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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Leo Dantas – A inquietação documentada

O Cariri é um caldeirão que faz ferver e emergir a diversidade cultural e a produção artística. Leo Dantas é fruto desta efervescência como muitos artistas da região. Leo vem se dedicando nos últimos anos a uma das suas principais inquietações uso das tecnologias, em especial as de fácil manuseio para registro audiovisual e produção de documentários.

Alexandre Lucas - Quem é Leo Dantas?

Leo Dantas - Sou alguém muito sensível a tudo e a todos, forte, bravo, guerreiro e desbravador, idealista, pensador e viajante de um mundo moderno, penso sempre a frente do meu tempo e das pessoas que me cercam, adoro tecnologia e amo a natureza.
Sou empresário do ramo audiovisual, produtor, artista visual, documentarista e desenvolvo oficinas de cunho social para pessoas de 10 a 90 anos.
Sou acima de tudo um sonhador que acredita em seus sonhos, e assim tudo se realiza.

Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?

Leo Dantas - Sou produtor desde meus 14 anos, sendo assim há exatos 16 anos, desenvolvi ao longo deste período formas artísticas de produção, tornando-me também artista visual e produtor audiovisual, então posso dizer que comecei há muito tempo, tendo em vista minha vasta produção artística.

Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?

Sou meio diferente dos artistas em geral, sou muito quebrador de regras, creio que influências para mim são meio esquisitas, curto de tudo um pouco, busco na verdade minha influência na natureza, nas pessoas e não nos livros, sei que deveria ler mais, mas sei que o que leio me serve muito mais do que vários livros que todos lêem.
Curto muito Glauber Rocha e tenho artistas amigos nos quais busco inspiração, ontem mesmo vendo um documentário muito bacana percebi que algumas imagens se pareciam com as minhas, fiquei muito feliz quando vi que o diretor e roteirista era o cineasta e amigo não tão próximo Jefferson Albuquerque Junior, então posso dizer que devo ter influências dele, mesmo sem tantas pretensões, mais percebi aspectos de nossa produção muito parecidos.


Tratando-se da fotografia, falo da amiga do coração Nívia Uchôa, figura que cativo, além de amigos como Zé Diogo e Diamantino Jesus, ambos de Portugal, falo também do artista multimídia e grande amigo Luiz Duva, vai ai uma dica pra quem não conhece, vale a pena conferir o trabalho deste artista multimídia e grande amigo reconhecido em todo o mundo: www.liveimages.com.br.


Falo agora do trabalho do grande amigo Bulhões Jr. um dos maiores cinegrafistas do Brasil, que sempre me dá altas dicas e idéias e não poderia deixar de citar a influência no trabalho social que recebo do grande amigo Alexandre Lucas, que através de seus projetos sociais me excita a também produzir para o povo, pois arte deve ser feita pelo e para o povo.


Tenho influências também de artistas como Sebastião Ribeiro Salgado, pela insistência em fotografar o ser humano e seus aspectos, algo que também vejo muito na Nívia, adoro a natureza e as possibilidades visuais que elas nos revelam então creio ter influências do Araquém Alcântara, considerado o maior fotografo de natureza do Brasil, e pra finalizar não poderia deixar de citar minha influência tanto audiovisual como fotográfica e de vida mesmo em todos os grandes mestres de cultura que já trabalhei, acho que posso dizer todos, pois correria o risco de esquecer algum nome.

Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória?

Leo Dantas - Minha trajetória se confunde com meu crescimento, desde os cinco anos de idade fazia aulas de esculturas em argila com um antigo amigo da família chamado Barros, nunca fui muito bacana nesta área, comecei produzindo aos 14 anos micaretas na região, quem não se lembra do Cariri Folia, então aos 16 anos montei minha primeira empresa produtora junto com dois sócios, realizávamos eventos temáticos e voltados a música eletrônica, fizemos muitos eventos na região do Cariri, então transformei-me em Dj pela paixão a e-music, toquei muito, por todo o estado até os meus 23 anos, ainda toco em festas privadas, muito particularmente, cheguei a ser Dj residente em casas noturnas da capital como a antiga Aluá, Docas Bar e Café Teatro, de onde também fui promoter da casa, realizando cerca de 20 eventos temáticos, comecei então a trabalhar como produtor cultural para o SESC, onde trabalho como freelancer há 10 anos, juntei todas as experiências adquiridas para desenvolver meu trabalho visual e audiovisual, hoje sou produtor responsável por eventos como ( três edições) BNB Agosto da Arte, (nove edições) Mostra SESC Cariri de Cultura, e trabalho para Instituições como Governo do Estado do Ceará, além de várias prefeituras do Ceará na área publicitária e cultural, quem não lembra do comercial do Metrô do Cariri, que virou a “coqueluxe” do Cariri.
Atualmente desenvolvo trabalhos artísticos para os três Centros Culturais do BNB dentre outros projetos próprios da S.A Imagens, minha empresa produtora, juntamente com meu sócio Siqueira Jr.

Participei de duas exposições coletivas, realizei um trabalho que se tornou referência até para a Escola de Artes Visuais Violeta Arraes, o projeto percepções visuais que deu início a um grande ciclo da produção fotográfica da região, incentivando a todos que não se sentiam artistas visuais e muito menos fotógrafos a produzirem, quebrando vários preconceitos e mostrando que qualquer pessoa tem sim um artista dentro de si.
Desenvolvi o projeto Ateliê Ambiental do Caldas no distrito do Caldas em Barbalha, sempre em parceria com o Siqueira Jr., onde trabalhamos a fotografia como meio de preservação da natureza, realizamos quatro oficinas sendo uma delas pelo projeto Arte Retirante do CCBNB Cariri.


Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?

Leo Dantas - Arte e Política se misturam muito pois nenhuma delas pode existir separadamente, vejo hoje que tudo parte de boas vontades, pois se produzir arte é muito complicado e as vezes muito caro também, porem, percebemos de alguns anos pra cá uma ligação direta entre estas duas formas de expressão popular, pois é notório o crescimento da produção artística do Brasil depois de leis de incentivo, fomentando cada vez mais a produção e dando possibilidades reais de hoje se viver de arte no nosso país.

Alexandre Lucas - Você vem se dedicando as experimentações no audiovisual. Fale sobre esse trabalho?

Leo Dantas - Descobri há alguns anos o audiovisual de uma forma muito própria, pois adoro tecnologia, sendo assim em todas as minhas oficinas, produções e eventos eu gravava através de celular, câmeras fotográficas, e equipamentos mais simples de vídeo, então utilizando programas também simples criava poéticas audiovisuais incríveis, então percebi meu potencial para a área, comecei a produzir sem parar, tudo virava filme, fui conhecendo meu lado documentarista, pois ficava fissurado por mostrar as realidades do meu local, de locais visitados, histórias de pessoas e a natureza, hoje tenho cerca de seis documentários finalizados, e quatro por finalizar, sendo que nenhum de distribuição de massa, me enquadrando assim nas produções independentes do Brasil.
Através de amigos, mostras e dos coletivos é que meus filmes são exibidos, adoro esta forma de produção e isto me torna único e exclusivo, não discutindo assim a qualidade técnica da produção e sim a força da mesma.


