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sexta-feira, 16 de maio de 2008

Pílula dá cheiro e emagrece, diz pesquisador

Escolher um desodorante pode parecer uma tarefa simples, mas não é para quem sofre com alergias. Nem sempre é fácil conseguir um produto que não agride a pele e tem odor agradável. E justamente por não conseguir encontrar nada que não causasse irritação, uma técnica de laboratório resolveu parar de passar desodorante e passou a "comê-lo".

Mesmo produtos sem álcool e indicados por dermatologistas provocavam coceira, vermelhidão e irritavam a pele de Olga Maria Ramos, 50 anos. Por causa do clima quente em Fortaleza, ela conta que precisava lavar as axilas várias vezes por dia para evitar o odor de suor e, freqüentemente, ficava "constrangida" quando "tinha de levantar o braço." O martírio terminou quando ela descobriu a "pílula de perfume".
A pílula de perfume foi desenvolvida pelo Parque de Desenvolvimento Tecnológico (Padetec) da Universidade Federal do Ceará (UFC buscar), em 2004. A cápsula contém quitosana e óleo de lavanda, substâncias que são eliminadas pelo suor. O resultado é que o corpo passa a exalar o aroma – "muito suave", segundo Afrânio Craveiro, diretor do Padetec e coordenador de pesquisa do projeto da cápsula de perfume.

"A quitosana é um produto usado tradicionalmente para emagrecimento, porque é uma fibra natural que absorve gordura. Nós juntamos a propriedade do óleo de lavanda com a quitosana, então a pessoa combate o colesterol, elimina gordura e exala o cheiro. É o mesmo princípio das pílulas de alho, que também exalam cheiro, mas um que não é agradável", diz Craveiro.
Apesar do cheiro contínuo, Olga Maria afirma que nunca ficou enjoada. "É um perfume fraco e não acho enjoativo para o dia-a-dia. Meu marido e meu filho nunca reclamaram, pelo contrário, já que antes eu sofria com o problema do suor. Agora, eu posso até ir à academia sem passar vergonha", diz.

De acordo com o pesquisador, não há contra-indicações, já que é natural e não prejudica o organismo, além de ajudar a combater o colesterol. Porém, não pode ser consumida por pessoas que têm alergia a frutos do mar.

É preciso ingerir seis cápsulas durante um dia e, a partir do segundo dia, já é possível sentir a liberação do aroma. Por enquanto, apenas o cheiro de lavanda está disponível, mas os pesquisadores já prepararam fragrâncias de cravo e canela.
Desde 2006, a pílula criada no Padetec começou a ser produzida e vendida pela empresa Polymar.

Proteção ao meio ambiente

Craveiro afirmou que a pílula foi desenvolvida quando os pesquisadores do Padetec estudavam o problema ambiental causado e pelo acúmulo de resíduos de crustáceos. Os pesquisadores retiram a quitosana da carapaça de crustáceos.

"As carapaças de camarão, siri, lagostas e outros frutos do mar são descartadas de maneira incorreta e poluem o meio ambiente. Nós transformamos esses resíduos em um produto natural que combate o colesterol e ajuda a não poluir o ambiente", diz Afrânio. "No Japão, a quitosana já é usada em produtos medicinais há duas décadas."

Projeto contra a poluição

Além de absorver gorduras do organismo, os pesquisadores descobriram que a substância tem de absorver até oito vezes o seu peso em óleo. De acordo com Craveiro, o Padetec faz pesquisas para eliminar vazamento de petróleo de mares e rios com a quitosana.
Atualmente, existem três pesquisas que estudam como a substância pode ser usada contra a despoluição.

"Jogamos esferas magnetizadas em cima da mancha de óleo. Elas chupam o produto e, depois, são puxadas por meio de um duto para um navio. O princípio é parecido para o de spray. As partículas coagulam o óleo, que se transforma em uma espécie de massa, que também é tirada da água. Outra possibilidade é o uso de filtros de quitosana, que retém o óleo e permite a saída da água purificada", diz Craveiro.

Craveiro explicou que o óleo ou petróleo absorvido pode ser separado quimicamente do material, que pode ser reaproveitado novamente depois.

Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa buscar) afirmou que as pílulas de perfume, vendidas com o nome Fybersense, têm registro como alimento natural. O uso é livre, ou seja, não precisa de prescrição médica.

Segundo a Anvisa, o produto não pode ser vendido como medicamento ou cosmético.
Serviço

O Fybersense é vendido pelo site da empresa Polymar e também em lojas de produtos naturais em todo o país. O frasco com 90 cápsulas custa cerca de R$ 35.

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