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sábado, 24 de outubro de 2009

Notícias do Cariri

Padre Cícero é matéria de capa da revista Aventuras na História
A edição de novembro da revista Aventuras na História, da editora Abril, tem como matéria de capa a reportagem do jornalista Lira Neto. O título é 'Absolvição de Padre Cícero' e trata sobre o processo em tramitação na Santa Sé.
Trabalhadores informais de Barbalha recebem capacitação
Cabeleireiros, manicures, camelôs, ambulantes, costureiros e sapateiros serão focalizados pela palestra "Empreendedorismo individual" que iniciou na última quarta (21). A idéia é que esses trabalhadores aprendam a lucrar através do planejamento e investimento.
As aulas acontecem no plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Barbalha a partir das 19 horas.
Juazeiro faz preparativos para romaria de finados
Do dia 29 de outubro a 2 de novembro acontecerá na terra de padre Cícero mais uma romaria. A peregrinação de finados terá o tema: Padre Cícero e São Francisco, Caminhos de paz e justiça para Cristo. A programação inclui além das missas e confissões, procissões diárias que sairão da capela do Socorro em direção à Basílica.No dia 1° de novembro Juazeiro homenageia os peregrinos. No dia consagrado ao romeiro haverá um show artístico na praça dos romeiros.
Encontro consolida a música independente no Cariri
Nesse sábado (24) acontecerá mais uma reunião do Núcleo de Música da Rede Independente de Cultura Cariri. O evento é uma organização do CUCA Cariri e a banda Sol Na Macambira. Onde: Lar assistencial Francisco de Assis- LAFA, Rua Abel Sobreira (próx. a Gigi) , bairro Pirajá, Juazeiro do Norte-CE.
Quando: Dia 24 de outubro, a partir das 16h
Mais informações: (88)8821-2644 e (88)88048881 ou casadamacambira@hotmail.com.

Fonte: Jornal do Cariri


Oito cidades do Ceará terão mais recursos do FPM em 2010


foto: João Paulo Maropo

Oito municípios do Ceará devem receber mais repasses do Governo Federal ano que vem. Com o aumento da estimativa de população em 2009, Aquiraz, Camocim, Capistrano, Guaiúba, Mauriti, Nova Olinda, Pacatuba e Trairi vão ganhar quase R$ 2 milhões a mais em 2010, dinheiro garantido pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que está diretamente ligado com o número de habitantes de cada cidade. Lavras da Mangabeira foi o único no Estado a perder recursos do FPM com a diminuição da estimativa da população de 2008 para 2009.

Além dele, 13 municípios cearenses tiveram queda no número de habitantes, conforme a pesquisa realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente a 2009. Mas só Lavras da Mangabeira pode perder recursos do FPM. “A Prefeitura já foi avisada. O município está na fronteira das cotas do FPM”, afirma Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A cidade pode perder parte dos recursos por causa de 41 habitantes a menos.

Isso porque, em 2008, a população era de 30.612, o que deixava o município dentro do coeficiente 1,6 (de 30.565 a 37.356 habitantes). Já em 2009, o IBGE estimou 30.524 pessoas, fazendo com que Lavras da Mangabeira caísse para o coeficiente 1,4 (de 23.773 a 30.564 habitantes). O FPM é composto de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A distribuição dos recursos aos municípios é feita de acordo com o número de habitantes.

A partir dos dados do IBGE, são fixadas faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. O mínimo é de 0,6, para municípios com até 10.188 habitantes, e o máximo é 4,0, para aqueles acima de 156 mil. O município de Camocim, por exemplo, passou do coeficiente 2,2 para o 2,4. Um aumento de 149 habitantes garantiu cerca de R$ 2 milhões a mais ano que vem. “Faz diferença. É uma possibilidade de investimento. Queremos aplicar na educação”, afirma Ricardo Ferro, secretário da gestão administrativa de Camocim.

Do outro lado do ranking, a população que mais diminuiu foi a de Guaramiranga, uma queda de 3,71%. De acordo com o prefeito Luis Viana, o problema é geográfico. “Temos algumas localidades na zona rural que são consideradas do município de Mulungu, pelo IBGE, mas são nossas. Já pedimos a recontagem”. A cidade não chegou a perder recursos do FPM, mas, segundo ele, perdeu uma campanha de vacinação de idosos por causa da redução este ano. “E corremos o risco de perder uma equipe do PSF (Programa Saúde da Família). Hoje temos três”.
Fonte: Jornal O Povo (via Jornal do Cariri)

Instituto Cultural do Cariri–ICC
Fundado em 4 de outubro de 1953
Convite


A Diretoria do Instituto Cultural do Cariri–ICC convida V.Sa. e família para a Sessão Solene de posse de Lúcio Gonçalo de Alcântara na Cadeira nº. 29, Secção de Ciências, que tem como Patrono José Waldemar Alcântara e Silva.

Atenciosamente
Manoel Patrício de Aquino - Presidente
Raimundo de Oliveira Borges - Presidente do Conselho Superior



Data: 24 de outubro de 2009
Hora: 19h30minh
Local: Sede do Instituto Cultural do Cariri
Praça Filemon Teles nº. 1 – Centro – Crato
(em frente ao Parque de Exposição)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

145 anos de Ibiapina nas terras caririenses



Este mês de  outubro marca os 145 anos de início da ação missionária do Padre Mestre Ibiapina em terras caririenses. Uma data que, até o momento, passou despercebida. Infelizmente, não costumamos cultivar nossa memória. Padre Ibiapina com certeza foi o maior cearense do século XIX. Numa época em que a Igreja vivia atrelada ao estado e o clero vivia longe do povo, Padre Ibiapina rompeu com esse modelo e, conforme escreve José Comblim, ele rompeu “radicalmente com essa estrutura eclesiástica. Na idade em que muitos sacerdotes já pensam no seu estabelecimento definitivo, numa função sedentária que lhe permita economizar as energias declinantes, Ibiapina escolhe a vida itinerante no interior. No momento em que o Brasil oficial se concentra ao redor de uma vida urbana nascente, Ibiapina escolhe o Brasil ainda não formado e vai para um interior ainda totalmente desorganizado”(Ibiapina, o Missionário. In: Georgette Desrochers & Eduardo Hoornaert. Padre Ibiapina e a Igreja dos pobres. São Paulo: Paulinas, 1984).

