redistribuída para a 16ª Vara Federal em Juazeiro do Norte/CE, e lá foi extinta sem julgamento do mérito em 16.09.2009.



AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5


A SOS DIREITOS HUMANOS apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife/PE, argumentando que: a) não há prescrição porque o massacre do Sítio Caldeirão é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos mortais das vítimas do Sítio Caldeirão não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do CZAR ROMANOV, que foi morta no ano de 1918 e a ossada encontrada nos anos de 1991 e 2007;



A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA


A SOS DIREITOS HUMANOS, igualmente aos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, pelo desaparecimento forçado de 1000 pessoas do Sítio Caldeirão.


QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA


A “URCA” e a “UFC” com seu RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO (GPR) podem encontrar a cova coletiva, e por que não a procuram? Serão os fósseis de peixes procurados no "Geopark Araripe" mais importantes que os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO?



A COMISSÃO DA VERDADE


A SOS DIREITOS HUMANOS busca apoio técnico para encontrar a COVA COLETIVA, e que o internauta divulgue esta notícia em seu blog, e a envie para seus representantes na Câmara municipal, Assembléia Legislativa, Câmara e Senado Federal, solicitando um pronunciamento exigindo do Governo Federal que informe o local da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.



Paz e Solidariedade,



Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
Membro da CDAA da OAB/CE
www.sosdireitoshumanos.org.br