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terça-feira, 10 de março de 2009

Afinal, quem é esse monstro? - por Armando Lopes Rafael


São tantos os ataques feitos ao Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, que os seus inquisidores conseguiram passar para a opinião pública a imagem de um monstro desalmado. A verdade, porém, é que Dom José não cometeu nenhum crime, não caluniou nem perseguiu ninguém. Apenas externou, de público, o que todo mundo já sabia: quem participa de um aborto está excomungado ipso facto segundo a doutrina da Igreja Católica. Só isso. E o mundo veio abaixo...
Como bem informou Dom Lourenço Fleichman: “As pessoas excomungadas não foram presas, não foram demitidas do trabalho, nem prejudicadas em nada em sua vida natural. Apenas, tendo feito um ato que fere a legislação moral da Igreja, receberam a pena prevista no Direito Canônico. O que esses jornalistas têm que ver com isso? Com que direito se levantam para condenar? Eles sim é que não têm autoridade nem competência para tratar desse assunto. Deviam ficar calados, mas a perseguição contra os critérios naturais que regem a moral católica leva-os a participar desse massacre à Igreja”.
Mas, afinal quem é Dom José Cardoso Sobrinho?
Nascido em Caruaru, aos 30 de junho de 1933, na Rua São Mateus, 29, no bairro periférico, então conhecido como “Rua Preta" Dom José – de origem humilde – passou sua infância como um garoto normal que gostava de participar das brincadeiras comuns às crianças de sua idade. Em sua cidade natal realizou os estudos preliminares. Com a idade de apenas sete anos e cinco meses fez sua primeira comunhão e já demonstrava inclinação para a vida religiosa, mas os pais eram pobres e não podiam colocá-lo num seminário católico.
O garoto José ficou “ajudando a missa”, na paróquia de Caruaru.Corria o final do ano de 1945. As Irmãs Beneditinas, de Caruaru, tiveram como pregador do retiro espiritual o frade carmelita Frei Ulrico Goevert. Assim, o garoto José teve a oportunidade de "ajudar a Missa" de Frei Ulrico, o qual, depois da celebração, lhe dirige esta pergunta: "Você quer ser padre...?"Ante a resposta afirmativa, o frade procurou a família do garoto e - exatamente no dia 8 de fevereiro de 1946 - num clima de muita emoção, José se despedia de sua família e entrava no seminário menor dos Carmelitas, na cidade de Goiana.
Depois de quatro anos no seminário menor, tendo concluído o "curso ginasial", o seminarista José, no dia 4 de fevereiro do Ano Santo de 1950, recebeu o hábito carmelita no altar-mor da Basílica do Carmo do Recife, iniciando assim o seu noviciado.Concluído o ano de noviciado, emitiu sua primeira profissão religiosa, como religioso carmelita, no dia 5 de fevereiro de 1951, sempre sob os olhares maternos da Padroeira do Recife, Nossa Senhora do Carmo. Imediatamente depois da profissão religiosa, foi enviado a São Paulo para iniciar o curso filosófico no seminário maior da Província Carmelitana Fluminense.
Concluídos os estudos de filosofia, foi enviado a Roma para cursar Teologia no Colégio Internacional Santo Alberto, da Ordem Carmelita. No dia 15 de outubro de 1954 - festa da grande Carmelita Santa Teresa d' Ávila - emitiu sua profissão solene como religioso carmelita. No ano de 1956 recebeu as ordens maiores de subdiaconato e diaconato e, finalmente, no dia 28 de abril de 1957, pela imposição das mãos do famoso Cardeal, Aloísio Traglia - Vigário Geral do Papa Pio X II - tornou-se sacerdote para sempre.Concluídos os estudos teológicos, por determinação dos Superiores, o neo-sacerdote se inscreveu na Universidade Gregoriana de Roma para conseguir o doutorado em Direito Canônico. Por este motivo, não pôde voltar ao Brasil logo depois da ordenação sacerdotal. A conseqüência prática foi esta: a Sra. Mãe de Dom José e toda a sua família só puderam assistir a uma missa celebrada por ele três anos após a sua ordenação: em 1960.
Neste mesmo ano, foi nomeado professor de Direito Canônico, em Roma, no Colégio Internacional Santo Alberto. De 1965 a 1968 cursou a Faculdade de Direito Civil na Universidade Lateranense de Roma. Em 1968 e 1971 foi escolhido como Delegado para representar a Província Carmelitana de Pernambuco em dois Capítulos Gerais, no segundo dos quais, foi eleito como Procurador Geral da Ordem Carmelita e Conselheiro Geral para os países de língua portuguesa e espanhola. Foi sagrado bispo em 27 de maio no ano de 1979 – juntamente com Dom Newton Holanda Gurgel, 4º bispo da diocese de Crato – na Basílica de São Pedro, pelas mãos do Santo Padre o Papa João Paulo II. Assumiu o governo da Diocese de Paracatu-MG de 1979 a 1985.
Nesse ano foi removido para a Arquidiocese de Olinda e Recife onde encontrou uma diocese com muitos problemas, a começar por parte do clero. Qualquer padre que tivesse problema em sua localidade de origem, pedia transferência para a Arquidiocese de Olinda e Recife, onde era aceito sem qualquer exame prévio. Tem o caso, de um, proveniente da Paraíba, acusado de homicidio, que recebeu de presente uma paróquia em Recife sem que se fizesse uma averiguação devida sobre o passado desse sacerdote. Foi este o panorama encontrado por Dom José quando chegou a Pernambuco.
Dom Jose onde permanece em Recife até hoje, embora - há quase um ano - tenha apresentado sua renúncia obrigatória, por ter completado 75 anos de idade.
Eis o monstro!

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