Padre Ibiapina: um resumo biográfico

José Antônio Pereira Ibiapina nasceu a 5 de Agosto de 1806, na Vila de Sobral, no norte da Província do Ceará. Era o terceiro filho(de um total de oito) do casal Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus. Em 1816 sua família se transfere para a vila de Icó, a mais povoada da Província do Ceará, naquela época. Nesse mesmo ano Ibiapina é matriculado na Escola do Prof. José Felipe. Nessa vila seu pai, Francisco Miguel Pereira trabalhou com tabelião público, sendo convidado, em 1919 para ocupar o cargo na recém criada Comarca do Crato, pelo seu primeiro Ouvidor, José Raimundo do Paço de Pórbem Barbosa. Em Crato, Ibiapina teve aulas com o José Manuel Felipe Gonçalves. No entanto, diante das agitações políticas pós Revolução Pernambucana de 1817, que teve na vila de Crato um de seus pilares no Ceará, o pai de Ibiapina, em 1820, resolve enviar o filho para recém criada vila de Jardim para que o mesmo estudasse com o latinista Joaquim Teotônio Sobreira de Melo. Em 1823 seu mestre o enviou de volta a Crato, recomendando que o mesmo estava apto a ingressar nos estudos do Seminário de Olinda. Nesse mesmo ano toda a família se transfere para Fortaleza. O Ano de 1823 é marcado ainda pelo falecimento de sua mãe e pelo seu ingresso no Seminário de Olinda, onde permaneceu por um curto período (10/11 a 15/12).

Em Fortaleza seu pai e seu irmão mais velho, Alexandre Raimundo Pereira Ibiapina, se envolveram no movimento republicano Confederação do Equador. O pai foi fuzilado, em 1825, e o irmão preso em Fernando de Noronha, onde morreu pouco tempo depois. Ibiapina, que voltara ao Ceará no inicio de 1824, a chamado o pai, teve que assumir e manter financeiramente a família. Segundo o estudioso e bibliógrafo Padre Francisco Sadoc de Araújo, foi nessa época que foi acrescentado ao seu nome de batismo o sobrenome Ibiapina, uma homenagem do seu pai à povoação de São Pedro de Ibiapina, na Serra da Ibiapaba (como também fizeram outros confederados para homenagear topônimos regionais).

Em 1828, Ibiapina retorna ao Seminário de Olinda para continuar os estudos. No entanto, ele permanece apenas 6 meses, de 03/02/1828 a 05/08/1828. Após o seminário, Ibiapina ingressou no Curso de Direito do Recife, concluindo o mesmo em 1832. No ano seguinte, Ibiapina exerceu o cargo de professor substituto de Direito Natural na Faculdade de Olinda, foi eleito Deputado Geral para a legislatura de 1834 a 1837 e nomeado, em dezembro, Juiz de Direito da Comarca de Campo Maior (Quixeramobim) do Ceará. Assumiu efetivamente esse cargo durante o período do final de 1834/início de 1835.

Concluídos os trabalhos legislativos, em 1837, Ibiapina voltou para o Recife e resolve exercer a advocacia. No entanto, ele passa a exercer efetivamente a profissão na Paraíba, nos anos de 1838 e 1839. Em 1840 volta ao Recife e continua a exercer a advocacia. A partir de 1850, no entanto, após dez anos atuando como advogado, Ibiapina resolve abandonar seus trabalhos forenses e inicia um período dedicado à meditação e exercícios de piedade. Esse retiro espiritual durou três anos.

Ordenação Sacerdotal e Ação Missionária

Após três anos de meditação e reflexão Ibiapina decide-se pelo sacerdócio. Nesse sentido, em 12 de julho de 1853, aos 47 anos de idade, ele solicita ao Bispo de Pernambuco, Dom João da Purificação Marques Perdigão, permissão para ordenar-se padre, sem, no entanto se submeter aos exames. A princípio o bispo não aceita. Porém, com a intermediação de amigos, Ibiapina consegue a permissão, sendo ordenado em 26 de julho de 1853.

Logo após sua ordenação, o Bispo Dom João da Purificação o nomeia Vigário Geral e Provedor do Bispado, e professor de Eloqüência do Seminário de Olinda. Segundo Eduardo Diatahy B. de Menezes “tais cargos e honrarias não seduziam Ibiapina, que logo renuncia a eles para dedicar-se ao seu projeto missionário de viajar, doutrinar, educar e construir algo concreto para as populações abandonadas dos sertões nordestinos.” (Pe. Ibiapina: Figura Matricial do Catolicismo Sertanejo no Nordeste do Século XIX, Revista do Instituto do Ceará, 1998). Em 8 de dezembro de 1855, quando já tinha tomado a decisão de ser missionário, por ocasião da celebração do primeiro aniversário do dogma da Imaculada Conceição, Padre Ibiapina alterou o seu nome civil, trocando o sobrenome Pereira pelo de Maria, passando a ser chamado de Padre Antônio José de Maria Ibiapina. Com esse ato ele consagrava toda sua vida a Maria Santíssima e ao seu filho, Jesus Cristo.

Padre Ibiapina começou então seu trabalho missionário pelo interior do Nordeste. Entre os anos de 1856 até sua morte, em 13 de fevereiro de 1883, ele peregrinou por cinco Províncias (Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba). Em cada lugar ele pregava, orientava, promovia reconciliações, construía açudes, igrejas, cemitérios, cacimbas, dentre outras tantas obras, conforme as necessidades de cada lugar. Em diversas vilas construiu as famosas Casas de Caridade, destinadas a receber moças pobres. Nessas Casas as moças eram educadas para a fé, para o exercício dos trabalhos domésticos e para o casamento. No Ceará ele missionou no período de 1862 a 1870. Primeiro na região norte, na vila de Sobral e adjacências. Depois no Cariri, sul da Província.

