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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009



A era Lula
por Pedro Henrique Chaves Antero
(Professor de Ciências Políticas )





Não se pode deixar de reconhecer algum mérito do presidente Lula, durante seis anos de governo, pelo fato de ter sabido manter a estabilidade da economia brasileira, aproveitando os ventos favoráveis que sopraram na economia internacional. A China e a Índia tiraram partido da prosperidade geral, crescendo a taxas expressivas. O Brasil, pela competência acanhada dos governantes, conseguiu apenas manter o equilíbrio das coisas, o que não é de todo ruim. A análise da era Lula não acaba aí.
A opção pelo assistencialismo e o esquecimento das reformas estruturantes deixaram o país num certo imobilismo, mas deram ao presidente um elevado índice de popularidade. Segundo a visão do ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, “o Bolsa Família é o a maior programa oficial de compra de votos do mundo”. E essa prática - simplesmente assistencialista - é criminosa, pois muita gente pobre não está aceitando oferta de trabalho e até mesmo abandonando o seu emprego, para viver simplesmente do programa da Bolsa. Além do desvio do dinheiro público, o governo está formando uma geração de brasileiros incapazes.
A outra marca da era Lula é a ausência da ética no trato da coisa pública. Os escândalos do Parlamento, articulados dentro do Planalto, as relações com as Farc e o MST e o recente caso Cesare Battisti são uma manifestação clara de que, segundo o político pernambucano, o governo atual não tem nenhum compromisso com reformas ou com ética. E aqui vai a grande distância entre as figuras de Lula e Obama. Ambos eleitos como personagens novos no quadro político de cada país, o primeiro aprimora a cartilha dos vícios brasileiros, enquanto o segundo livra-se de auxiliares convidados, acusados de deslizes em relação às leis do Estado.
Essa herança empobrece o país. Em 2010, teremos eleição para a presidência. É triste saber da pobreza dos nossos quadros políticos. De um lado, a prática governista da tese dos romanos “pão e circo”, e, do outro, a covardia e a dubiedade da oposição ao se opor ao erro, deixando confusa a consciência brasileira que ainda espera por seriedade e honradez.
(Publicado no jornal "O Povo", 19-fev-2009)

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