Hoje produzimos documentários através da S.A Imagens para o Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil e trabalhamos projetos próprios além de projetos de DVD´s musicais e vídeos de registro para teatro e outros registros.

Alexandre Lucas - O trabalho coletivo é uma das formas de democratizar a arte?

Leo Dantas - Com certeza, aprendi a dividir muito cedo, pois sempre fui agraciado com certas divisões, e isto me fez bem, então vejo o coletivismo muito agradável e primordial à produção artística, pois assim produzimos mais e mais, e ajudamos a desenvolver a criatividade de muito mais gente, ajudamos como um todo a conscientizar.


Alexandre Lucas - Qual l a importância de uma graduação em Artes Visuais?

Leo Dantas - Nem sei dizer mais se sou estudante de Artes Visuais pois assisti apenas 3 semanas de aulas por conta de meu tempo muitíssimo corrido, acho que esta minha resposta vai ser censurada, hehehehe, vejo a graduação como um ponto forte em artistas contemporâneos, porém, hoje para mim, Leo Dantas não seria a principal forma de me tornar mais e mais conhecido ou intelectual, entretanto, volto a afirmar, quem tem este tempo para os estudos deve seguir, pois creio que sou hoje muito agraciado por Deus, sendo meio autodidata, (será que vão me compreender?).


Alexandre Lucas - Você acredita que a Academia elitiza a arte?

Leo Dantas - Sim, é uma forma de dizer... EU SOU...EU POSSO...acho que a arte não deve ser assim, mesmo muitos achando que eu me acho, sempre fui muito povão, vejo isto na minha produção, que muitos da região desconhecem.


Vejo a Academia como forma de conhecimento, então em si tratando da arte, que também se confunde com a vida, podem existir outras formas de se adquirir, basta querer.

Alexandre Lucas - Como você ver a produção de artes visuais no Cariri?

Leo Dantas - Adoro esta efervescência, pois me considero fruto dela, adoro ver pessoas produzindo, conversando e fazendo arte, isto é saudável para uma sociedade se tornar mais crítica e de certa forma positivista.

Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?

Leo Dantas - Apresento em minhas obras uma forma de se produzir com facilidade, formas básicas de se comunicar através das artes, então acho que com tudo que já fiz e ainda temos a fazer, ajudo a pessoas que se sentem como eu, um não artista a criar coragem para dizerem o que querem através de suas obras, pois a palavra de ordem para mim é produzir cada vez mais, e me tornar alguém mais crítico e capaz, então vejo que as pessoas que participam ativamente ou não de meu trabalho pode adquirir algum conhecimento mesmo não literato.

Alexandre Lucas - Quais os seus próximos trabalhos?

Hoje trabalhamos para três exposições fotográficas as quais estamos negociando com instituições do Ceará, duas relacionadas a natureza e uma outra voltada a terceira idade, três vídeos-instalação, estamos também desenvolvendo um novo documentário, este sobre o Arajara Park, e produzindo um piloto para TV aberta, estou desenvolvendo dois roteiros que ai é meio novidade, para editais de fomento audiovisual, e em fevereiro, estaremos mais uma vez no Centro Cultural do Banco do Nordeste Cariri desenvolvendo a oficina IMAGEM.DOC, oficina de documentário, o qual foi aprovado pelo edital de programação do BNB.


NÃO HÁ INOCENTES

Foto: Cacá Araújo
 
Ao longo da história, desde os remotos tempos da ocupação do nosso vale pelos colonizadores se vem desrespeitando e agredindo a natureza. Ocorre que, em tempos de modernidade, não mais de tolera a ignorância frente aos riscos e necessidade de respostas diretas a ações depredadoras. E o que lamentavelmente vemos é um festival de irresponsabilidades: ocupação irregular de morros, encostas e margens do rio, reduzindo seu espaço e poluindo suas águas; desmatamento; poluição desenfreada da cidade; carência de política permanente de educação ambiental; impunidade... Soma-se a isso, que não é pouco, o empobrecimento dos municípios, que ficam à mercê de humores políticos do governo estadual e da capacidade de influência dos prefeitos junto ao poder central.

Li e ouvi muitos falarem que não há culpados  no caso das enchentes etc. Eu já ouso afirmar que não há é inocentes. Todos somos culpados na medida de nossas ações e omissões. Desde a bolinha de papel jogada na praça, passando pelo voto cego em candidaturas estéreis, até o silêncio amedrontado ante os despautérios e mirabolâncias dos poderosos de plantão no Cambeba e no Planalto.

Já disse em outra oportunidade e repito: sou testemunha do esforço do prefeito Samuel Araripe em buscar soluções para os problemas de saneamento e de proteção ambiental do Crato, especialmente no tocante ao canal do Rio Grangeiro (é tradicionalmente grafado assim mesmo, com "g" ao invés de "j"). Desde o seu primeiro mandato que ele corre governo e ministérios com projetos que visam à requalificação urbana, melhoria da infraestrutura da cidade e qualidade de vida dos munícipes. Mas os recursos estaduais e federais não são fáceis de conseguir, mesmo sendo um direito do cidadão contribuinte. São os vícios da política brasileira, que favorece o sacrifício da população em vez de atender a demanda de gestões que possuam coloração partidária divergente. Isso não é democracia!

O Crato agoniza. Inicialmente com a perda de instituições importantes, agora com a catástrofe das chuvas. Merece o respeito e a união de suas forças políticas, envolvendo também a totalidade das lideranças cearenses da Assembléia Legislativa, Senado e Câmara Federal, a fim de fazer ouvir o clamor de sua gente e ter atendido seu pleito de cidadania e dignidade.

São milhares de vidas em jogo! Esqueçamos as querelas eleitorais que passaram e as que virão. Que Cid Gomes transfira, pelo menos por uma semana, seu governo para a zona do caos e do esquecimento. A itinerância que tanto foi festejada para distribuir simpatias e intenções deve agora ser retomada para distribuir ações concretas.

Nestas linhas de angústia, responderei a perguntas que todo governante realmente habituado à democracia deveria fazer: preferiria que os mais de vinte milhões que se pensa em investir na construção de um novo parque de exposições em outra área, mais os quase dez milhões do centro de convenções, fossem destinados a obras de revitalização do Rio Grangeiro e ampliação de seu canal, inclusive com a desapropriação do que for preciso para estender suas margens. Acrescente-se a isso a ação da bancada cearense no Congresso Nacional e teríamos os recursos necessários à reconstrução do Crato.

O resto é água...

Saudações!

