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terça-feira, 26 de outubro de 2010

O pau de aroeira no lombo de quem mandou dar - José do Vale Pinheiro Feitosa

A Folha divulga uma falcatrua na licitação da linha 5 do metrô de São Paulo. O governador Alberto Goldman suspendeu os resultados, após ter assinado o contrato, em razão da matéria do jornal. A reportagem soubera do resultado viciado da licitação, registrou em vídeo e em documentos em um cartório, antecipando os vencedores dos lotes 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Também acabou por acertar o nome do vencedor do lote 2, o consórcio Galvão/ Serveng, Tão logo o processo se concluiu com a contração das obras, liberou a matéria.

A licitação foi aberta em outubro de 2008 e realizada no mandato de José Serra, antes deste sair para concorrer à Presidência da República. Os setes lotes consumiriam o montante de R$ 4,4 bilhões. Portanto o dano aos cofres da sociedade é imenso.

A principal evidência é que grandes empreiteiras (as quatro grandes como chama o jornal: Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez e Metropolitano (Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão) tenham formado um cartel e combinado os vencedores. O dinheiro é público e as empreiteiras é que determinam quando e onde gastar, usurpando o poder constituído.

O didático deste caso é que a imprensa tem de ultrapassar este círculo de giz de apenas acusar os políticos e os agentes públicos, tem de envolver os agentes corruptores. Este até como causa e desencadeadores do processo precisam ser severamente punidos. Não basta punir as empresas, como envolver os sócios e os executivos na punição. E punição é da sociedade e em nome dela o Poder Judiciário.

O que podemos fazer no campo da política é denunciar que não basta ficar se digladiando na televisão para saber qual lado em disputa é mais corrupto. Ontem no debate dos dois candidatos à presidência foi o mote principal. O fato de agora o pau de aroeira cair nas costas de quem mandou dar é bem significado. Ficar trocando escândalos como se troca figurinha de coleção é a senha para deixar o jogo sujo dos corruptores a solta.

O “udenismo” na política tende a ser estéril. Não evolui, serve apenas para derrubar os adversários. O PT praticou isso com efusão no passado a ponto de Darcy Ribeiro ter alcunhado que eram a “UDN de Macacão”. O PSDB que já fora alvo de tremendas ilações de corrupção quando comandou a república por oito anos, nos oito seguinte se tornou a “UDN de paletó e gravata”.

Não é possível que a política nacional continue esta animação de circo trocando Erenices por Paulos Pretos. E a crise mundial do capitalismo? E o problema do câmbio? E progresso das pessoas? A educação, a saúde, a segurança pública, a infra-estrutura deficitária do país. Ou então, por que não se abordam medidas democráticas para fazer valer a punição da esperteza das empreiteiras?

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