No Cariri, o Padre Ibiapina esteve em três momentos. O primeiro teve inicio em 14 de outubro de 1864, na vila de Missão Velha, estendendo-se até o inicio de fevereiro do ano seguinte. Durante esse período ele visitou, alem de Missão Velha, a vila de Barbalha e a o povoado de Conceição do Cariri(atual Porteiras). Como principal obra dessa primeira visita ao Cariri, Padre Ibiapina inaugurou em 02 de fevereiro de 1865 a Casa de Caridade na região da vila de Missão Velha. Desse ato participou o jovem Cícero Romão Baptista, à época com vinte anos de idade, que segundo os mais diversos estudiosos foi fortemente influenciado pela pregação do Padre Ibiapina e pelo seu exemplo de serviço ao povo pobre e humilde.

A segunda visita ao Cariri ocorreu no período de maio de 1868 a agosto de 1869, passando, portando mais de um ano na região. Nessa etapa, ele visitou Missão Velha, Barbalha, Caldas(vila de Barbalha), Crato, Goianinha(atual distrito de Jamacaru), Jardim, Porteiras, Milagres, Brejo Santo e Vila de São Pedro(atual Abaiara). Principais ações: construção de capelas, recuperação de igrejas e três Casas da Caridade(Crato, Milagres e Barbalha).

A terceira e última visita ao Cariri ocorreu no período de 9 de fevereiro de 1870 a 25 de abril do mesmo ano. Esteve visitando as Casas de Caridade implantadas na região(Missão Velha, Crato, Barbalha e Milagres). Depois dessa data, o Padre Ibiapina não missionou mais no Ceará. O padre peregrino continuou seu trabalho missionário até 1876, quando acometido de doença, ficou paralitico, não podendo se locomover sozinho. Passa então a residir na Casa de Caridade de Santa Fé, na Paraíba. Nessa Casa ele viveu sete anos, participando ativamente da vida da comunidade. Faleceu no dia 19 de fevereiro de 1883.

Atualmente, encontra-se na Congregação das Causas dos Santos seu processo de canonização. Ele já é oficialmente reconhecido como Servo de Deus, após o documento ´Nihil Obstat´ da Santa Sé, emitido a 18 d e fevereiro de 1992. No último dia 17 de setembro, por ocasião da visita ad limina os 22 bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), tendo à frente o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, solicitaram celeridade no processo de canonização do Apóstolo do Nordeste.

Referência Bibliográfica: Além das referências citadas no corpo do texto, pesquisei essas informações no trabalho do Pe. Francisco Sadoc de Araújo. Pe. Ibiapina: Peregrino da Caridade. Fortaleza: Gráfica da Tribuna do Ceará, 1995.

Autor: Océlio Teixeira de Souza

As histórias dos outros IV: O feitiço contra o feiticeiro – por Carlos Eduardo Esmeraldo

O menino Tomé morava com os pais e sete irmãos no Sítio Riachão em Milagres, na parte oriental do Cariri cearense. Em fins de 1912, a família resolveu mudar-se para o Crato, passando a residir no início da atual Rua Senador Pompeu, que na época denominava-se mui apropriadamente de “Fundo da Maca.” Por trás da casa se estendia imenso matagal no qual a criançada pegava passarinhos com arapucas.

Com a morte da mãe, uma tia de Tomé, de nome Inês, que todos chamavam tia Badêz, passou a cuidar com muito rigor da educação da criançada. Todos lhe devotavam profundo respeito. E ela correspondia orientando os sobrinhos da melhor forma possível, não dispensando a correção de nenhuma pequena traquinagem.

Por essa época, uma das irmãzinhas de Tomé tinha o péssimo hábito de chupar o dedinho polegar. Num dia de domingo, após o almoço, a menina dormia numa rede armada na sala de visita com a mão direita estendida por fora da rede. Todos pareciam dormir naquele inicio de tarde quente de verão. Tomé era o único ser movente naquela casa, tamanho era o silêncio que reinava. Ao ver a irmãzinha sem o dedo na boca, brotou-lhe do cérebro uma terrível idéia, logo colocada em prática.
Tomé dirigiu-se, então, ao quintal da casa, onde vicejava um robusto pé de pimenta malagueta, com bastante carrego. Colheu um punhado de pimenta vermelhinhas de tão maduras, previamente esmagado entre suas mãos e esfregou no dedinho da irmã. Feito isso, ganhou o bredo, somente retornando, ao ouvir o choro da criança.

A tia Badez reuniu os irmãos defronte para ela e perguntou a cada um: “Foi você?” “Não,” respondiam os meninos olhando nos olhos da tia. Quando chegou a vez de Tomé, ela perguntou: “Só resta você. Responda: foi você que passou pimenta no dedo da menina?” “Não!” Respondeu Tomé, sem coragem de encarar a tia. Como resposta a sua negativa, Tomé foi agraciado com umas merecidas chineladas no traseiro, e a voz da tia: “Você não respondeu me olhando nos olhos! E era o único ausente de casa quando a menina acordou chorando. Está mentindo!” Estava, mas insistiu na mentira. “Não, não estou mentindo!” Disse-lhe Tomé esfregando os olhos com os dedos das mãos. Estes, impregnados de pimenta denunciaram a peraltice, pois Tomé com os olhos ardendo recobrou o choro com maior intensidade e as palmadas se repetiram também com maior vigor. Castigo dobrado, ou multiplicado, porque se esquecera de lavar as mãos, como narrou ele anos depois.

Tomé cresceu, foi exemplar funcionário do Banco do Brasil e depois de aposentado transformou-se no talentoso escritor Tomé Cabral. Escreveu os deliciosos livros: "Patuá de Recordações", cujo prefácio é da escritora Rachel de Queiroz; "A Europa é bem ali" e o "Dicionário de Termos e Expressões Populares". Vale a pena lê-lo!