Cacá Araújo
Professor, Folclorista, Dramaturgo
Diretor da Cia. Cearense de Teatro Brincante
Crato-Cariri-Ceará-Brasil

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A estrutura familiar - Emerson Monteiro

Os seres humanos reclamam cuidados imensos quando chegam ao mundo e superam os demais seres no esforço inicial de formação e sobrevivência, até dispor dos meios necessários a seguir com as próprias pernas a jornada de habitar este mundo. Antes dos sete anos, os filhos do bicho gente exigem, dos pais e da sociedade, extremos arranjos, a ponto de depender, em caráter quase absoluto, dos outros para limpeza, alimentação, vacinas, alojamento, vestimenta, primeiros passos, fala, pensamentos, repouso, formação moral, intelectual, etc.
Esse grau de dependência da nossa raça representa o empenho da família em dirigir suas baterias na sobrevivência e no zelo dos filhos, salvaguarda e herança cultural da sociedade. Ninguém foge dos valores trazidos pela família e que lá adiante não venha a defrontar dificuldades e traumas de adaptação perante o desconhecido, nas dobras do caminho.
Por isso, os sábios dão importância inestimável à saúde dos laços familiares, para considerar a célula doméstica a mãe das comunidades e resposta aos desafios de todo tempo. Desorganizada a família, as outras instituições perdem o prumo e a paz perde a razão. Os abalos nesta fonte original implicam nos desmanches que a história registra, no caos das guerras medonhas verificadas em turnos diversos, custando preço astronômico de sofrimento, desespero e trabalho.
A bandeirada desses primeiros passos humanos, dada pelos pais já na infância, reserva sobremodo a esperança possível dos adultos e das suas circunstâncias posteriores, vindas desde a escola filial, nos sentimentos, lembranças e emoções que lhe marcam o modelo de personalidade depois vivenciado no decorrer das gerações.
Conhecimento de padrões fundamentais vindos no começo apresenta frutos na humanidade, o que demonstra as ameaças constantes de que é vítima a família, nesse jogo de dor e prazer da sua experiência. O mal e o bem, que organizam os porões e a bagagem, nessa viagem de seres humanos, na sombra e na luz das situações, trabalham os tais valores de formação das pessoas em movimento, nos grupos sociais.
Tiradas, pois, essas e algumas conclusões mais, a razão do abalo nos países vem do descaso para com os atores do drama ainda na gravação dos letreiros iniciais das consciências, no berço de vilões e mocinhos junto dos responsáveis pela sua formação. Nisso, entra em cena a família para constituir cidadãos com a mesma face dos tempos sonhados e vividos que irão acontecer logo ali adiante, num futuro imediato.

CONVERSA NA BEIRA DO RIO

Foto de Cacá Araújo
Um grupo de pessoas discutia à beira de uma das enormes crateras abertas pela força das águas do Rio Grangeiro, no centro da cidade do Crato. O religioso atribuía o caos aos castigos divinos em virtude dos pecados humanos nesta parte do mundo. Um político que se opunha ao prefeito, vendo que muitos circunstantes os ouviam, soltou, com aquela característica empolgação de palanque, depois de pigarrear ridículo de canastrão, um discurso em que se comprometia a honrar suas responsabilidades de homem público buscando soluções junto a seus aliados nos governos do estado e do país. Já um bêbado, ainda segurando um pedaço de casca de laranja na ponta dos dedos, disse que não acreditava nessa cambada de vereadores, deputados, senadores e nem no governador, pois se eles gastassem a metade do que investiram comprando votos daria para amenizar ou quem sabe resolver o problema. Depois de mais uma golada de cachaça, olhou em volta e perguntou pelo governador. Veio um desses aduladores de plantão e informou que sua excelência estava de férias no exterior, mas que havia mandado seu vice visitar a cidade, e, inclusive, ordenando que despachasse cem mil reais para ajudar no prejuízo catastrófico sofrido pelas famílias e comerciantes. Um estudante ia passando e de imediato protestou alegando que o governador não tinha contrato de trabalhador, mas função de gestor público e que esse negócio de férias não estava correto. Alfinetou, ainda, dizendo ser uma piada, insuficiente e humilhante o valor que o governo havia liberado. Com lágrimas nos olhos, uma professora alertou para a situação das famílias desabrigadas, das crianças e velhos sem agasalho e comida, e conclamou todos a se unirem numa campanha de solidariedade, até que os que se acham donos do poder resolvam ouvir o clamor da sociedade que agoniza e espera. Convicto, o ambientalista afirmou que eram necessárias a completa desocupação e revitalização das áreas onde outrora fora o leito original do rio, construção de moradias em localidades seguras para as famílias removidas, e urgente o combate ao desmatamento da Floresta Nacional do Araripe, proteção de morros e eficiente educação ambiental. Refeito um pouco de sua embriaguez, o bêbado gritou de seu canto afirmando que dinheiro para fazer tudo isso existe, sai do Cariri em forma de vil arrecadação para os cofres estaduais e federais e para retornar em benefício do povo é uma novela sem fim. A prefeitura não tem recursos e eles só liberam considerando a filiação partidária do administrador municipal, somou o nosso ébrio questionador. Um poeta que a tudo assistia tomou a palavra e deu o mote para a conquista do merecido respeito e do atendimento às reivindicações populares: o povo tem que sair às ruas, protestar, exigir a execução de medidas corretas para a reconstrução da cidade e prevenção de novos desastres. Ao redor dos debatedores já estava se reunindo uma multidão de populares, quando recomeçou a chuva e todos se dispersaram temendo a fúria das águas. O religioso se benzeu, segurou forte seu terço, correu e se trancou na igreja ao som de trovoadas retumbantes.

Cacá Araújo
Professor, Folclorista e Dramaturgo
Diretor da Cia. Cearense de Teatro Brincante
Crato-Cariri-Ceará-Brasil, em 1º de fevereiro de 2011.       

ÚLTIMAS NOTÍCIAS - Prefeito do Crato institui auxílio social de R$120,00 para os desabrigados


O prefeito do Crato, Samuel Araripe, instituiu o "aluguel social" para atender às famílias desabrigadas pelas chuvas, que não têm para onde ir. O valor do auxílio social é R$ 120,00 e vai durar o tempo que for necessário à recuperação de suas casas. O prefeito baixou o decreto de nº 2801001/2011, colocando o município em situação de emergência. Com a enxurrada, cinco casas desabaram totalmente e outras sete tiveram partes danificadas. As famílias já estão sendo assistidas pela administração e algumas casas já foram alocadas para os desabrigados. A vítima da enchente deve procurar a secretaria de Ação Social do município, para requisitar o benefício. Um técnico vai ao local para fazer a avaliação e elaborar o laudo. O cadastro já pode ser feito. O aluguel será pago as famílias que estão em abrigos e àquelas que precisam ser removidas de áreas de risco.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS - 3.200 pessoas afetadas pela enchente em Crato


Uma notificação preliminar de desastre foi apresentada por meio dos levantamentos realizados pela Defesa Civil, diante dos estragos causados com a tempestade que se abateu sobre o Crato, na madrugada da última sexta-feira. O prefeito do Crato, Samuel Araripe, estima prejuízos para a cidade de mais de R$ 50 milhões na cidade. O documento foi apresentado ainda no último final de semana, com número relacionado às vítimas diretas da enchente. O relatório preliminar dá conta de 3.200 pessoas afetadas pelas chuvas. Nove famílias que ficaram sem abrigo, com suas casas totalmente destruídas, foram encaminhadas para prédios públicos e casas alugadas pela administração municipal. Segundo o Sistema Preliminar de Desastre, feito pela equipe da Defesa Civil no município, ficaram desalojadas 111 pessoas.

