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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SER HUMANO

Bernardo Melgaço da Silva

Pra que vives?
Pra que choras?
Lágrimas e lágrimas
Dor e violência
Crítica e impaciência
Pra que vives?
Pra que choras?
Teu peito dói, mas já não sente ou finges que não sente
Acostumastes a prender e conviver com a dor
Aprendestes muita coisa
Mas muita coisa não aprendestes
Aprendestes a andar, falar, correr, escrever, ensinar e aprender racional
Mas não aprendestes o que deve aprender de principal, de fundamental:
Quem sois?
És apenas células, órgãos, carnes, ossos, uma mente e uma emoção?
Aprendestes a racionalizar, reduzir e por isso reduz a si mesmo
Tu não és apenas isso
És muito mais
Não és apenas professor, aluno, aprendiz, místico, religioso, ufólogo ou ateu
És uma natureza física "conhecida" e uma natureza metafísica desconhecida como eu
Acorda meu irmão (ã)!
Já é hora de semear o grão
De molhar o chão e comer o pão
É hora de traduzir a ciência
É hora de abrir a consciência
E de mudar a velha percepção
De olhar o mundo da natureza com outros sentidos que jamais havias imaginado de suas existências
Chega de sofrimento e luta!
Estais cansado(a), eu sei disso!
Comi também desse pão
Derramei também minhas lágrimas nesse chão
Eu e você somos semelhantes: a diferença é física mas não metafísica
Fui ao limiar da loucura para aprender que tu és meu irmão(ã)
Derramei rios de lágrimas em conflito para perceber aquilo que não conseguia ver
Lutei contra mim mesmo a cada segundo durante horas, semanas, meses e anos
Para agora escrever estes versos de coração
A realidade é muito maior e mais ampla que nossa percepção possa alcançar
Vamos acorde! Eu posso lhe dar a mão
Posso lhe carregar nos meus ombros
E juntos caminharmos em solidão
Para que tu possas escutar o silêncio e aquilo que era impossível de perceber
Para ver o que era impossível de ver
Para que tu possas ir além dos seus limites físicos
Deixe que com humildade e compaixão lhe estender a minha boa mão
Escuta meu irmão: os teus próprios sentidos te enganam
Não te deixam enxergar a realidade da vida
Só percebes coisas e seres coisificados
O outro chora a teu lado
E vive te pedindo a mão
E tu apenas o recebes com um não
É humanamente compreensível que tu mostres tua indignação
Que lutas contra os inimigos da tua própria imaginação
Deixe as armas da crítica de lado
Abra teu coração
E comece aprender que existem verdades e princípios
Se acumulas negras verdades
Os princípios se esvaziam
Se enches de toda razão
Perdes a sutil intuição
Se enches de muito poder
Perdes a força de vontade
Se segues meu conselho
Verás com teus próprios sentidos ocultos que és também filho(a)-senhor (a) da verdade
E que o Amor é o refrão oculto criador desses versos
Amor, Amor, Amor...Rei Senhor Criador de todo Universo
Bernardo Melgaço da Silva - 1988

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