Adaptado por Carlos Eduardo Esmeraldo de “Patuá de Recordações” (Memórias de Tomé Cabral) pág. 150, capítulo: “E o feitiço virou mesmo contra o feiticeiro.” Edição do Autor: Campinas – SP: 1978

RESTOS DE ONTEM - Por Emerson Monteiro

Um grande grupo de artistas invocou nesta quinta-feira a Lei de Liberdade de Informação para exigir do governo norte-americano que revele o nome das gravações que foram utilizadas durante os interrogatórios de suspeitos de terrorismo na prisão de Guantánamo ou em alguma das prisões secretas que a CIA espalhou pelo mundo durante o mandato de George W. Bush. James Taylor, Christina Aguilera, Britney Spears, Neil Diamond, AC/DC, Red Hot Chili Peppers e muitos outros lançaram um protesto contra o uso da música em torturas. (El País, 23/10/09).

Essa coisa de escrever impacta semelhante a vícios, mania dos dependentes compulsivos. No ar, um chamado qual das vezes em que chega o desejo de comer um doce de leite caseiro, uma goiabada, pensando no prazer do copo d’ água a lhe sequenciar. Ou mesmo de uma fruta tirada do pé, uma manga jasmim, um caju, cedo, de madrugada. E nisso o ímpeto de transmitir palavras impacientes, às vezes desobedientes, ânsia de lançar esporos ao vento das moções saboreadas e suaves.
Quase um "release" da função da psiquiatria, na vida de quem a pratica como instrumento de libertação, há que se conhecer de tudo, ou fazer espécie de esforço continuado de virar folhas secas das estradas e olhar o que se esconde embaixo, na busca constante dos "porquês" infinitos; há que se...
Nada vejo de oposto ao gesto puro e simples de virar essas páginas dos livros da vida, da história, no dia, a cada novo tempo. A propensão incontrolável de conhecer e apreciar o âmbito multiforme dos caminhos, nessa jornada em linha reta do berço ao túmulo, tantas vezes percorrida quantas necessárias, a formular os conceitos definidos da real libertação aos padrões além da dimensão gelada dos passos conhecidos.
Saber, saber e saber mais um pouco, até entornar o copo da seiva vital dos conexos... A revelação de todos os diademas do mistério e suas esferas longitudinais, ficcionais, imaginárias... Esgotar o possível nas malhas do indizível.
Saber jamais ofenderá. E saber de si próprio, nos divãs ou nos estádios, ou mesas de bar, cheiro a flores metálicas, trilha luminosa das matas do Inconsciente em chamas. O perfume apaixonado da mulher amada e seu hálito silvestre, permissivo, fagueiro..
Existe mais coisa que só se saberá no contato do diálogo. O atrito das humanas relações fala do silêncio que pode sorrir em gesto de matéria prima do definitivo querer. Quer-se, no entanto, extremar quando impõe nas costas de dois ou três pensadores o peso das respostas às perguntas que insistem rasgar a cada momento o tempo e a máscara da dor de toda gente, perante as interrogatórios da vida, nas paixões, nos desenlaces, tragédias, dramas, religiões, hecatombes, transmissões de pensamento, esculturas abandonadas nos campos destruídos pelas guerras sucessivas dessa velha humanidade de boca machucada aos urros da tortura e impulsos de vítimas e convulsões.
O mistério dorme nas teias da noite longa, em forma de espectros e monstros agressivos, nos frutos azedos da aventura inacabada. Caberão sempre outros dramas, no palco sumeriano, remelento, do paleolítico atualizado nas resenhas de hoje. Poucos desvelam suas mesmas faces das próprias limitações, contudo serão esses tais que romperão os laços derradeiros da Eternidade, nas luzes da alvorada festiva do depois.
Quero crer aqui vislumbrarmos as disciplinas válidas de quem pode nutrir de calma o ouvir das estrelas e seus representantes, até quando pacificarem o entendimento das luzes na ciência verdadeira.

Finalistas da 2ª Eliminatória do Festival Cariri da Canção 2009



1.Retalhos (Luiz Carlos Salatiel e José Flávio Vieira)
Crato - Ceará

2. Força, Facão e Fé (Ciço Lifrath)
Lavras da Mangabeira - Ceará

3. Contos de um Lugar (Fernando Rosa)
Fortaleza - Ceará

4. Regaço (Simone Sousa e Daniel Escudeiro)
Fortaleza - Ceará

Cantiga Para não Morrer



Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.

Moça de sonho e de neve,
me leve no esquecimento,
me leve.

(Ferreira Gular)

José Flávio Vieira no Programa Cariri Encantado de hoje


O poeta, escritor e dramaturgo José Flávio Vieira será o convidado do Programa Cariri Encantado desta sexta-feira.

Zé Flávio, como é mais conhecido no meio artístico e cultural da região, participou como letrista dos festivais da canção que aconteceram no Crato durante toda a década de 1970. Nos últimos anos vem se dedicando à literatura, tanto como cronista como dramaturgo. Publicou o livro de crônicas Matorzinho Vai a Guerra, onde narra com muito humor o cotidiano, repleto de realismo fantástico, de um fictício lugarejo, sob a ótica dos seus moradores que, não por acaso, lembram os tipos populares do Crato. Autor da peça de teatro Zé de Matos Contra o Bicho Babau nas Ruas do Crato, que foi montada e apresentada ao público de várias cidades do Ceará mediante prêmio conquistado junto à Secretaria de Cultura do Estado. O texto de Zé de Matos(...) também foi publicado na forma de livro.

Zé Flávio é colaborador de vários blogues da região, como o Cariricult e o Blog do Crato, e mantém o blog Simbora Pra Matorzinho, onde dar continuidade à cômica e às vezes trágica saga dos moradores daquele “locus imaginarius”.