Prefeito vai à Brasília onde se encontra com o Ministro da Integração Social

Uma audiência com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, deverá acontecer ainda esta semana, juntamente com parlamentares da região. O deputado federal, Arnon Bezerra, esteve ontem no Ministério, no intuito de marcar a reunião. O prefeito do Crato, na ocasião, irá apresentar projeto que promete uma solução definitiva para o local. A chuva de 200mm milímetros ( medidos na Chapada do Araripe ) foi o suficiente para arrastar parte considerável do canal. Com o transbordamento, parte da cidade ficou inundada, principalmente no centro, invadindo centenas de residências e casas comerciais. Ainda segundo os dados do relatório preliminar foram invadidas pelas águas 103 residências, cinco delas públicas, uma comunitária e 10 ficaram totalmente destruídas. A precipitação pluviométrica registrada, segundo o relatório, esteve acima da média verificada pelo município, especialmente na área urbana, em canais de drenagem.

Fonte: ASCOM - PMC

ÚLTIMAS NOTÍCIAS - Prefeitura contrata mais de 200 homens para atuar na limpeza da cidade

Uma equipe extra de colaboradores foi contratada pela administração para realizar a limpeza na cidade. Segundo o prefeito Samuel Araripe, mais de 200 homens e máquinas auxiliam na retirada da terra e lama que invadiu a cidade. Várias ruas estão interditadas e o trânsito difícil. A cidade tem contado com a solidariedade de empresários, com a doação de equipamentos para ajudar na limpeza. Uma campanha para receber donativos para as vítimas foi desencadeada pela administração local.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS - Equipes multidisciplinares continuam em campo orientando e prestando socorro às vítimas


O
trabalho de orientação das famílias nas áreas de risco, retirada e acompanhamento das pessoas está sendo feito por 10 equipes multidisciplinares. 200 cestas básicas estão no Corpo de Bombeiros e começarão a ser distribuídas para os moradores. Cerca de R$ 200 mil serão repassados de forma imediata pelo Governo do Estado para os municípios de Crato e Juazeiro do Norte, que estão com várias áreas afetadas. Serão destinados ao Crato R$ 100 mil, para construção de casas para os desabrigados. O prefeito do Crato, para minimizar a situação, instituiu o aluguel social, no valor de R$ 120,00 para as famílias carentes.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

E A PEDRA DA BATATEIRA ROLOU...*

 Conto de Cacá Araújo
Foto: Josermano Ferreira Oliveira

Ninguém poderia jamais imaginar que uma antiga profecia indígena pudesse ser concretizada. E o mundo viu...

O relógio marcava exatamente a primeira hora e trinta e três minutos e trinta e três segundos do dia vinte e oito de janeiro do ano que todos recordam.

Um forte e valente trovão anunciou a fúria da natureza. Choveu forte. A terra tremeu, pedras e troncos rolaram nas enchentes do rio revolto que, altivo e cheio de razões, exigiu de volta seu leito violado.

Como uma sinfonia estranhamente harmoniosa, misturaram-se sons da catástrofe e o clamor do povo. E foi triste o quadro de destruição. Casas, prédios comerciais, hospitais, igrejas, escolas, praças, ruas, pontes, postes de eletricidade, carros, tudo virando escombros... E dos prédios e casas as águas expulsando móveis, utensílios, pertences, produtos diversos e gente, umas inteiras outras já aos pedaços de carne e sangue, vitimadas pela agressão do grosso caldo que tudo arrasou e arrastou.  

Foto: Cacá Araújo
Súplicas e orações e preces e ladainhas entoadas em desespero: “Meu Deus! Cristo Jesus! Minha Nossa Senhora da Penha, piedade!”, “Pai nosso que estais no céu...”, Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida e doçura, esperança nossa, salve! (...) A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas...”; “Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do céu e da terra...” “A nós descei divina luz...”.

Foto: Cacá Araújo

Foto: Cacá Araújo
Em meio aos estrondos e gritos e gemidos, ecoou a voz grave e temperada de pesar do ancião Cariri, ressurgido na escuridão da tempestade, trazido pelos raios vibrantes que avivavam o movimento das águas, sentado numa onda que nem subia nem caía, derramando gotas de lágrimas ancestrais:

- Viventes deste sagrado vale, provocadores da agonia e morte de muitos e milhares de antepassados, destruidores de florestas e animais, poluidores de nascentes e rios, ouçam e regravem onde couber que dissemos e avisamos há séculos que uma baleia por nós encantada ternamente dormia em sua cama de paz, escorando uma enorme pedra que tapava o grande e majestoso rio que vivia na barriga da Serra do Araripe. Criminosos, exploradores, especuladores! A desgraça que se abate sobre esta terra é uma resposta, uma reação aos desmandos... Vocês espremeram nossas águas num estreito e aleijado canal onde lançam seus esgotos e fezes. Queremos a vida de volta! Saiam do caminho, não se oponham à natureza e permitiremos que vivam os que escaparem da provação de hoje!

Naquele momento, a baleia já acordada se esticou como se espreguiçando e se debateu sacudindo a cauda e desgrudando totalmente o corpo da conhecida Pedra da Batateira. Uma nunca antes vista avalanche de água atirou-se com pedras e troncos sobre a região, quebrando o que restava de inteiro, inundando o que ainda estava às vistas, derribando monumentos heréticos, afogando e rasgando corpos de crianças, homens, mulheres, velhos e velhas, todos que estavam no caminho. Cumpriu-se, então, a profecia, e o sertão virou mar...

Ao cabo de trinta e três dias, as águas do rio baixaram, acomodadas que estavam no seu antigo e vasto leito. Peixes alegremente correndo correnteza acima e abaixo...

Foto: Cacá Araújo

Foto: Cacá Araújo
Num raio de pelo menos cinqüenta metros de cada margem restavam sinais da luta divina. Uma criança se aproximou vindo de longe. Achou um tênis que pertencera a alguém, uma chinela que um dia vestiu algum pé, uma camisa pequenina que havia agasalhado um bebê que se fora nas enchentes. Foi andando, brincando, até que ouviu vozes suaves e meigas em coro balbuciando uma cantiga de ninar. Pôs os pés na água, lavou o rostinho sereno e acompanhou o cântico, tendo ouvido, ainda, um último ressonar da baleia que voltara a dormir guardando águas...      

Foto: Cacá Araújo

Foto: Cacá Araújo

Cacá Araújo
Professor, Poeta, Folclorista, Dramaturgo, Ator e Diretor de Teatro
Diretor da Cia. Cearense de Teatro Brincante
Crato-Cariri-Brasil,18h31min. do dia 30bde janeiro de 2011.


* Alegoria da lenda cratense da Pedra da Batateira, no contexto da última enchente do Canal do Rio Grangeiro, em Crato-CE, na madrugada do dia 28 de janeiro de 2011, que provocou grandes perdas para a população, não havendo, felizmente, nenhuma morte. Este pequeno conto é um alerta à sociedade e aos gestores públicos, especialmente em níveis estadual e federal, que detém recursos e meios necessários à solução definitiva dos problemas relacionados
ao referido rio.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS - Demutran bloqueia acesso de veículos ao centro da cidade para agilizar retirada de entulhos

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiS_9r20jkXmVrls-WHef111kO_6kx8RNqDY9nFf59XBTbSnMplq-d_XadxJdj4ihbuuovYwRy7ojOYS0OI9uNh11aL_zzqt5gHQueP2xsywLDEIlm3F2g2AohLK9zVI2mzcvUlrsuKrOn/s1600/Img_3527.jpg

E ATENÇÃO...


