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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Destruição do Patrimônio Histórico em Quixadá

Recebi ontem, 06 de maio de 2008, este e-mail do historiador e amigo Altemar Muniz, professor do Curso de História da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central - FECLESC, unidade da nossa querida Universidade Estadual do Ceará. Como pode-se observar ele denuncia um crime contra a memória e a história do município de Quixadá e do nosso estado. Vamos apoiar a luta da sociedade quixadaense, e ficar de olho, pois no nosso querido Cariri, vez em quando ou constantemente, ocorrem crimes dessa natureza: a destruição da memória material e imaterial do nosso povo.

Océlio

Dia 19 de abril, um empresário de Quixadá demoliu a casa do agente da RFFSA, edificado em 1891,dois dias depois de ter comprado do antigo dono que arrematou o terreno num leilão em 2004. Ele demoliu num sábado do feriadão e retirou o entulho na manhã seguinte. Um claro ato de criar um fato consumado.

Fizemos uma manifestação de protesto, no dia 24 de abril. Saiu uma matéria no Diário do Nordeste ontem. Veja no link: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=534507

Divulgamos também uma nota, que estou enviando prá vc ler, abaixo.Na próxima quarta-feira, dia 07 de maio, às 19:00 na sede do Centro Antônio Conselheiro, haverá uma reunião prá formar um grupo que visará desenvolver uma série de ações que estão na nota.

Abraços
Altemar Muniz

NOTA DE PROTESTO PELA DEMOLIÇÃO DA CASA DO AGENTE DA RFFSA

Caros quixadaenses:Dia 19 de abril de 2008, será lembrado como uma data triste para a História de Quixadá. Neste dia um trator demoliu a casa do agente da RFFSA, que foi construída em 1891. Em nome do "progresso", foi destruída uma edificação que fazia parte da paisagem urbana da cidade, para dar lugar a um novo prédio comercial.

Mesmo abandonado e em estado de depreciação, o imóvel fazia parte de um projeto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), de revitalização da área, juntamente com os prédios do armazém e da estação. Algo de conhecimento de toda a população, revestindo a ação de uma condição ainda mais grave e suspeita.Ações como essas merecem e devem ser repudiadas por pessoas e entidades que compreendem a importância da preservação do patrimônio natural, histórico, artístico e cultural de uma cidade.

De nada adiantará o desenvolvimento econômico, se o preço for a destruição dos objetos, imóveis e costumes de nosso passado.Será triste e patética a modernidade que aspiramos, se ela imitar outros modos de vida, ocultando nossas origens e cultura. Algo como um cearense tentando imitar o sotaque paulista ou carioca para parecer melhor aos olhos dos outros.

Teremos um futuro obscuro se pleitearmos a universalidade, esquecendo de cantar a nossa aldeia, a nossa cidade e seu povo.Portanto, as entidades e pessoas abaixo-assinadas querem expressar seu protesto contra este crime histórico e fazer as seguintes reivindicações:

a) Imediata abertura de investigação, por parte do IPHAN, para apurar responsabilidades e tomar medidas judiciais cabíveis que evitem outras ações danosas ao patrimônio de Quixadá;

b) Início imediato das obras de revitalização e uso social do Armazém e da Estação da RFFSA, por parte do Governo Federal e do IPHAN;

c) Início das obras de revitalização do Açude do Cedro, por parte do Governo Federal, IPHAN e DNOCS;

d) Formação de um grupo de trabalho, com representantes da sociedade civil, para um imediato levantamento dos prédios e bens naturais que devam ser tombados pela Prefeitura Municipal de Quixadá;

e) Realização imediata de um seminário sobre Ação Educativa Patrimonial para os professores da rede municipal e estadual de Quixadá, por parte da Secretaria Municipal de Educação e do CREDE-12, com a assessoria do curso de História da FECLESC/UECE.

Todas essas reivindicações, entretanto, serão inócuas se a sociedade civil não se organizar para vigiar e pressionar os agentes públicos a cumprirem com suas obrigações.

Quixadá, 24 de abril de 2008.

Assinam:SINDSEP; CENTRO ANTÔNIO CONSELHEIRO; FECLESC; ASSOCIAÇÃO DE FAMILIARES E AMIGOS DE QUIXADÁ; INSTITUTO DE CONVIVÊNCIA COM O SEMI-ÁRIDO; ASSOCIAÇÃO DE TEATRO AMADOR DE QUIXADÁ; ASSOCIAÇÃO DE CINEMA E VÍDEO DE QUIXADÁ; UNITACE; CREA-CE; ASSOCIAÇÃO DE MÚSICOS DO SERTÃO CENTRAL, SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS; UMES; REDE DE ASSISTÊNCIA CEGO ADERALDO (RACA).

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