Zé Flávio é ainda um dos grandes incentivadores da produção cultural alternativa do Cariri cearense. Recentemente produziu e lançou o disco Bárbara, de Abidoral Jamacaru, e desenvolve o projeto de gravação de um disco infantil com músicas que retratam alguns tipos populares do Crato. As músicas foram compostas em parceria com artistas locais e são por eles interpretados.

O programa Cariri Encantado vai ao ar todas as sextas-feiras, das 14 as 15 horas, na Rádio Educadora do Cariri AM 1020. Apoio: Centro Cultural BNB Cariri. Apresentação de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias.

Prossegue hoje o Festival Cariri da Canção


Local: Centro Cultural do Araripe
Horário: a partir das 19:30 Horas
Acesso livre


Músicas que participarão da 3ª eliminatória

1. Soldadinho do Araripe
Autor: Rainerio Ramalho
Intérprete: Grupo Os Peleja
Local: Barbalha/CE

2. Sempre o Melhor
Autor: Vinícius Bitencourt
Intérprete: Vinícius Bitencourt
Local: Fortaleza/CE

3. Vou Tirar Você do Pensamento
Autor: Magaivel Pedro / Samuel Pereira
Intérprete: Alberto Kelly Franca
Local: Crato/CE

4. A Dama e o Verso
Autor: Luciana Dantas / Karine Cunha
Intérprete: Fatinha Gomes
Local: Juazeiro do Norte/CE


5. Falsa Memória
Autor: Márcio Holanda / Cláudio Mendes
Intérprete: Cláudio Mendes
Local: Fortaleza/CE

6. Imaginei
Autor: Álvaro Holanda
Intérprete: Álvaro Holanda
Local: Crato/CE

7. Até Você Chegar
Autor: Nando Nuque
Intérprete: Nando Nuque
Local: Juazeiro do Norte/CE

8. Nucença das Águas Cantantes
Autor: Sanderley Coelho
Intérprete: Sanderley Coelho
Local: Barro/CE

9. Raiz e Cais
Autor: Lucíola Feijó
Intérprete: Lucíola Feijó
Local: Fortaleza/CE

Juazeiro do Norte: Fundação e Romaria, por Luiz Domingos de Luna



Correu o boato primeiro
No Vilarejo ignorado
No Cariri instalado
Do Ceará, o Juazeiro:
Um padre piedoso,
Acolhedor de peregrino,
No sertão nordestino,
De coração bondoso,
Instrutor do povo,
Desprovido e miserável.

A seca da terra arável,
O arado para o novo
De pedintes, aos sertanejos.

De penitentes à instrução,
Do trabalho a oração,
A sábia pregação,
No púlpito, chegou primeiro.

Assim nasce juazeiro
Do sertanejo, - A missão.

Qual era o penitente
Que não encontrava conforto
Na casinha lá do horto?
O patriarca presente,
As minas do Coxá
Para a futura messe,
A base que engrandece
A sua missão popular,
A Santa Cruz presente
No cruzeiro itinerante.

Não tem povo ignorante
Quando se planta a semente
Qual o raiar sem hino
Da harmonia ritmada.

Do Araripe - a chapada
De um povo peregrino,
O Sonho de Canaã
Jorrando leite e Mel
Nem a princesa Isabel,
Conseguiu àquela manhã.
Cícero Romão Batista instalou
Uma nova realidade,
Juazeiro uma cidade
Que com o povo criou
Nasceu da fé popular,
No nordeste ganhou vida,
Do sertanejo a acolhida.

O Rezador estava lá,
A Ordem Organizada,
A Cruz que simbolizou
O patriarca aceitou
Esta grande empreitada.

Adjetivo se coloca,
Mas não se sabe a bonança.
Um povo com esperança.
Quando a cruz se desloca,
O cruzeiro vai à frente
Abrindo um novo destino
Do santo nordestino
Popular – Orador, Consciente.

Renovações cantadas,
Romarias em direção
Do sertanejo ao sertão.
Juazeiro – Em baladas
Cantai no alto da noite
O hino da Ladainha
Ao caminho, logo vinha.
Em busca de Juazeiro.

Luiz Domingos de Luna: Professor da Escola de Ensino fundamental e médio monsenhor Vicente Bezerra Aurora - Ceará.

Pensamento para o Dia 23/10/2009


“Deus decidirá o que dar, quando dar e onde dar. Portanto, todas as ações deveriam ser dedicadas a Deus e Ele decidirá o que o devoto está apto a receber. Quando tudo é entregue a Deus, com puro amor e fé absoluta, Ele tomará conta do devoto. As pessoas atualmente perderam essa fé firme. No caminho da devoção, muitas provações precisam ser superadas. No passado, grandes devotos enfrentaram tais provações com fé e coragem. Finalmente, eles asseguraram a graça Divina e experimentaram a bem-aventurança. Para alcançar tudo na vida, duas coisas são essenciais: fé firme e amor puro.”
Sathya Sai Baba


“Quando o interior do homem é preenchido com amor, sua vida torna-se plena de bem-aventurança e ele está sempre sadio e sincero. Atualmente, o homem sofre de numerosos males, cuja causa fundamental é uma mente doente. Não há morte para a mente, embora, quando o corpo enfrenta a morte, a mente pense que está morrendo. É dito que a mente é a causa da escravidão ou da libertação. Maus pensamentos causam escravidão; bons pensamentos levam à libertação. Portanto, todos deveriam desenvolver bons pensamentos e realizar boas ações. Tais bons sentimentos podem nascer somente do amor.”
Sathya Sai Baba

Padre Cícero é tema do Festival do Minuto

Festival do Minuto realiza ação em Juazeiro do Norte, no Cariri, região sul do Ceará; premiações serão dadas aos vídeos participantes do evento em novembro

O Festival do Minuto realiza uma ação no próximo dia 2 de novembro, em Juazeiro do Norte, no Cariri, região sul do Ceará. O feriado de finados é o dia da Procissão de Padre Cícero - tema para a criação dos vídeo-minutos. As inscrições estão abertas até 30 de novembro para participantes de todo o Brasil.