O Demutran ( Departamento Municipal de Trânsito ) de Crato, pede a todos os proprietários de veículos automotivos que evitem trafegar até o centro da cidade. Durante tempo indeterminado, as ruas centrais do Crato estarão sendo bloqueadas completamente, a fim de que os caminhões e tratores da limpeza possam retirar o entulho deixado pela enchente do último dia 28 da maneira mais rápida possível.

Outro fator que contribuiu para essa decisão é o perigo representado pelas pontes, que ainda estão passando por uma avaliação técnica, a fim de se saber se podem ainda serem consideradas seguras para o tráfego pesado. O Governo Municipal está hoje com cerca de 150 homens trabalhando no sentido de agilizar a liberação do centro. Foram também convocados a Guarda Municipal e o Ronda do Quarteirão para dar apoio, já que o próprio Demutran não dispõe de efetivo suficiente para o controle de todas as ruas centrais.

As avenidas Pres. Kennedy e Getúlio Vargas, ambas ladeiras, continuam com o tráfego interrompido próximo às pontes, e mesmo o trajeto nas marginais do canal do rio grangeiro é precário e com muita lama ainda.

O governo do Crato solicita a compreensão da população para os próximos dias, já que essa decisão é por tempo indeterminado, até que todo o entulho seja recolhido e as pontes liberadas. Pede ainda que evitem trazer seus veículos ao centro, pois o estacionamento que já era precário, devido à quantidade de automóveis, agora ficará praticamente inexistente. Os moradores do Bairro Seminário e Vilalta que desejarem se deslocar com seus veículos até certas áreas próximas ao centro, deverão usar a Av. Thomaz Ostherne de Alencar ( perimetral ), ou contornar o bairro seminário, descendo pela ponte das piabas ( ponte de bia ).

O Demutran agradece a compreensão de todos e informa que estará trabalhando no sentido de minimizar os trantornos e agilizar a liberação do centro da cidade.

Edição: Dihelson Mendonça

UM AVISO AO PESSOAL DA ASFAC

Pedro Esmeraldo

Hoje estava observando uma crônica do cratense amigo José do Vale Pinheiro Feitosa, intelectual residente no Rio de Janeiro, que fez elogios a minha pessoa, pelos quais expresso meus sinceros agradecimentos.

Quisera que houvesse outras pessoas de sua estirpe que viessem ajuntar-se a todos aqueles que desejam modificar o pensamento dos políticos desta cidade, para que tenham a capacidade de governar o Crato com objetividade e amor à terra comum.

Infelizmente, hoje aparecem um bando de aventureiros que só pensam neles mesmos, esquecem a cidade como um todo e procuram entregar-se a uma horda de desinteressados que por ora tomam conta da cidade, desviando do apoio do povo que lhe favoreceu na campanha eleitoral.

Ninguém pensa em solucionar os problemas que há em áreas de risco, como: as casas construídas nas encostas dos morros e das voçorocas, provocadas pelas águas pluviais que constantemente ocorrem nos períodos de chuvas torrenciais, ou seja, de fevereiro a março, que deixa todo mundo preocupado por medo do desabamento de suas residências.

Por isso, alertamos as autoridades com frequência para que cuidem com os poderes centrais a fim de sanar esse problema desta cidade.

Por esse momento, aguardo que hajam outros defensores do tipo José do Vale, Wellington Alves, Armando Rafael, Jurandir Temóteo e outros que deixamos de mencionar por não lembrar neste momento, mas com toda certeza aparecerão outros com muita confiança e arrojo para defender a terrinha esquecida e modificar o comportamento desses políticos junto à sociedade. Com o pensamento positivo elevem a cidade reconquistando todo patrimônio perdido por falta de orientação técnica e não tiveram o pensamento voltado para o futuro.

Desejo oferecer esta crônica ao pessoal da ASFAC (Associação dos Filhos e Amigos do Crato) que não se movimenta com expressão de força de trabalho para defender o Crato com sentimento de afeto já que, nessa ocasião, a cidade precisa de uma reação singela a fim de manifestar-se juntos as pessoas que praticam reação isolada, mas possuem poucos adeptos que só se estacionam em barcos frágeis que mal segura em águas brandas e não atinge as expectativas de trabalho unido e o desejo de expansão econômica e cultural desde município.

Crato-CE, 27/01/2011.

domingo, 30 de janeiro de 2011

O Plástico - Roberto Jamacaru

Desculpe, amigo, se te alcançamos tão pouco.
Bem que queríamos, mas voar na tua imaginação era privilégio dos Deuses da criação.
Tu que vivias um mundo à parte, num plano irreal, com certeza tinhas razão para rir da maneira que rias; para criar do jeito que criavas e imaginar com a riqueza que imaginavas.
Dizem que nos píncaros montanhosos é onde corre a melhor das brisas, mas alcançá-los e senti-las fica para os libertos de espírito que têm na essência artística a verdadeira visão da vida. Tu, no entanto, diferentemente de nós, vagavas costumeiramente no mais alto desses montes.
Quantas e quantas vezes olhamos para ti e vimos o teu corpo em movimento a sorrir marcando presença entre nós, mas, nessa mesma hora, quantas e quantas vezes foi impossível alcançar o vôo da tua imaginação. Estavas, como sempre, em outra dimensão, no além mar, no além céu, no além cosmo, no além espírito, mas sempre perto de Deus.
Era dessas esferas imaginárias que tuas atitudes carinhosas nos surpreendiam. Sempre fomos todos rasteiros em relação a ti, quando o assunto era criatividade e imaginação, enfim, quando o assunto era a arte.
Meu caro poeta das cores e formas, como nos impressionava ver teus pincéis bailarem na brancura de uma tela, definindo e redefinindo o concreto e o abstrato; o belo e o feio; o triste e o alegre com tanta harmonia.
Para “nosotros”, meros grafiteiros de mentes plebes, isso era mágica.
Nas tuas galerias havia olhos que falavam;
Vestes que desnudavam;
Silêncios que protestavam;
Mudez que gritava;
Passos que voavam
E choros que riam.
A tua arte falava mais que mil palavras;
Protestava mais que mil revoluções;
Coloria mais que mil arco-íris;
Embelezava mais que mil arranjos.
De tanto mexer na dramatologia do real com o imaginário, levando-nos ao delírio da contemplação, um dia resolveste fazer parte do sonho.
Assim, moldurado nos teus próprios quadros, nas paredes de nossas vidas, ficastes exposto para sempre, reluzente e colorido, a nos adornar na alegria de tuas fantasias.
Na tua última homenagem, o teu corpo, em cinzas, foi lançado sobre o solo dos antigos índios guerreiros, habitantes do misterioso vale do Quixará.
Eras um artista plástico.
Em telas plásticas pintavas a vida.
Um dia viraste tinta, na imagem te confundiste, e aí, na imortalidade da própria arte, renasceste para sempre.

