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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Rio Salgado



Em Icó, o Rio Salgado sofre agressões diariamente. Na margem esquerda, na área urbana, moradores depositam entulhos de construção, jogam lixo, derrubam a mata ciliar, fazem queimadas e ainda há o despejo de esgoto, ante a falta de saneamento. Esse é um problema antigo, que se repete com freqüência e não há fiscalização dos órgãos competentes. Também falta um projeto de proteção local ao meio ambiente.

Em março do ano passado, o Rio Salgado transbordou e a cheia inundou bairros da cidade e várias agrovilas, localizadas no Perímetro Irrigado Icó – Lima Campos, administrado pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). A população local sofreu as conseqüências das pesadas chuvas e do aterro do leito rio ao longo de vários anos de depósito irregular de entulho de construção.

Após a cheia da estação das chuvas do ano passado, o nível das águas voltou ao leito normal e com as margens livres, novas agressões ao Rio Salgado voltaram a ser registradas. Diariamente, donos de caminhões e de carroças depositam lixo e resto de material de construção. “A gente sempre vê o pessoal jogando entulho e alguns trazem lixo”, contou a lavadeira, Socorro Rodrigues. “O rio está cada vez mais aterrado”, disse a lavadeira Francisca Custódio, que há 15 anos lava roupa na margem do Salgado, três vezes por semana.

O lixo e o entulho que permanecem na margem do rio foram depositados após a última cheia. “Na enchente, muita coisa foi espalhada e o lixo desceu até o Rio Jaguaribe”, diz o agricultor, Antônio Lima. Esgotos que escorrem das casas e das lojas caem no Rio Salgado aumentando o quadro de poluição. Em alguns pontos, a situação agrava-se em face da presença de embalagens de agrotóxicos, da retirada de areia e do corte da mata ciliar.

Áreas como José Barreto e prainha do Rio Salgado há entulho colocado recentemente, quase dentro da água. “Falta fiscalização dos órgãos competentes”, observa o empresário Getúlio Oliveira. “Dessa forma, a prática delituosa contra o rio continua”. As agressões atingem com maior incidência a margem direita a partir da ponte Piquet Carneiro, na área urbana, até o encontro do Salgado com o Jaguaribe, na zona rural. O depósito de entulho e de lixo, a retirada de areia e o corte da mata ciliar fazem com que o rio amplie o seu leito, invadindo áreas que há pouco tempo eram agricultáveis.

"Falta fiscalização dos órgãos competentes. A prática delituosa contra o rio continua".
Getúlio Oliveira
Empresário


De acordo com Oliveira, não há fiscalização regular por parte da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), do escritório regional do Ibama e da Prefeitura. “A sociedade local precisa tomar consciência sobre esse problema e agir em favor da preservação do rio Salgado”, defende.

O assessor da Prefeitura, Marcos Barreto, esclareceu que a atual administração assumiu há menos de um mês, mas que em breve vai discutir esse problema e adotar medidas, juntamente com os órgãos de fiscalização do meio ambiente, para evitar que a agressão ao Rio Salgado continue. “Essa é uma questão que nos preocupa”, disse Barreto. “Vamos discutir sobre a elaboração de um projeto de revitalização da margem do Salgado, limpeza e preservação do rio”.

Diário do Nordeste
HONÓRIO BARBOS
Repórter

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