Os vídeos sobre o Padre Cícero devem ser enviados para o site do Festival (www.festivaldominuto.com.br ), que apresentará os ganhadores ao final do concurso. Serão três prêmios de R$ 1.000,00 cada, sendo um deles destinado a quem realizar um vídeo durante a romaria, no dia 2 de novembro. A ação é patrocinada pelo Banco do Nordeste (BNB).

O Padre Cícero é considerado o Cearense do Século. Durante uma missa celebrada por ele em 1889, em Juazeiro do Norte, ocorreu o primeiro de uma série de milagres que o tornaram lendário: uma hóstia ministrada pelo sacerdote a uma beata transformou-se em sangue na boca da religiosa. Tal fenômeno se repetiu diversas vezes durante cerca de dois anos. Rapidamente espalhou-se a notícia de que acontecera um milagre.

A partir daí, o mito do Padre Cícero passou a ter fortíssima influência social e religiosa em todo o Estado do Ceará, e Juazeiro do Norte tornou-se uma cidade-santuário e um dos maiores centros de romarias e religiosidade popular do Brasil. É lá que está sepultado o famoso Padim Ciço, maior benfeitor da cidade e santo popular.
Sobre o Festival do Minuto
O Festival do Minuto foi criado no Brasil, em 1991. É, hoje, o maior festival de vídeo da América Latina, tendo inspirado festivais semelhantes em mais de 40 países. Desde 2007, o Festival do Minuto brasileiro tornou-se permanente e online: passou a receber e exibir vídeos diretamente pela Internet, no www.festivaldominuto.com.br .

Enviado por Luciano Sá (assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Perdão – Por Magali de Figueiredo Esmeraldo.

Quem pratica o perdão tem mais condições de alcançar a paz e a felicidade. As pessoas não são perfeitas e se não soubermos aceitá-las com seus defeitos, não praticaremos o perdão e não aliviaremos o nosso coração do peso da mágoa. O coração de quem perdoa se torna mais leve. No Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus, 18, 21-35, quando Pedro pergunta a Jesus se devemos perdoar nosso irmão, até sete vezes, Jesus responde: “não lhe digo até sete vezes, mas até setenta e sete vezes sete.” O número sete na Bíblia significa a plenitude. Portanto, devemos perdoar infinitas vezes.

Depois que respondeu a Pedro, Jesus narrou uma parábola comparando o Reino do Céu com um rei que resolveu acertar a conta com seus empregados. Jesus contou que um servo devia uma quantia de dez mil talentos ao seu rei e não tinha condição de pagar a dívida. Era uma quantia muito grande, pois cada talento equivalia a 34 kg de ouro. O empregado pediu um prazo e implorou compaixão. O rei perdoou sua enorme dívida. Mas esse servo saiu e encontrou um dos seus companheiros que lhe devia uma pequena quantia e exigiu o pagamento, agarrando-o pelo pescoço. Mesmo que o companheiro de servidão lhe implorasse por compaixão, ele o entregou à prisão. O rei sabendo dos atos desse servo zangou-se, pois ele não teve a mesma compaixão com o seu companheiro. Por isso mandou entregá-lo aos torturadores, até que ele pagasse a dívida.

Não podemos comparar as ofensas que cometemos contra Deus àquelas que os outros cometem contra nós. Jesus observou que como o servo que não tinha misericórdia, o Pai não perdoará nossas faltas se não perdoarmos nosso próximo.

Sabemos que o ódio somente prejudica a pessoa que não sabe perdoar. O perdão é também a outra face do amor e o mundo seria muito melhor se todos nós soubéssemos praticar o amor e perdoássemos nosso irmão infinitas vezes.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

AS ÁRVORES - Por Emerson Monteiro

Limpam o ar.
Sombreiam o dia.
Frutificam.
Alimentam.
Fornecem madeira.
Medicamentos.
Alimentam os animais.
Controlam as águas das chuvas.
Amenizam a temperatura.
Verde é a cor da saúde.
Diminuem a radiação do Sol.
Reúnem os pássaros.
Seres vivos.
Sentem.
Floram.
Falam com o vento.
Falam com a gente.
Arvorejam os dias...
Assim,
Não devorem as árvores,
Meus irmãos!

Juazeirese Tiago Callou é selecionado para o II Concurso Nacional para Jovens Músicos


A Comissão Organizadora do II Concurso Jovens Músicos - Música no Museu tornou pública a lista dos candidatos selecionados para a etapa semifinal. Foram aprovados 21 instrumentistas, número expressivo que é indicativo do alto nível dos candidatos inscritos. O candidato Tiago Callou de Figueiredo, filho de Déborah Callou e Ricardo Figueiredo, foi o único nordestino selecionado para este concurso nacional.

Tiago é aluno de música do Curso de Bacharelado em Piano, na Universidade Estadual do Ceará. Membro da Orquestra de sopro da UECE e é membro da Associação dos Pianistas do Ceará e é o acompanhante da Camerata de Musica Contemporânea da UECE .

O II Concurso Jovens Músicos - Música no Museu é uma iniciativa que tem por objetivo incentivar e promover oportunidades para estes promissores músicos, um verdadeiro investimento cujo resultado poderá ser a revelação de novos talentos. E continuamos com bons apoios, assegurando-se uma bolsa de estudos em uma centenária universidade americana, a JAMES MADISON UNIVERSITY, o que dá ao concurso uma dimensão internacional. Em 2008 o Premio Especial foi uma Bolsa de Mestrado da James Madison University no valor de U$ 93 Mil foi concedido a Ednaldo Camelo Borba Junior, 22 Anos, do Rio de Janeiro - Bacharel em Piano pela Escola de Música da UFRJ. Neste concurso de 2009, o mesmo prêmio especial será novamente concedido.

Os selecionados são jovens instrumentistas para violão(3), viola(1), violoncelo(2), contrabaixo(2), piano(9), flauta(1), clarinete(1), saxofone(1) e tuba(1).

