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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Vanúzia Tavares e suas diversas artes



A poetisa, cantora e compositora Maria Vanúzia Tavares da Anunciação, natural de Exu, começou a escrever poesias há oito anos, sem intenção de virar poetisa. Segundo ela, escrevia “para matar o tempo”. Mas, as palavras foram tomando de conta da imaginação da artista e ela então, começou a expressar suas idéias. Não parou mais. “Perdi as contas de quantas eu escrevi. Devem ser mais de 400”, afirmou.

Os seus poemas estão relacionados aos mínimos detalhes do cotidiano, como o andar da fila de formigas, mas também reflete a complexidade do ser humano. "A questão é se expressar, dizer o que estar sentindo naquele momento”. No início da carreira Vanúzia preferia não mostrar as pessoas seus poemas. “Eu nem mostrava tanto às pessoas, porque era uma coisa pessoal, mas com o tempo, alguns colegas começaram a ver e disseram que eram bons, ficaram insistindo para que eu publicasse, até que resolvi mostrar meu trabalho".

Quanto às influências ela diz que são várias, e cita como principal inspiração o poeta Carlos Drummond Andrade, além de escritores como Charles Baudelaire, poeta e teórico da arte francesa, e o parnasiano Augusto dos Anjos. "Eu não sigo uma corrente. Eu misturo tudo para ver no que é que vai dar". Afirma Vanúzia.
Além de expressar seus próprios sentimentos, a poetisa acredita na arte como um fator de transformação social. "A arte pode transformar. Tenho poemas com todos os temas: temas sociais, amor, existencialismo...", mas define-se como "mais existencialista". Muitas de suas poesias trazem como idéia central a denúncia da hipocrisia humana, "porque a sociedade em si é hipócrita. Tem seus costumes e suas regras que só servem para mascarar. É aquele velho ditado 'faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço'. Mas você tem que ver as coisas como elas são. E foi assim que eu comecei a escrever", explica.

Em sua última performance, "A queda", realizada na Universidade Regional do Cariri (URCA), Vanúzia interpretou nove poemas de sua autoria de forma ousada: ao som do cantor Lenine, cercada por sete velas e tirando seus textos de dentro da lata de lixo. "Quando você é existencialista, você vê significados em tudo. Eu queria mostrar que se pode tirar do lixo uma coisa boa, como em uma reciclagem".
Além da poesia Vanúzia também compõe, mas ainda não teve oportunidade de gravar suas canções. "Fazer a melodia não é tão fácil como fazer poema. O problema é que não sei tocar nenhum instrumento", afirma.

O cenário da cultura local, para Vanúzia, é muito receptivo, e lembra que seu trabalho é bem aceito pelo público. "Faço um trabalho para que possa receber críticas, construtivas ou destrutivas. Afinal, é um direito da pessoa não gostar do que eu faço". Para o futuro, ela diz que pretende lançar um livro, pois tem bastante material para isso. "Eu tenho o sonho de lançar o livro. E acho que cada coisa tem seu tempo", conclui.

Jornal do Cariri

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