Tributo ao Artista Plástico, natural de Farias Brito no CE.
- Normando Rodrigues –

SOLIDARIEDADE COM OS CRATENSES

Dois dias depois - Emerson Monteiro


No jornalismo, notícias são acontecimentos de interesse público divulgados pelos meios de comunicação de massa, e existem formas de avaliar a importância das notícias conforme a sua relevância. Uma dessas formas é a proximidade. Entre duas notícias, uma sempre melhor atende a esse requisito de tocar mais de perto a comunidade.
Enquanto avistávamos, no Cariri, as catástrofes climáticas ocorridas em cidades do Rio de Janeiro, as notícias guardavam proporção considerável, porém representavam marcas noutras populações afastadas geograficamente falando. Agora, contudo, diante da cheia desproporcional do Rio Grangeiro, a força das águas nos mostrou outras dimensões, em face da ligação imediata do acontecimento.
Esta madrugada, dois dias depois, circulando nalgumas avenidas que margeiam o Canal e ruas circunvizinhas ainda em fase de arrumação, avaliei de perto a dimensão do fenômeno meteorológico que confrangeu toda a cidade de Crato na madrugada do dia 28 de janeiro de 2011.
A imagem principal da cena deixa às claras o risco constante que representa, a curtos e longos prazos, viver exposto à imprevisibilidade natural de possibilidades antes anunciadas. Longe dos brados alarmistas ou lendários, domar rio de tamanha impetuosidade torna-se, de hoje adiante, o fator determinante das administrações, independente do que passou, perante as transformações causadas pela ação do homem nas encostas da serra nestes dois séculos de aproximação.
Olhar o assunto de frente, encontrar a solução de engenharia que ultrapasse apenas os sintomas e siga direto à base do problema, sem contemporizar, porquanto a tensão persistirá em graus adiantados durante as fases invernosas do futuro. Interessa, pois, a todos, superar os limites desta herança histórica da localização do núcleo urbano que tanto admiramos e queremos.
Somar a potencialidade dos cidadãos e reconstruir as esperanças da tranquilidade sob outros prismas, na vontade política de uma gente trabalhadora e pacífica, civilizada, respeitada na história e dotada de cultura, cheia de boa vontade e amor pela terra em que vivemos nossas vidas. Despertar as novas energias da autoestima para preservar a natureza em volta com equilíbrio e inteligência.
Existirá, com certeza, solução adequada e coerente, desde que se saiba encaminhar estudos e as providências certas.

sábado, 29 de janeiro de 2011

CRATO - ANATOMIA DA RECONSTRUÇÃO

O que a Administração do Crato está fazendo para ajudar as vítimas da tragédia

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Na foto acima: Tratores removem entulhos deixados pela enchente do canal do Rio Grangeiro

Logo que parou a chuva de 162mm ( 200mm no Grangeiro ), que se abateu sobre a cidade de Crato no dia de ontem ( 28 ), o governo municipal formou uma equipe de emergência, que contou dentre outras pessoas, com os secretários: Christiano Siebra ( Administração ), Dr. Nivaldo Soares ( Meio-Ambiente e Controle Urbano ), Procópio da Silveira ( SAAEC ), Joatan ( chefe do Demutran ), Davi Cariri e Erico Felício Callou, que se reuniram no paço municipal, sob a coordenação do prefeito Samuel Araripe para traçar diretrizes urgentes para o longo dia que se seguiria.

Uma frota de tratores e caminhões totalizando mais de 30 máquinas pesadas, em que contaram com a ajuda de empresários locais que num gesto de solidariedade, disponibilizando maquinário pesado, seguiram imediatamente para as áreas afetadas do município, a fim de remover o entulho. O Demutran agiu rápido e bloqueou as ladeiras da Vilalta e do Bairro do Seminário nas primeiras horas da manhã, a fim de que as máquinas pudessem desobstruir e garantir a segurança das pontes e ruas. Ao mesmo tempo, foram formadas 10 equipes multidisciplinares distribuídas por todo o município a fim de coletar dados da destruição para que se avaliem a profundidade dos estragos e se pudesse tomar providências.

Já nas primeiras horas da manhã, foram distribuídas pela Secretaria de Ação Social, cerca de 250 cestas básicas para as famílias atingidas, e reunidos 4 caminhões-pipas para levar água potável às comunidades. Equipes formadas por assistentes sociais uniram-se para atender a população, levando atendimento médico, psicológico e humanitário para as vítimas da enchente.

Secretário de Administração Christiano Siebra fala ao Blog do Crato sobre as providências imediatas

"Desde as primeiras horas da manhã a municipalidade agiu em ações de infraestrutura, em ações de humanização, levando os assistentes sociais, e toda a equipe de infraestrutura para atender as famílias que estavam em situação de risco e mais de 10 equipes multidisciplinares estão distribuídas em todo o município, espalhados pelos bairros com a finalidade de levantar dados da destruição e que áreas foram afetadas.

Um dos objetivos primordiais da administração é primeiro atender às famílias que estavam em situação de risco. Dar condições de que elas tenham atendimento médico, atendimento social, psicológico, para isso a secretaria de ação social colocou todo o seu corpo técnico para atender a essas famílias, inclusive alojando em casas apropriadas, para poder fazer com que minimizem os danos causados por essa chuva.

Outro ponto importante a se destacar são as ações de infraestrutura que a gente vem desenvolvendo dentro do município com intuito de retirar toda a terra, a lama, e recuperar o canal do Rio Grangeiro. Temos recebido apoio dos empresários locais que colocaram todos os seus equipamentos, maquinários, à disposição do município, solidarizando com essa ação de humanização e levar conforto e condições para estas famílias que estão desabrigadas.

O Prefeito Samuel Araripe em 2005, ao assumir a prefeitura do Crato trouxe o plano de requalificação urbana do município, em que um dos principais projetos contempla a construção de pequenos açudes urbanos que tem a finalidade de conter toda essa água que vem escoando pelo rio, chapada e termina nas ruas do município. Dr. Procópio esteve na semana passada em Brasília batalhando recursos para por em prática esse e outros projetos para o canal do Rio grangeiro previstas no Plano de Requalificação urbana.

A SAAEC, através de Dr. Procópio da Silveira, colocou à disposição do município 3 caminhões pipas para levar água potável para as famílias, e o corpo de bombeiros tem ajudado nesse sentido. A secretaria de infraestrutura adicionou outro caminhão pipa, e temos hoje 4 caminhões pipas levando água potável. Segundo informações já recebidas, Dr. Procópio afirmou que em pouco mais de 4 horas, nós estaríamos com o sistema de abastecimento d´agua regularizado na cidade.

A secretaria de meio-ambiente e a defesa civil do município estão em campo ainda coletando os dados e algumas equipes já voltaram com algumas informações, então a gente vai reunir todas essas informações e será realizada uma coletiva de imprensa hoje ( 29 ) Sábado, às 10:00 no salão nobre da Prefeitura Municipal do Crato."