Por estado, foram selecionados os seguintes números de candidatos: São Paulo (8); Rio de Janeiro (4); Minas Gerais (3); Espírito Santo (2); Pará (1); Ceará (1); Paraná (1) e Distrito Federal (1).

As provas semifinais serão realizadas em novembro de 2009. A competição terá seqüência nos dias 28 e 29 no Rio de Janeiro. A final será na Sala Cecília Meireles em data a ser comunicada.
Participaram da primeira seleção (semi-final) a seguinte Comissão Julgadora: Sérgio da Costa e Silva (Presidente e Diretor de Música no Museu); Israel Menezes (Regente titular da Orquestra Rio Camerata, regente convidado de orquestras no Brasil e em vários países); Kristina Augustin (Coordenadora do Centro de Estudo e Iniciação Musical da UFF e diretora do Quadro Antiquo); Maria Célia Machado (Harpista, mestre em Educação pela UFRJ, integra o Trio d’Ambrosio e a Orquestra Brasileira de Harpas); Maria Helena Andrade (Pianista, mestra em música pela UFRJ, professora dos Seminários de Música Pro Arte); Miriam Grosman (Pianista, professora e coordenadora dos cursos de extensão da Escola de Música da UFRJ) e Paulo Pedrassoli (Violonista, professor da Escola de Música da UFRJ, diretor da Camerata de Violões do Conservatório Brasileiro de Música).

Na lista, os nomes aparecem em ordem alfabética, e não em ordem de classificação.
• VIOLÃO: Diogo Vitor de Souza Oliveira (22 anos - São José dos Campos – SP); Franciel Monteiro (25 anos - São Paulo – SP); Renan Colombo Simões (21 anos - Vitória – ES)
• VIOLA: Jessé Máximo Pereira (23 anos - Duque de Caxias – RJ);
• VIOLONCELO: Lucas Martins de Barros Santos (13 anos - Belo Horizonte – MG); Rogério Shieh Barbosa (18 anos - São Paulo – SP)
• CONTRABAIXO: Caio Mesquita Xavier de Almeida (17 anos - Rio de Janeiro – RJ);
Natalia Cristina Pinheiro (25 anos - Vitória – ES)
• PIANO: André Pédico (26 anos, São Paulo – SP); André Signorelli (26 anos, Rio de Janeiro – RJ); Gabriel Madeira Casara (25 anos, Belo Horizonte – MG); Gian Matheus
(22 anos, Bragança Paulista – SP); Keli Chin (25 anos, Curitiba – PR); Lucas Thomazinho (14 anos, São Paulo – SP); Mariana Rodrigues (21 anos, Tatuí – SP); Patrik Marques (16 anos, Belém – PA); Tiago Callou de Figueiredo (23 anos – Juazeiro do Norte – CE)
• FLAUTA: Rafael Ribeiro Ferreira (21 anos - Belo Horizonte – MG);
• CLARINETA: Márcio Miguel Costa (26 anos - Rio de Janeiro – RJ);
• SAXOFONE: Carlos Augusto Gontijo dos Santos (28 anos - Brasília – DF);
• TUBA: Albert Savino Khattar (27 anos - São Paulo – SP).

Enviado por Renato Casimiro

Saudade da fonte luminosa - por Pedro Esmeraldo


Quando pequeno, não me lembro bem do ocorrido, argioso para conhecer a fonte luminosa, meu pai mandou uma mulherzinha de sua confiança para mostrar-me essa fonte localizada na Praça Francisco Sá, Nesta cidade. Vislumbrava-me com o farfalhar das águas multicoloridas, causava-me admiração ao ouvir o barulho, imaginando como o homem tem o poder de fazer tanta beleza desta arte que a todos deixavam embevecidos ao ver o espetáculo candente da natureza. Ficava entusiasmado e não podia imaginar que o Crato de antigamente houvesse tanta beleza técnica que viesse enaltecer o cidadão comum, através de uma administração sóbria e dardejante, do prefeito Alexandre Arraes.

Era uma fonte moderna que jorrava água e fazia vibrações sonoras com seus movimentos muito rápidos que fremia a mente humana com o movimento periódico das águas.

Em uma hora, entusiasmado, ouvia um vozerio falante dizendo que aquela fonte era semelhante à fonte existente na Praça Paris, no Rio de Janeiro. Fiquei perplexo pois não compreendia o significado desta palavra, até quando, estava em meu estudo mais adiantado, fiquei sabendo que no Rio de Janeiro havia uma fonte luminosa semelhante a essa, pois serviu de modelo para conclusão deste melhoramento aqui da cidade do Crato.

Muito tempo depois, após a morte do prefeito Alexandre Arraes, "o grande prefeito de outrora", desprezaram essa fonte para a tristeza dos cratenses.

Não se sabe porque motivo essa fonte foi abandonada. Talvez, devido ao seu elevado custo, pois a prefeitura não podia continuar conservando esse património turístico do Crato.

Tempos depois, em plena comemoração do Centenário da Criação do Município do Crato, o ex-prefeito Pedro Felício construiu outra fonte, não tão bonita quanto a primeira, mas serviu para atenuar o desejo do povo, pois todos almejavam que esta cidade fosse contemplada com obras primas e que viessem vislumbrar o anseio deste povo.

Infelizmente, não teve sucesso causado talvez pelos mesmos motivos citados acima, já que os ônus da prefeitura são muito elevados e o município é pobre e não tem fontes próprias para adquirir recursos suficientes para a manutenção de monumentos turísticos que venham contornar o ânimo do povo. Por isso, o Crato vem sofrendo as agruras do péssimo atendimento das autoridades do estado, visto que tem o interior como um símbolo de atraso e que não merece nenhum investimento para melhorar a qualidade de vida e o aperfeiçoamento turístico do nordeste.

Neste caso, devia haver uma reação de toda população interiorana, mostrando que tudo é Brasil e merece melhores atenções do comando administrativo do Crato.

