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terça-feira, 20 de maio de 2008

O Insaciável Estado Brasileiro...

Foto: Renato Stockler/Folha

Líderes governistas selam acordo para volta da CPMF

Pela proposta, tributo terá agora uma alíquota de 0,10%
Decidiu-se ainda aumentar o IPI dos cigarros e bebidas
Dinheiro será direcionado para financiamento da Saúde

Terminou há pouco um almoço que reuniu todos os líderes de partidos governistas com assento na Câmara. Além de comida, foi à mesa o bolso do contribuinte brasileiro.

Decidiu-se o seguinte:

1. A bancada governista unirá forças com a oposição para aprovar na Câmara o projeto que regulamenta a chamada emenda 29. Obriga o governo a reforçar o orçamento da Saúde. Reforço escalonado. Que alçará à casa dos R$ 20 bilhões em 2011;

2. Para evitar que Lula vete a nova lei, a tropa governista decidiu providenciar as fontes que proverão a verba extra a ser injetada nas arcas da Saúde;

3. Com o apoio dos líderes de todos os partidos do consórcio que dá suporte legislativo a Lula, será levada a voto uma proposta que ressuscita a CPMF. Em vez de emenda constitucional, mais difícil de aprovar, optou-se pelo projeto de lei complementar;

4. A alíquota do tributo revivido será de 0,10% (a antiga CPMF, derrubada pelo Senado em dezembro de 2007, mordia dos cheques emitidos pelos brasileiros 0,38%). Estima-se que a nova CPMF renderá ao Tesouro uma coleta adicional de cerca de R$ 10 bilhões por ano;

5. Decidiu-se propor também a elevação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos cigarros e das bebidas alcoólicas. A forma e os percentuais serão objeto de novas tratativas. Busca-se uma arrecadação adicional de R$ 1,5 bilhão ao ano;

6. Deliberou-se, por último, que a recriação da CPMF e a majoração do IPI serão votadas concomitante com o projeto da emenda 29. Abandonou-se a idéia de tratar das fontes de verbas para a Saúde no âmbito da reforma tributária.

O almoço em que todas essas decisões foram tomadas ocorreu na casa do líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO). Lá estavam, além do anfitrião, representantes do PMDB, PT, PP, PL e PR. Participou também Henrique Fontana (PT-RS), líder de Lula na Câmara.

"Estamos fechados com essas propostas", diz Fontana. "É a forma de tratar a questão da Saúde de forma responsável."

O blog ouviu o anfitrião Jovair Arantes. “Nós, da base do governo, partimos do óbvio: temos que resolver os problemas da Saúde, que estão se agravando. Vamos votar a emenda 29. Há maioria para aprovar. Então, temos de responder à seguinte pergunta: de onde virá o dinheiro?”

Continue-se ouvindo Jovair: “Não adianta dizer que você vai a Paris três vezes por mês, para beber os melhores vinhos e comer as melhorias comidas, sem definir quem vai pagar a conta. A emenda 29 está do mesmo jeito. Muito bonita, mas não diz de onde tirar o dinheiro.”

Mais Jovair: “Hoje, temos excesso de arrecadação [de tributos]. Mas não há segurança de que esse excesso vai existir amanhã. Portanto, temos de providenciar fontes definitivas para a Saúde.”

Ainda o líder do PTB: “Quando você aumenta a renda na sua casa, usa o dinheiro extra para melhorar a qualidade de vida da família. Compra roupa nova para a mulher, troca de carro, passa a comer o que não comia. No Brasil é a mesma coisa. Os recursos extras que estão entrando vão servir para fazer investimentos outros: o PAC, a infra-estrutura, o saneamento.”

Últimas palavras de Jovair: “Então, decidimos, a base toda unida, fechar questão em torno da aprovação da emenda 29, com projetos em cima dela ou junto com ela, que resolvam o problema do financiamento da Saúde. Não houve divergência. Poucas vezes participei de encontro em que a concordância alcançou esse grau de coesão.”

Escrito por Josias de Souza, 20/05/2008, às 17h03
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

2 comentários:

Armando Rafael disse...