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Na foto acima: Caminhões-Pipa distribuem água potável nas áreas atingidas


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Na foto acima: Dr. Nivaldo Soares, Secretário de Controle Urbano recebe relatórios dos emissários para avaliar a extesão da tragédia.


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Nas primeiras horas da manhã, prefeito Samuel Araripe se reúne com secretários para discutir ações durante o dia.

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Final de tarde: Prefeito Samuel Araripe recebe governador em exercício, que veio ao Crato visitar áreas afetadas e discutir recursos para a reconstrução do Canal do Rio Grangeiro:

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Na foto acima: Dep. Zé Arnon, Cratense, traz solidariedade às famílias desabrigadas, aos que tiveram prejuízos com a enchente e se compromete junto ao governo federal a trazer verbas para solucionar o problema.

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Acima: Enquanto isso, uma frota de tratores e caminhões rapidamente eliminam o entulho deixado pela enchente. Ao final do dia, várias ladeiras da cidade já estavam com o tráfego liberado.

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Na foto acima: Assistentes Sociais atendem áreas afetadas pela enchente

Dr. Nivaldo Soares, Secretário de Meio-Ambiente e Controle Urbano fala ao Blog do Crato

"Pela primeira vez aqui no Crato que eu vejo uma coisa tão forte neste aspecto da colaboração de vários cidadãos do Crato para se minimizar os efeitos dessa catástrofe."

Nivaldo Soares

"Dihelson, a prefeitura logo cedo convidou os seus secretários e demais servidores para agirem, e foi montado todo uma estratégia de trabalho, então nós temos cerca de 10 equipes com profissionais de áreas diferentes pra agir em vários pontos do município, principalmente na cidade onde aconteceram os fatos mais graves, e a gente tá agora aguardando aqui o levantamento. Algumas equipes já trouxeram alguns dados pra gente ter um resultado final em números de quanto foi esse lamentável prejuízo que se abateu sobre toda uma população do município do Crato e também, para o setor público.

Um fato que a gente tem que registrar, aliás, são vários fatos, mas um deles é a rapidez com que o município está conseguindo tirar todo o material que foi arrastado por essa avalanche , que a gente assim pode chamar, que desceu do Rio grangeiro, e é uma limpeza que está acontecendo muito rápido, que são vários caminhões trabalhando, várias máquinas enchedeiras tirando, lavando, limpando as ruas do Crato e isso e esses equipamentos são equipamentos do município, mas também e acima de tudo, de empresários das mais diversas áreas daqui do município do Crato que dispõe desses equipamentos, que disponibilizaram máquinas, caminhões pra que essa limpeza acontecesse de forma rápida. Então, de várias formas, as pessoas se manifestaram, e instituições, apoiando as ações que estão sendo realizadas no sentido de primeiramente limpar a cidade. Evidente que as pessoas das áreas atingidas tem equipe trabalhando, levando para hospitais onde recebem todo o tratamentoi necessário, mas as pessoas até com a necessidade de ter um alimento, a prefeitura está disponibilizando em alguns casos, cestas básicas, mas enfim, a solidariedade é bastante forte e interessante, que pela primeira vez aqui no Crato que eu vejo uma coisa tão forte neste aspecto da colaboração de vários cidadãos do Crato para se minimizar os efeitos dessa catástrofe."

Prefeito do Crato, Samuel Araripe fala sobre as providências que estão sendo tomadas

Em entrevista ao Blog do Crato na tarde de ontem, o prefeito do Crato, Samuel Araripe, depois de receber a comitiva do governador em exercício, que veio constatar In Loco os principais pontos atingidos pela enchente do canal do Rio Grangeiro, falou sobre os procedimentos que estão sendo tomados num primeiro momento e a médio prazo:

"O próximo passo é redigir um documento expondo efetivamente quais são os prejuízos. Tem aqui 10 equipes percorrendo a cidade, inclusive na zona rural, para ver realmente qual o tamanho do prejuízo, que nós já sabemos que é imenso, mas não temos a precisão. Feito esse estudo, muito em breve nós vamos redigir um documento oficial e passar uma cópia ao governo do estado e ao governo federal ( Avadã ) e pedir que os governos a partir de um levantamento preciso de quantos imóveis caíram, qual é o prejuízo do canal, quais são as ruas afetadas, nós já sabemos que mais de 500 imóveis foram afetados ( particulares ). E graças a Deus, até o presente momento não temos notícias de óbitos, mas as equipes estão percorrendo... a coisa foi assim muito rápida, ontem estávamos em Fortaleza reunido com o Governo do Estado, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil exatamente discutindo as forças-tarefa para enfrentar o inverno. Onte. A reunião foi ontem. Hoje acontece uma coisa dessas, mas a gente tem recebido uma solidariedade imensa. Tem mais de 30 máquinas pesadas trabalhando aqui no Crato da iniciativa privada, muitas delas. Espontaneamente, os construtores, o pessoal da cerâmica, e tem mais de 200 homens fazendo a limpeza da nossa cidade. O município não tem recursos para recuperar tudo isso, infelizmente. Então nós temos é que procurar o governo e de logo, já agradecer, porque estivemos de manhã com o governador, e agora nesse exato momento ele já se encontra aqui com o secretário Camilo Santana das cidades, o chefe de Gabinete Ivo, e eu tenho certeza que o governo do Estado e o governo Federal vão nos ajudar."

Reportagem: Dihelson Mendonça

Governador em exercício vê estragos no Crato

O governador em exercício do Ceará, Domingos Filho, esteve no fim da tarde de ontem, no município do Crato, acompanhado do secretariado de governo, para verificar de perto os estragos causados pelas chuvas ocorridas durante a madrugada de sexta-feira na cidade, provocando um rastro de destruição por vários trechos.

A primeira área visitada por Domingos Filho, acompanhado do prefeito municipal, Samuel Araripe, que decretou situação de emergência no início da manhã, foi na ruas José Alves de Figueiredo com a Nossa Senhora de Fátima, onde várias casas foram invadidas pelas águas e o Canal do Rio Grangeiro, que corta a cidade, ficou parcialmente destruído.

Em seguida, o governador pediu para ser levado aos locais onde houve desabamentos de residências. Segundo Domingos Filho, entre as providências iniciais, diante da calamidade, está a de socorrer as famílias desabrigadas.

Ajuda - Segundo a Ação Social do município, são 50 famílias que estão sendo encaminhadas para o projeto ABC, no bairro Alto da Penha. As pessoas estão recebendo assistência médica, além de marmitas e cobertores. Algumas das famílias decidiram ir para casa de parentes e amigos.

"O governo do estado quer ajudar o povo do Crato nesse momento de dificuldade", disse Domingos Filho. A Avaliação de Danos (Avadan), conforme ele, vai definir as outras prioridades. O governador também esteve acompanhado de técnicos do Departamento de Edificações e Rodovias (DER) e de agentes do Corpo de Bombeiros, além da Defesa Civil, para definir agenda de trabalho. Ele justificou a ausência do governador Cid Gomes, que está no exterior.