Texto de Pedro Esmeraldo

CONFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO CARIRI CENTRO-SUL



A Conferência Regional de Comunicação do Cariri e Centro-sul será realizada no dia 6 de novembro em Juazeiro do Norte. A mudança ocorre em virtude de o Governo Federal ter adiado a Conferência Nacional de 1º a 3 de dezembro para 14 a 17 daquele mês por incompatibilidade com a agenda do Presidente. A conferência estadual do Ceará foi adiada para os dias 20, 21 e 22 de novembro, em Fortaleza. A CONFECOM regional do Cariri contará com a participação de 42 municípios da região Centro-Sul e de toda a região do Cariri. Os organizadores estimam que 200 pessoas participem desta Conferência Regional, a maior das quatro regionais quanto ao número de municípios contemplados e a densidade demográfica. Esses municípios somados contam com 1 milhão, 225 mil e 532 habitantes, representando 16,49% da população do estado.

Informações pelo telefone: (88) 3566.1020

COMPOSITORES DO BRASIL



Por Zé Nilton

A música de Lupicinio Rodrigues é autobiográfica. Tudo o que disse em versos e que se encaixava com rara perfeição na música que compunha, ele viveu em carne viva, sem metáforas. Nasceu para música ao abraçar a boêmia; ou o contrário ? Com isto se expôs e se assumiu como um homem fadado a padecer do sentimento da traição, das relações doidas, da culpa, da dor de cotovelo. Quando não retratava os seus padeceres, retratava os dos amigos, vividos sempre nas mesas de bar. Inclusive foi proprietário de muitas casas noturnas na capital gaúcha. Criou vários mundos e por eles circulou com mansidão, cantando versos duros sobre dissabores da vida a dois, os sentimentos e os resssentimentos de muitos, provocados por dilaceradas paixões e por amores não correspondidos.

Diz-se que Lupicínio era uma voz mansa e delicada entoando músicas de fúrias incontidas. A explicação para isto está na suposição de que ele era dois, sempre foi dois, anjo e demônio. Sem a menor culpa, diferençava a boêmia e a vida caseira. De um lado várias mulheres, do outro apenas uma. A questão era não misturar as éticas.

De um lado mulheres más, de preferência. As boazinhas nunca lhe deram dinheiro, só as que o traíram, costumava dizer, pois eram as que viravam música. O outro lado: "As esposas devem se sentir felizes quando os maridos voltam de suas noitadas, porque a volta é a maior prova de amor que um homem pode dar".

Diz-se também que muitas pessoas cometeram suicídio ao ouvir a música “Vingança”, o clássico samba-canção que tem por tema “traição, vingança e culpa”, de sua autoria, que encontrou em Linda Batista sua primeira grande intérprete, tendo gravado a composição em 29 de maio de 1951

Lupicínio Rodrigues foi o mais lídimo representante do estílo dor de cotovelo. Foi sobretudo um boêmio profissional e, sem nenhuma máscara, mostrou para o mundo que a dor das suas letras, foi muitas vezes, a dor do compositor.

Na última grande entrevista que deu à imprensa, para O Pasquim, em 1973, perguntado sobre o que estava achando do panorama musical brasileiro, Lupicínio saiu-se com uma resposta que diz bem do seu ser: "Não tenho nada com o ambiente musical brasileiro. Não sou músico, não sou compositor, não sou cantor, não sou nada. Eu sou um boêmio".

Vamos falar e tocar no programa de hoje, COMPOSITORES DO BRASIL, algumas de suas músicas:

Felicidade (LR), com o conjunto Quarteto Quitandinha Serenades
Se acaso você chegasse (LR), com Noite Ilustrada
Vingança (LR), Linda Batista
Ela disse-me assim (LR), com Jamelão
Nervos de aço (LR), com Pulinho da Viola
Esses moços, pobres moços ((LR), com Chico Alves
Volta (LR), Fafa de Belém.
Castigo, LR e Alcides Gonçalves, com Lupicínio Rodrigues, gravação de 1953
Meu pecado, de LR e Felisberto Martins, com Moreira da Silva, gravação de 1944
Brasa, de LR e Felisberto Martins, com Orlando Silva, gravação de 1945
Cadeira Vazia, LR e Alcides Gonçalves, com Noite Ilustrada,.
Nunca, de LR , com Zizi Possi.

Quem ouvir, verá !

Informação:
Compositores do Brasil
Sempre às quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Apoio Cultural: CCBN

Maioria dos bancários aprova nova proposta da Caixa e encerra greve


A maioria das assembléias dos sindicatos deliberou nesta quarta-feira, 21, pela aceitação da nova proposta da Caixa Econômica Federal e o encerramento da greve nacional dos empregados, deflagrada no dia 24 de setembro. Com isso, os bancários voltam ao trabalho nesta quinta-feira. Somente algumas assembléias decidiram manter o movimento, segundo informações dos sindicatos enviadas para a Contraf-CUT.

A nova proposta apresentada na noite de terça-feira traz avanços importantes para os empregados da Caixa, como a contratação de 5 mil trabalhadores em 2010, contribuindo para a melhoria das condições de trabalho, junto com a criação dos comitês regionais de mediação de conflito no trabalho, vinculados à Comissão de Ética da Caixa, para o combate ao assédio moral.

A Caixa também vai pagar um abono linear de R$ 700 para todos os empregados até o dia 20 de janeiro de 2010. A greve completou 28 dias nesta quarta e paralisou agências nos 26 estados e no Distrito Federal.

BNB: Bancários do Cariri voltam ao trabalho, mas greve continua em outros estados
Os bancários do BNB de Crato e Juazeiro do Norte, a exemplo do restanto do Estado, decidiram retornar ao trabalho, mas não aceitaram a proposta feita pelo banco. Ou seja, o retorno ao trabalho não implica no fim da mobilização para conseguir uma melhor proposta. No entanto, com exceção do Ceará, os outros estados onde o BNB tem agência, a greve continua forte, com participação massiva dos empregados.

Fonte: Contraf/CUT e SEEB Cariri