NOTICIA DO SITE WWW.VEJA.COM.BR,
22 de maio de 2008:

Impostos:
Arrecadação cresce em 2008; abril bate recorde

A Super Receita federal anunciou nesta quarta-feira uma arrecadação recorde para o mês de abril: 59,754 bilhões de reais. Na comparação com o mesmo período de 2007, o avanço é de 11,44%; já frente ao valor de março deste ano, a elevação é de 16,52%. No acumulado de janeiro a abril, os cofres federais reuniram 221,495 bilhões de reais – alta de 12,56%, na comparação aos quatro primeiros meses de 2007.

A arrecadação também cresceu quando se consideram separadamente as antigas áreas da Receita Federal e Previdência – que passaram a compor a Super Receita. A arrecadação relativa à Receita somou 42,248 bilhões reais, crescimento real de 14,65% em relação a março e de 8,53% ante abril de 2007. Já a parte previdenciária totalizou 13,96 bilhões de reais, com elevação real de 3,9% na comparação com março e de 14,41% perante abril de 2007.

IOF - O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) rendeu aos cofres públicos em abril 1,714 bilhão de reais, valor 157,99% superior em termos reais ao registrado em abril de 2007. As operações de crédito de pessoas físicas foram as que mais geraram arrecadação com IOF em abril, 703 milhões de reais, seguidas das operações de crédito a pessoas jurídicas, de 618 milhões.

De janeiro a abril, o IOF gerou ao caixa do governo 6,190 bilhões, uma alta real de 146,42% na comparação do mesmo período do ano passado. O montante arrecadado com o IOF nos quatro primeiros meses deste ano representa metade do total arrecadado pela CPMF no primeiro quadrimestre de 2007, quando atualizado pelo IPCA o tributo arrecadou 12,106 bilhões de reais.
...........................
E o governo do PT ainda quer recriar a CPMF...

Armando Rafael disse...

Site: www.terra.com.br:

Governo espera arrecadar R$ 102 bilhões a mais este ano

O governo federal espera arrecadar neste ano R$ 102,6 bilhões a mais do que em 2007. A quantia adicional é o dobro do que seria necessário para compensar tanto os gastos adicionais com a aprovação da emenda 29 quanto as perdas do governo com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

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Segundo os cálculos do governo, com a derrota da prorrogação da CPMF no final do ano passado a União irá deixar de arrecadar algo em torno de R$ 40 bilhões em 2008. Também de acordo com a contabilidade do governo, a aprovação da Emenda 29 - que regulamenta e amplia os repasses de recursos para a saúde - implicaria num gasto adicional de R$ 9 bilhões a R$ 12 bilhões. Somados, os dois impactos nas contas públicas ficariam próximos da faixa de R$ 50 bilhões.

O Ministério do Planejamento encaminhou, na terça-feira passada, relatório ao Congresso Nacional prevendo uma arrecadação de R$ 705,39 bilhões para este ano, mais de R$ 100 bilhões acima dos R$ 602,79 bilhões que entraram nos cofres do governo federal em 2007. Ou seja, em tese, o governo poderia absorver, com sobras, o impacto de aprovar a emenda 29 sem precisar recorrer à recriação da CPMF.

"O governo demonstra com isso um apetite incomensurável", critica o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "A receita está batendo recordes. Não há necessidade de nova CPMF."

Líder do PTB na Câmara e um dos mais aguerridos defensores da proposta de retomar o tributo, Jovair Arantes defende a iniciativa. Segundo o governista, a arrecadação recorde é resultado do atual aquecimento da economia, algo que não necessariamente irá se repetir em outros anos. Logo, diz Arantes, seria um grande equívoco estabelecer legalmente um aumento de despesas sem criar a devida contrapartida também no marco da legislação tributária.

"Além disso, quando uma família começa a ganhar mais dinheiro, ela começa a melhorar sua qualidade de vida. Com o governo é a mesma coisa. Vamos apostar na possibilidade do governo investir essa arrecadação em outras áreas que também estão carentes", argumenta o deputado.

"Todo mundo quer mais dinheiro para a saúde. Então vamos criar uma fonte definitiva de recursos só para ela", completa.
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E o governo insaciável ainda insiste em recriar a CPMF...