Fonte: Diário do Nordeste

UM POLÍTICO FANFARRÃO

Pedro Esmeraldo

Hoje pela manhã, em um dos cafezinhos da cidade, encontrei com um senhor fanfarrão pertencente à classe política local, gesticulava com muita loquacidade, elogiando a cidade de Campina Grande, porém esquecia de enaltecer a sua terra.

Confrontava aquela cidade, comparando-a aos grandes centros urbanos do mundo civilizado. Dizia que era uma cidade que se enquadrava aos grandes centros da civilização mundial.

Muito bem, retruquei: aceito sua idéia, porém não concordo totalmente com suas palavras porque, para igualá-la aos grandes centros do mundo desenvolvido, convém notar que há muito a desejar, pois aquela cidade está encravada na Região Nordeste e por isso está enquadrada numa região quase subdesenvolvida e que ainda não saiu do regime arcaico pertencente ao passado.

Muito exaltado e admirador do crescimento desinibido, pois ainda narrava que os empresários de lá eram ativos e não se acomodavam com pouca coisa, visto que quando apareceu a praga do bicudo que dizimou a produção algodoeira, eles, os empresários campinenses, não abandonaram a sua cidade e procuraram expandir com outras atividades, investindo principalmente na pecuária e outras “atividades correlatas”, procurando engrandecer sua terra sem abandonar.

Após sobressaírem-se com uma saraivada de protestos, elogiou os empresários e procurou enaltecer os políticos, pois assim afirmava que para se ter o desenvolvimento de uma cidade, não precisava de político, mas sim de trabalho de seus empresários.

Continuando com a conversa, dizia que a culpa do arrefecimento do Crato coube à falta de interesse dos filhos da terra, já que não valorizaram a sua cidade e foram investir em outras plagas mais desenvolvidas.

Desejando proteger os políticos da terra, afirmava que a culpa do esvaziamento do Crato não era dos políticos, mas sim dos empresários.

Afirmando com todas as forças das minhas cordas vocais, aviso pra esse senhor: todos os políticos tem que lutar fortemente com o povo e acelerar o engrandecimento, trazendo infra-estrutura diversa a fim de equilibrar o poder econômico com o crescimento favorável, a criação do emprego e renda.

Assim creio eu, para impulsionar o crescimento da cidade, precisa primeiramente o povo evoluir e juntar a sociedade com esforço e luta permanente, com união e evitando o mexerico, formando um grupo interessado que possa trabalhar pelo bem de sua comunidade.

Também quero lembrar que o povo ainda não está esquecido da falta de objetividade de um senhor que dirigia o Crato e que chegou a negar um terreno adequado para ser instalada aqui uma escola de nível superior. Esse senhor, pertencente a era trogloditiana, virou as costas para esse empresário com indiferença sem dizer porque razão negava esse benefício ao Crato.

E agora vejam senhores a razão da falta de interesse dos empresários em não acelerar o desenvolvimento desta cidade por que houve a falta de amor e também por falta de capacitação desse pessoal que quer ser político sem ter condição moral e intelectual para dirigir este município.

Fiquem sabendo senhores que a causa da moralização da expansão progressiva do Crato é proveniente da falta de interesse desses políticos cafonas que não querem praticar mudanças com seriedade e que não aceitam a permanência da juventude e dos homens sérios comandando a política cratense.

Crato-CE, 27 de Janeiro de 2011.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tromba d´água em Crato - Emerson Monteiro


Após manhã e tarde de sol intenso, a noite de 27 de janeiro de 2011 também se mostrou de tempo aberto e estrelas no céu. É tanto que, às 20h15, estávamos, Igor e eu, nas arquibancadas do Estádio Mirandão assistindo à partida de futebol entre o Crato e o Ceará, pelo Campeonato Cearense. Durante o jogo, no entanto, abriam alguns relâmpagos baixos para os lados do Nascente e do Norte. Ao final, o time cratense saia derrotado pelo placar mínimo.
Recolhera-me às 22h20, observando a preparação de chuva nos sinais do vento e nos relâmpagos por cima da serra, para as bandas de Pernambuco, donde, conforme minhas experiências pessoais de poucos anos, vêm ao vale chuvas de mais intensidade.
Assim, durante a madrugada desse dia 28 de janeiro, acordaria por cinco vezes, considerando relâmpagos e trovões em larga quantidade, mantidos na pancada constante de fortes precipitações, qual ainda não se deu na presente quadra invernosa.
Choveu a madrugada inteira, chuva grossa e persistente. Algumas vezes cortou a corrente elétrica, o que de comum acontece nas situações de muitos raios.
Pela manhã, ao sair para levar as meninas ao colégio, apenas neblinava pouco, no entanto o chão encharcado transparecia o quanto chovera além da conta na madrugada.
Pelos estragos que encontraríamos no percurso da descida, imaginamos as consequências logo em seguida presenciadas às margens do canal do Rio Grangeiro, dentro da cidade.
De máquina em punho, sai fotografando desde a ponte da Integração, próxima à igreja de Nossa Senhora da Conceição, até o término do Canal, imediações do Presídio, num rastro de destruição que jamais verificara nesses 50 anos.
Postes arrancados pelo tronco, carros arrastados na correnteza e jogados contra muros e calçadas, casas invadidas, asfalto eliminado ou levantado, portões de ferro arrombados, prédios em ruínas, móveis encharcados, pontes de ferro destroçadas, pontes de cimento e ferro abaladas nas estruturas, ou com varandas zeradas e substituídas de entulhos, árvores inteiras trazidas na força das águas, e, à medida que desci com lama nos tornozelos, num exercício de equilíbrio e paciência, após a Prefeitura, entrei na Rua Monsenhor Esmeraldo, onde funcionam armazéns de estivas e cereais e outras casas de comércio, testemunhando sempre os danos provocados pela violenta enchente. Houve comércios que registraram por volta de um metro e meio d´água dentro dos estabelecimentos a dezenas de metros do rio. Devido aos riscos da cheia no interior do Presídio, os detentos foram deslocados para Juazeiro do Norte.
A intensidade das chuvas da madrugada chegou a 163mm no centro de Crato, porém escoaram pelo Rio Grangeiro inclusive as chuvas das encostas da Serra, onde estimam-se maiores as precipitações, acima de 200mm, isto para um curto tempo de quatro horas, na ação do fenômeno atípico.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

FESTA BREGA ROCK STYLE


A banda nasceu em novembro de 2006, quando cinco roqueiros que tocam em bandas de João Pessoa - PB, resolveram montar uma banda onde o seu repertório fosse recheado da bela música brega, da jovem guarda e claro, do Rei Roberto Carlos com seus sucessos dos anos 60/70,. Su estilo foi auto-intitulado como sendo "Brega Rock Style".

Os Caronas interpretam as músicas com muito respeito e admiração. Eles fazem pequenas alterações nos arranjos das músicas, mas, sem jamais fugir da idéia principal que o autor quis passar através da sua arte. O objetivo da banda é executar da melhor maneira possível, canções que marcaram um período da música popular romântica (nostalgica) brasileira.

A abertura da festa vai ficar por conta da banda "RED STEEL" de Juazeiro do Norte, que promete agitar a galera com belas canções do rock nacional.