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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Giro pelo Brasil




Escrevendo a Bíblia

A senhora gostaria de escrever a Bíblia?" A aposentada carioca Esther Marques Monteiro, 83 anos, comprava um presente para uma amiga quando foi surpreendida pela inusitada proposta. O convite foi feito por um funcionário do Centro Cultural da Bíblia, no Rio de Janeiro, onde está instalado um scriptorium da Bíblia Manuscrita, projeto da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Esther topou e acabou sendo "presenteada", como faz questão de ressaltar, com a responsabilidade de escrever um livro inteiro do Antigo Testamento, o Primeiro Reis. Isso porque sua letra foi considerada muito bonita.

Entre uma atividade e outra, Esther, que também é bibliotecária voluntária da Igreja Evangélica Fluminense, conseguiu copiar toda a obra em cerca de um mês. E sem muitos erros. "Tinha que ficar calculando o que caberia em cada linha, porque não é permitido separar as sílabas das palavras na troca de linhas. Fica feio", conta. "Me senti privilegiada, porque compreendi o que estava escrito de outra forma, mesmo já tendo lido a Bíblia mais de uma vez", acrescenta. Mas por que alguém reescreveria o Livro Sagrado artesanalmente?

A iniciativa é para comemorar os 60 anos da SBB, mas o objetivo é despertar a atenção de quem não é leitor da Bíblia. Com a ajuda de voluntários de todo o País - ao todo, são 500 mil copistas -, serão feitas " 29 cópias artesanais do Livro Sagrado. Depois, serão doadas a bibliotecas públicas estaduais e ficarão em exposição permanente. O resultado final será curioso: um livrão com diversas caligrafias recontando as Escrituras Sagradas.

Cada pessoa transcreve, em média, dois versículos. Para evitar repetições ou omissões, a transcrição dos copistas é sempre acompanhada por um orientador. Errinhos de escrita são resolvidos com o bom e velho corretivo. Bem artesanal mesmo. E o papel e a caneta são especiais e padronizados.Dez Estados, entre eles Rio Grande do Sul e Alagoas, já finalizaram seus livros. A maioria, como Rio e São Paulo, ainda aceita a colaboração de interessados. Qualquer pessoa pode participar. Não precisa ter letra bonita - apenas legível. Mas não é permitido escolher o trecho que quer escrever.

A fim de facilitar o trabalho, em cada Estado a entidade distribui os livros da Bíblia entre instituições parceiras, normalmente igrejas. O voluntário segue o versículo no qual seu antecessor parou. "Tenho testemunhos de pessoas que não conseguiram copiar, porque os versículos tocavam em pontos muito sensíveis da vida delas. Eu também fiquei muito emocionada, meu coração acelerou", diz a economista cuiabana Daniela Matteucci, 34 anos. Frequentadora da igreja Assembleia de Deus há 11anos, ela incentivou a família toda a contribuir.

Revista Isto É

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